quinta-feira, 5 de abril de 2012

Os buracos que irão tirar Portugal do “Buraco Financeiro”

  Enfrentar uma crise é como uma guerra, em bom ditado popular já se diz, em guerra : “leva-se por todos os lados” acabando-se, desta feita, muitas das vezes por não se saber sequer onde o inimigo está. Mas muitos mais pontos de confluência se encontram entre guerra e crise, uns muito fáceis em se perceber tal ligação, outros nem tanto, mas tão ou mais pertinentes.
  Passos Coelho começou por perceber a necessidade de se cortar com a gordura do estado, tal facto, fez com que o nosso primeiro-ministro fizesse cortes de fazer arrepiar até o talhante mais carniceiro que possa existir em Portugal. Percebeu-se de imediato que o primeiro-ministro e os seus generais de serviço (ministros) estavam de faca afiada e prontos…prontos para começarem a cortar tudo o que lhes aparecia à frente. Pensando eu que era para acelerar a corrida de caça ao buraco de petróleo. O nosso primeiro-ministro entendeu a necessidade de acabar com a gordura, não a saturada mas a sã. Um bom tropa, desde o da hierarquia mais baixa à mais alta, precisa de alimento, nutritivo e cheio de vitaminas para enfrentar a guerra dos mercados. Não, Passos Coelho inovou e preferiu que soldados desfalecidos seriam muito mais fáceis de enganar, o ministro das finanças dá o exemplo na sua voz e nos lapsos de não cortar com os subsídios, é o que faz já não comer sopa de nabos e pratadas de espinafres que mais parecem vasos de manjerico. O petróleo continua a brincar às escondidinhas numa qualquer escola do país, só um buraco cheio de petróleo nos salvaria neste momento mas nem esse se digna a aparecer tal como o ministro dos negócios estrangeiros. Passos Coelho sabendo que encontrar buracos de petróleo é muito fantasioso decide ele mesmo criar os seus próprios buracos. Os buracos nas meias do ministro das finanças, negócios estrangeiros, agricultura…. Até no Jardim da Madeira. O primeiro-ministro orgulhou-se de pôr o governo cheio de buracos nas meias. Espera-se que tenham lavado pelo menos os pés. Mas nisso não nos preocupemos, as empresas públicas vão ser todas l(e)vadas. Começou na EDP, cheia de gordura e bifes suculentos, daqueles que alimentam uma centena de soldados de uma só vez e vai continuando a história das privatizações. Passos pensou bem que a guerra dos Portugueses não merecia bifes mas mais trabalho, mais uma hora de trabalho para limpar os blindados dos banqueiros, os coletes anti buracos do Alberto João Jardim e muito outro material de guerra fabricado na vizinha Alemã (Sr. Primeiro ministro uma hora de trabalho é para criar mais birras e alimentar mal-estar no batalhão, disso a criar uma economia forte vai uma longa distância). 
   Portugal tornou-se um dos países com mais material bélico comprado. Orgulho pleno do Paulo Portas, o país está mesmo em guerra. Que o diga o ministro dos negócios estrangeiros que se camufla por entre os enchidos e legumes dos mercados municipais que se fecham a cada dia. Hmm, ontem vi na feira do fumeiro um presunto que tinha um nariz parecido com o do Sr. Ministro dos negócios estrangeiros! (curioso) Bom, avancemos no relato desta guerra, hoje os portugueses trabalham mais, o turismo baixou, os hospitais fazem mais com menos, o dinheiro não estica e estamos a alongar em demasia esta birra de se querer construir o futuro do país como se estivesse em guerra, cujo inimigo mais apregoado é a gordura. É o que faz termos um Passos Coelho que na sua adolescência teve fortes pesadelos com a banha de porco.
  Portugal vê o seu turismo diminuir, a indústria falecer, a própria mobilidade no país já teve melhores dias. O petróleo encareceu, as auto estradas são portajadas e as outras alternativas como transportes públicos são um luxo para poucos. Alimentar campanhas e birras de políticos que queriam ganhar a freguesia com tigeladas de marmelada fez disto. Muito brevemente as muralhas medievais, os burgos, vão ressuscitar e no Porto não se admirem se a muralha Fernandina decidir voltar, mas mais electrónica, cheia de câmaras de filmar, infravermelhos, e não poderia faltar as vozes gravadas “estranhíssimirritantes” que dizem “por favor efectue o pagamento…por favor efectue o pagamento” e cospem papeizinhos que mais parecem a senha de ir comprar frango assado. A diferença é que não dá descontos de 50% nem é acumulável em cartão. Vá lá, para isto criem um cartão com descontos acumuláveis. Adoraria ver o sr. Ministro das Finanças explicar o seu funcionamento, ou melhor vê-lo numa demonstração de métodos de segurança num qualquer avião do país, o uso do colete, o apito e o passaporte de ida para mais uma vaga de emigração. É simples tudo isto porque estamos em guerra e hoje as guerras têm máquinas de pagamentos que falam “estranhíssimirritantes” com filas de espera enormes e os batalhões de jovens soldados são dispensados para irem passar umas férias (zinhas) de longa duração no estrangeiro -Oh Sr. Primeiro-Ministro, só lhe faltou pedir de joelhos aos jovens que emigram para não se esquecerem de enviar uma pequena mesada para o seu querido e velhinho Portugal! Esta brincadeira vai ficar-nos cara.
   

Sem comentários :

Enviar um comentário

Obrigada por partilhares a tua opinião connosco!