terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Visita à Associação Humanitária dos Bombeiros


No passado sábado, dia 8 de Fevereiro, a JS Marco visitou a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canaveses, tendo a comitiva de jovens socialistas sido recebida por Sérgio Silva, comandante dos Bombeiros, e por Fernando Nazário, presidente da Direcção.

A JS Marco encetou, assim, o seu roteiro pelas associações marcoenses, começando exactamente por aquela que conta com a maior massa associativa (cerca de 5000 sócios) e que muito recentemente completou 90 anos.

Ao longo da visita, foi possível conhecer as instalações dos nossos “soldados da paz” e perceber quais são as principais preocupações e os principais propósitos desta associação. O comandante da instituição destacou inúmeras vezes o cariz humanitário do trabalho dos bombeiros e, assim, a sua extrema relevância para toda a população. Revelou ainda que, idealmente, gostaria de dispor de mais meios humanos e de mais equipamentos, destacando também a antiguidade de algumas viaturas e o elevado desgaste das viaturas mais recentes. A este nível, salientou ainda que está a decorrer uma campanha de crowdfunding para a aquisição de um desfibrilhador automático externo, tendo apelado à singela contribuição de cada um, que poderá fazer a diferença para a obtenção de um aparelho que melhorará significativamente a assistência em determinadas situações.

Por seu turno, Fernando Nazário, presidente da instituição, enalteceu a boa relação entre o corpo directivo e o comando, tendo também manifestado o desejo de ver jovens a interessar-se e dedicar-se àquela associação e às suas causas.


Foi, portanto, uma manhã bem passada a conhecer mais aprofundadamente a realidade desta associação, não podendo deixar de se realçar a cordialidade e hospitalidade com que a JS Marco foi recebida. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Infinita Síria

(Derrubem al-Assad!)

Há uns tempos atrás escrevia indignado como é que em pleno século XXI – século esse, julgava eu, que poder-se-ia descrever pela liberdade e pela paz – se tolerava um guerra civil levada a cabo pela violência extrema, levando consigo homens, mulheres e crianças à velocidade da luz. A ONU queria intervir (EUA, Inglaterra, França e Alemanha, mais concretamente) para lutar ao lado dos rebeldes e acabar de uma vez por todas com o regime ditatorial de Bashar al-Assad e com os seus massacres. No entanto, os russos e os chineses vetaram, por duas vezes, essas intervenções e, vai-se lá saber porquê, logo dois países que internamente a democracia deixa muito a desejar. Hoje retomo a escrever e, mais do que indignado, escrevo de cólera e escrevo intolerante. Em doses excessivas! Basta. Basta de guerra, basta de esquemas políticos, basta da inércia das pessoas, basta da comunicação social tentar encobrir o que realmente se passa!

A 26 de Janeiro do ano de 2011 ecoam as primeiras vozes que se opõem ao regime, dois meses depois, a 15 de Março, a revolta armada começa sem se vislumbrar fim à vista. Ninguém sabia muito bem o que aconteceria, na prática, com este eclodir para o futuro político do país, porém, todos sabiam uma coisa: muitas batalhas sangrentas ir-se-iam travar, inocentes injustamente arrastar-se-iam nelas, vidas levadas seriam numa barca infame…

Hoje, dia 10 de Fevereiro de 2014, o número de óbitos não tem número exacto. Dizem uns que são mais de 130 mil que partiram, dizem outros que ultrapassam os 200 mil. Numa notícia, que de seguida transcrevo, de Dezembro de 2013, podemos ver que os números falam por si nesta catástrofe: 

“A maioria dos mortos é de civis – aproximadamente, entre elas, 7000 são menores -, cujo número total chega a 44.381. Nas fileiras da oposição armada, houve neste período 27.746 baixas, entre as quais há 2.221 soldados desertores.

O Observatório afirmou que há um grande número de combatentes de nacionalidade estrangeira, embora não tenha detalhado seu número.
Entre os apoiantes do regime, pelo menos 31.174 soldados das forças regulares e 19.256 milicianos e informantes morreram.

