terça-feira, 27 de novembro de 2012

V Feira das Papas na Livração




É já no próximo sábado, dia 1 de Dezembro, que se realiza a  V Feira das Papas, organizada pela Associação Cultural da Casa do Povo da Livração

Depois do sucesso das edições anteriores e da última Feira do Verde, ainda no mês passado, a ACCPL brinda-nos, assim, com mais uma proposta cultural e gastronómica, para passar uma noite agradável, num ambiente familiar. 
Um evento a não perder!



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Secretário-geral da Juventude Socialista no Marco Canaveses para apoiar iniciativa Mercado Sem Ti = Marco Sem Vida


Decorrerá no próximo sábado, dia 24 de Novembro, um jantar convívio organizado pela Juventude Socialista do Marco de Canaveses (JS Marco). Este evento está englobado na iniciativa Mercado Sem Ti = Marco Sem Vida e contará com a presença do Secretário-geral da Juventude Socialista (JS), João Torres, com o presidente da federação distrital do Porto da JS, Tiago Maia, bem como com dezenas de militantes de diversas proveniênicas da região do Tâmega, Douro e Porto desta juventude partidária. O jantar decorrerá no restaurante Plátano, na cidade do Marco de Canaveses, a partir das 20h.

Este jantar tem como objetivo apresentar a iniciativa que a JS Marco – Mercado Sem Ti = Marco Sem Vida – tem vindo promover no sentido de dinamizar os Mercados Municipais do concelho, com maior ênfase no público jovem, exortando este a experimentar e a conhecer estes espaços. Esta estrutura juvenil considera que os Mercados Municipais estão num processo de deterioração contínua, de há uns anos a esta parte, sendo perentória a necessidade de fazer algo relativamente a isso. É defendida por vários quadrantes da nossa sociedade a necessidade de preservação destes espaços, espelhos fieis das nossas raízes culturais e socioeconomicas enquanto população, sendo para isso inexorável a urgência de lhes conferir novas formas, atribuir novos contornos que permitam que os Mercados Municipais se adaptem ao contexto atual.

A JS Marco desenvolve esta iniciativa de forma faseada e organizada, procurando diferentes objetivos em cada fase. Atualmente procuramos fazer a divulgação dos Mercados Municipais. O primeiro veículo de informação foi o meio online, que continuará a ser utilizado, e passaremos agora ao segundo momento da divulgação: contacto direto com os marcoenses – jovens e menos jovens – no sentido de dar a conhecer a estes os Mercados, apresentar-lhes os produtos que se podem neles encontrar e os fantásticos preços aí praticados. Este jantar servirá de ponto de encontro dos jovens socialistas da região que reconhecem nesta temática, e nesta iniciativa em particular, validade e importância ao ponto de se aliarem à concelhia marcoense no momento de divulgação da mesma juntos dos jovens. Nesse sentido será feita uma ação de rua logo após o jantar, iniciando de imediato os trabalhos de divulgação.

A escolha do restaurante Plátano não é, de todo, um acaso. A JS Marco irá muito em breve dar inicio à segunda fase da iniciativa Mercado Sem Ti = Marco Sem Vida: Parcerias. É com este pano de fundo que se optou por fazer o jantar no restaurante Plátano, uma vez que este anuiu positivamente ao desafio por nós colocado de dar o seu contributo em prol dos Mercados Municipais. Com efeito, o restaurante Plátano é atualmente um consumidor de produtos locais, em particular de produtos comercializados no Mercado Municipal do Marco de Canaveses. A JS Marco reconhece o devido mérito a esta forma de trabalhar do restaurante Plátano e procurou junto deste estabelecer uma parceria para valorizar a iniciativa e, mais importante que isso, os Mercados Municipais. Em breve será anunciada essa mesma parceria, estando certos de que o restaurante Plátano é uma das empresas exemplares do nosso concelho e que a sua política de compras de produtos frescos é um baluarte da sua atividade.

A JS Marco lança o desafio a todos os marcoenses: estejam atentos, nos próximos dias 8 e 9 de Dezembro todos poderemos ajudar um pouco os produtores e comerciantes dos Mercados Municipais. Em breve adiantaremos detalhes desta iniciativa a concretizar em parceria com o restaurante Plátano.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Nicolau Santos e o menino que Gaspar não conhece

Vale a pena ler e divulgar este texto de Nicolau Santos no seu blogue "Keynesiano, Graças a Deus" do Jornal Expresso
 
