segunda-feira, 23 de abril de 2012

Abril está-nos no sangue



Este domingo tive orgulho no meu povo, no povo que luta, que não se resigna, que exige o que é seu por direito. A manifestação a que assistimos no Marco de Canaveses foi mais do que uma simples concentração de populares que procuram a manutenção de um serviço que lhes é útil. Foi um protesto contra um poder centralizado, contra a discriminação territorial, contra políticas economicistas que teimam em avançar num país que está a ser empurrado para o abismo. 

Foi bom perceber, como marcoense, como português, como europeu, que a minha terra mexe, que o meu povo está unido, que os valores da comunidade ainda falam mais alto. Este domingo, vi todos unidos por uma causa, utilizadores ou não dos comboios, marcoenses, baionenses, amarantinos, e de outros concelhos da região. O que falou mais alto foi o bem comum, foi o futuro de uma região. 

Não deixa de ser caricato que tudo isto aconteça em Abril. Ontem senti, talvez como nunca antes, que essa força do povo, a união que tão bem caracterizou o 25 de Abril de 1974, ainda permanece, ainda fala mais alto. Está-nos no sangue, talvez. 

Os governantes que hoje parecem ter o poder eterno estão de passagem. Os que hoje nos atraiçoam a partir de uma capital longínqua estão lá porque o povo os pôs lá. E o que o povo dá, o povo pode tirar.

Na próxima semana, se o nosso contributo for necessário, lá estaremos, em prol de uma causa de todos. 

O 25 de Abril está aí. Merece ser recordado, talvez como nunca antes o foi. 
(Fotografias de Bebiana Monteiro)

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