Também foram mortos 232 membros do grupo xiita Hezbollah e 265 integrantes de facções xiitas, que lutam com as tropas do regime de Damasco.

A organização de direitos humanos acrescentou que há 2.781 mortos de identidade desconhecida.

2 milhões de sírios refugiam-se no exterior, muitas das vezes acolhidos no vizinho Líbano.

O Observatório não descartou que os números sejam superiores, já que não levou em conta no relatório os 21 mil prisioneiros em prisões do regime e em centros de detenção dos opositores.”

Exigem os cidadãos sírios algo idêntico ao que exigiam os portugueses de 74 (e já lá vão 40 anos!): “maior liberdade de imprensa, direitos humanos e nova legislação”. Ao invés das forças do regime que alegam estar a lutar contra “terroristas armados que visam desestabilizar o país” e que, portanto, não irão ceder a quaisquer exigências. Importa recordar, creio eu, como funcionam este tipo de ditadores: retrocedendo uns dez anos atrás, mais coisa menos coisa, Hafez al-Assad, pai de Bashar, teve no poder 30 anos (desta vez não escrevo os números por extenso pela razão simples de que eles têm de sobressair à vista das pessoas) e o seu filho, legítimo sucessor pensam alguns, está no poder há 10 anos. E como é genético de ditador, usam a repressão e a violência para abafar as revoltas, o que neste caso em particular – entenda-se: mais grave – leva Bashar al-Assad a recorrer às tropas para combater e travar o avanço dos rebeldes. Se morrem inocentes? Ele não quer saber. Direitos humanos? Não, obrigado.

Durante 30 anos, Hafez conseguiu a proeza de proibir a formação de qualquer partido de oposição e a participação de um partido da oposição numa eleição. E agora, com o filho, que mais não há senão desemprego elevadíssimo, condições de vida degradantes, liberdade frouxa, miséria? O país atravessou um estado de emergência criado em 1963 que perdurou até 2011, que são 48 anos da mais pura ditadura! Pois então, claro está a todos nós, que um país que tem um estado de emergência vigente durante um período de 48 anos dá tudo menos liberdade ao seu povo.

Continuará assim. O facto de estarem em Genebra, agora, com representantes não levará a nada num curto espaço de tempo. O governo quer ganhar tempo, matar e prender os que se atravessarem no caminho, e, acima de tudo, não vacilará para um governo transitório. Do outro lado, continuam a pedir uma intervenção e justiça, urgentemente.

Enquanto isso, morrem diariamente inocentes. Homens, mulheres. Crianças!

Álvaro Machado – 22:36 – 10-02-2014

Primeira reunião do Conselho Municipal da Juventude do mandato 2013-2017

Teve lugar na passada quinta-feira, dia 6 de Fevereiro, a primeira reunião do Conselho Municipal da Juventude (CMJ) no mandato de 2013-2017. A JS Marco fez-se representar por Tiago Moreira, membro do secretariado e coordenador adjunto da estrutura.

Esta primeira reunião teve como principal propósito a instalação do CMJ, tendo tomado posse os vários membros das instituições com lugar naquele órgão (Associação Palco de Inovação, a Associação de Estudantes da Escola Secundária de Marco de Canaveses, o grupo de Escoteiros, a Associação Special One,as juventudes partidárias concelhias – JSD, JCP e JS -, bem como os representantes dos grupos municipais na Assembleia Municipal). Além disso, foi ainda concedido o estatuto de observadores permanentes ao Ginásio Clube de Alpendorada (GCA) e ao grupo de jovens de Constance (MENDAP).

Naquela reunião foram eleitos os secretários da mesa do CMJ, Luís Vasconcelos (Palco de Inovação) e Joana Lopes (Escoteiros), que passam a auxiliar o Presidente de Câmara na condução dos trabalhos deste órgão. Foi também aprovado o regimento interno que passará a regular o funcionamento do CMJ.

Tiago Moreira, que representou a JS Marco, teve oportunidade de alertar para a importância de uma postura mais ativa por parte dos elementos do CMJ, traduzida na apresentação de propostas e sugestões, não se limitando as reuniões deste órgão à apresentação das iniciativas municipais realizadas na área da juventude.

Ana Moura Pinto, que também marcou presença na reunião na condição de representante do grupo socialista da Assembleia Municipal, sugeriu que algumas das reuniões fossem rotativas, abarcando várias zonas do concelho, tendo ainda sugerido a sua abertura ao público em geral, mediante o estabelecimento de algumas regras. A representante do grupo socialista na Assembleia Municipal alertou ainda para a importância de o CMJ se pronunciar sobre as linhas de orientação geral das políticas de juventude, principalmente através da emissão do parecer obrigatório acerca do plano de actividades e orçamento municipais.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A Gaitada da Decadência - O estático movimento da mudança tranquila.

O estático movimento da mudança tranquila.
Deitar nas eleições e votar o futuro ao lixo.



            Do alto da nossa hipocrisia, pedantismo, wikipedismo e arrogância saloia abrimos mão da pena e da gabardina e vislumbramos Marco de Canaveses com uma enorme vontade de sofrer!
            “Eh-lá-hô”, estimado leitor amigo! Ora viva! Por Delphoi e pelas oliveiras onde os filósofos se estendiam falando do mundo e dos sistemas! Como vais, prezado companheiro de leitura! Co’a breca! Há que tempos não nos cruzávamos por este jardim, qual flâneur de bolso! Pois é! Depois de esta longa diáspora eleitoral, pessoal, espiritual, íntima e parola, voltamos, lavados, perfumados e de dentes escovados!
            Entramos em 2014 como quem entra numa loja de penhoras! Pelo cão! Mas deixemos, por ora, essas quase preocupações de lado e concentremo-nos num evento que transformou, muito!, a marcoense vida, sempre votada para as coisas íntimas, belas, em nome de justiça e da verdade! (Se soubesses a vontade que tenho de aqui colocar o coro do povo hebreu a interpretar parte do “Va, pensiero” , do terceiro acto de Nabucco, de Giuseppe Verdi!) Pois bem! Voltemos a 29 de Setembro, voltemos às eleições autárquicas! O concelho todo em rebuliço, os cartazes dos candidatos e dos movimentos e partidos (alguns com toneladas de ferro e lona e circo) outros com palavras e ideias e vontade de trabalhar! Mas, para nosso espanto, o povo, como sempre, votou-se nos valores da tradição! O povo “deitou” em quem já lá estava para não continuar a não-mudança, ou então a “mudança-estática”, com perdão da adaptação pessoana a estas andanças! O povo deitou o futuro ao lixo, ou ao progresso e à mudança. Nada disso! Os marcoenses estão satisfeitos por sermos o 12º pior concelho do país para se viver; os marcoenses estão satisfeitos com as obras de estética económica e humana que se fez pelo “centro da cidade”; os marcoenses estão satisfeitos por beberem água de poços que jogam cartas, de mão dada, com as fossas, pois água e saneamento é coisa de cretino, não de marcoense! Atenção, leitor amigo, pois não estamos a traçar a estética do ser marcoense, visto que esta mão também o é, para o bem e para o mal!, ainda que "estrangeirada" há uns bons anos! Na melhor das hipóteses, fazemos uma observação sociológica, wikipedista, como sempre, sob a égide de Michelet: “Diz-me em quem votaste e eu dir-te-ei quem és”. No entanto, parece que ser marcoense, ou fazer parte de 11 mil marcoenses passa por essas premissas! Ainda mal! Deitamos nos mesmos! Sim! Deitamos Marco de Canaveses pelo tubo de esgoto que não temos, abrimos a torneira da água canalizada que tarda a chegar desde sempre, para que a mudança tranquila continue! Pão e circo! Inaugurações e festas! Vinho e verborreia! E lá no fundo, em Tongobriga, os romanos que por lá andavam e andam, coitados, olham estupefactos e pasmados, enquanto se banham e têm águas públicas, pois o cardo e o decumanus mental nunca foi demais! Mas que bom que temos executivo com maioria absoluta! Assim não haverá discussões em que se tenha de falar da maçada do bom senso do apoio à cultura, à verdadeira, à que instrui, à que tem a função de “plaire et instruire” diriam os franceses e dizem os francófilos! Graças aos deuses, e aos marcoenses, que temos um executivo que não perde horas a discutir a água e o saneamento, as escolas, o transporte para estas, a assistência aos idosos, o apoio aos desempregados, o incentivo aos jovens que, cada vez mais, têm vontade de ficar pelo burgo marcoense! Aquando das eleições ouvia-se falar do cansaço “íssimo, íssimo, íssimo” para com quem estava no poder! Oh tédio filosófico-existencial! Oh Schopenhauer dos tempos modernos! Oh Simbolismo partidário de bolso e de cartaz e comício! O rebuliço das pessoas, todas elas contra o poder estabelecido, dizendo que era necessário uma nova mudança e “mundança”. Foram as ideias, vieram os candidatos! Foram surgindo, com os seus discursos, os seus projectos! Uns propunham baixar preços impossíveis de baixar; outros queriam continuar o marasmo; outros não sabiam bem o que fazer para não sair do discurso bacoco e repetitivo de tempos de latifúndio de tasca; outros queriam ser presidente à força, desse por onde desse; outro ainda falava em pôr a população a pensar, a participar activamente, não fazendo promessas, aliás, prometendo jamais fazer promessas! Esse candidato pensava e sabia ver as coisas, pois não era um indivíduo com um conta-quilómetros político de gabinete e assessoria! Esse candidato apresentava propostas, debatia, não acusava este ou aquele, não falava como um Pilatos em Jerusalém, nem como Górgias em Atenas, mas pensava e falava como um comedido e apaixonante Flávio Josefo,  Marco Aurélio, Plínio ou Horácio! Mas, porque era o candidato ideal para as marcoenses terras, pois era lúcido, consciente, coerente e apto, não era o candidato típico marcoense, não era o candidato ideal para Marco de Canaveses! Hip-hip Urra! Não ganhou as eleições! E ainda bem! Já viram o que era ter um presidente digno, honesto, trabalhador, capaz de levar o município a um outro horizonte? Graças aos céus, e aos marcoenses!, que tudo continua igual!
            Afinal de contas, o cansaço das pessoas era o da falta de promessas heroicas! Talvez promessas de que as festas se irão prolongar por 2 meses, que vamos ter o oceano Atlântico em Alpendorada e Vila Boa de Quires! Sim, só nestas duas freguesias!, pois deitam bem!, que vai haver vinho e biscoitos para todos e que vamos ter touradas mais frequentemente! Isso era o que este candidato devia ter dito e verborreado! Agora falar da necessidade da água e saneamento, da análise das águas, na aposta nos recursos endógenos, na valorização da paisagem milenar enquanto património e oferta cultural para um cidadão atento e amante das coisas belas, para quê?? Quem quer saber disso? Só mesmo quem tem a mania que é intelectual e pode mudar alguma coisa! Só algum cretino, diria Jorge de Sena!
            Mas basta, leitor amigo, basta de tanto atacarmos este candidato, pois ele não tem culpa de ser uma pessoa excepcional e que causa admiração! Ele não tem culpa de não ser cretino e de não andar com os olhos provincianamente fechados! Ele não tem culpa de ser assim, de ter esse grande defeito, digno de martírios tanto literários, quanto humanos, essa grande falta, essa grande miséria que é saber pensar, saber planear!
            Enfim, pelo cão! Graças por não termos tal homem digno e correcto como presidente da câmara! Já viram o que era assistir aos debates sem que houvesse ataques ad hominem, sem que se prolongassem verborreias infinitas, onde só se discutissem ideias e maneiras de podermos, em casa, abrir a torneira e ter água canalizada? Já viram o que era andar pelo país e dizer que éramos do Marco de Canaveses  e que tínhamos um presidente que nunca foi político? Que veio fazer o que faz falta? Um presidente que daria orgulho, brio, paixão e desejo de estar sempre e sempre a dizer que éramos de Marco de Canaveses? Porra, isso seria uma grande maçada!
            Continuamos iguais, orgulhosamente o 12º pior concelho do país para se viver! Ficar triste com isto?! Por quê?

            Vamo-nos, mas é, rir, pois!