 
Supermercado do centro comercial das Amoreiras, fim da tarde de terça-feira. Uma jovem mãe, acompanhada do filho com seis anos, está a pagar algumas compras que fez: leite, manteiga, fiambre, detergentes e mais alguns produtos.
Quando chega ao fim, a empregada da caixa revela: são 84 euros. A mãe tem um sobressalto, olha para o dinheiro que traz na mão e diz: vou ter de deixar algumas coisas. Só tenho 70 euros.
Começa a pôr de lado vários produtos e vai perguntando à empregada da caixa se já chega. Não, ainda não. Ainda falta. Mais uma coisa. Outra. Ainda é preciso mais? É. Então este pacote de bolachas também fica.
Aí o menino agarra na manga do casaco da mãe e fala: Mamã, as bolachas não, as bolachas não. São as que eu levo para a escola. A mãe, meio envergonhada até porque a fila por trás dela começava a engrossar, responde: tem de ser, meu filho. E o menino de lágrima no canto do olho a insistir: mamã, as bolachas não. As bolachas não.
O momento embaraçoso é quebrado pela senhora atrás da jovem mãe. Quanto são as bolachas, pergunta à empregada da caixa. Ponha na minha conta. O menino sorriu. Mas foi um sorriso muito envergonhado. A mãe agradeceu ainda mais envergonhada. A pobreza de quem nunca pensou que um dia ia ser pobre enche de vergonha e pudor os que a sofrem.
Tenho a certeza que o ministro Vítor Gaspar não conhece este menino, o que seria obviamente muito improvável. Mas desconfio que o ministro Vítor Gaspar não conhece nenhuns meninos que estejam a passar pela mesma situação. Ou se conhece considera que esse é o preço a pagar pela famoso ajustamento. É isso que é muito preocupante.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Gaitada da Decadência - A bem aventurançazinha da religião



       A Religião e a religião da Igreja e da igreja.
      O Paraíso e um casaco novo no corpo. O perfume da moda e o Espírito Santo.
      Os Santos e as flores que não ficam lá nada bem.
Amigo leitor, aqui estamos novamente perante este grande mundo que é o nosso. Chamar-lhe-ia mundo cão, mas não devemos ofender a espécie canina com as nossas mofas e asneiras. Sim, caro leitor, com as nossas asneiras, as da humanidade.
Com o vento que chega do Sul e de Este, chegou-nos o badalar dos sinos de igrejas várias espalhadas por este concelho de Marco de Canaveses. Com certeza que este exemplo será, em parte, reflexo do resto do país, pois em todos há igrejas e sinos e padres. E se não houver padre chama-se lá a televisão que alguma coisa se há-de arranjar, pois o que interessa é aparecer aos domingos na igreja todo perfumado e bem vestido, não vá o vizinho comentar pela freguesia ou pela cidade que não fomos à missa ou então que fomos com a mesma roupa da semana pretérita. Não se vá agora dizer que isto é mentira, pois se não tem um valor de verdade tem, sim, um grande valor negativo. E além do mais todos sabemos que o concelho de Marco de Canaveses já mostrou várias vezes a sua sábia postura política e maneiras, como se afirma na língua de Hugo, politesse. Um exemplo de cidadania, não tenhamos dúvida!  E o mais engraçado é que as figuras do poder aparentavam ser daquilo que se chama direita e centro-direita ou democracia cristã em política, mesmo até de partidos com índole cristã! Bem-haja, direita, pois Deus é maneta e só acolhe os seus filhos à direita, coitados daqueles que se dizem de esquerda, parece que o inferno é a única solução. Talvez seja esta a explicação dos partidos de direita serem mais conservadores, com perdão da ingénua e quase saramaguiana voz.
Assim, a Religião chegou hoje às nossas páginas, à tinta das nossas finas penas, pois delgadas são as mãos e o personagem que vos escreve isto. Para Ramalhal figura não temos fôlego e só nos comparamos a Eça simplesmente pela esguia estatura, nada mais. Não se vá agora dizer que este gaiteiro se vangloria por ser  Queiroziana figura só pela magreza e não pelo talento. Nunca pelo talento!
Ora, a religião anda pelos mesmos caminhos que o país! A religião e o país andam pelo mesmo caminho que é fora da estrada, que é por desvios e atalhos. Já diz o povo que quem se mete por atalhos acaba por se meter em trabalhos.
Se o país está podre, o que havemos de dizer da igreja? Fazemos desde já a distinção entre igreja e Igreja, assim como Religião e religião, pois nem sempre a Igreja tem Religião, tendo sim, muitas vezes, religião ou religiosidade popular.
Assim, a nossa pena e os nossos monóculos de sol, pois ainda vai havendo sol e não suportaríamos escrever com monóculos normais, deitam-se com este tema, tal como a morte se deita com todos nós.
Eis a fórmula da religião nestas benditas igrejas. Sim, caro leitor! É possível criar fórmulas! Repara como é a receita deste bolo sem açúcar que é a religião e a igreja das aldeias e cidades:

Um pároco com mais de setenta anos, de preferência que seja bom comedor;
Uma população com pouca instrução;
Uma juventude tão interessada na religião como na monarquia e na cultura (menos a juventude isidorense, que serve de metonímia à juventude marcoense);
Uma mão cheia de beatas e línguas delatoras e invejosas;
Uma bíblia ou livro com orações;
Uma aposta invejável na cultura e na arte.


Eis a receita, caro leitor amigo! Agora a fórmula, o procedimento para fazer esta receita é simples, básico:
            Colocar o padre em banho-maria durante muitos anos sobre essa freguesia, bater a população com pouca instrução até ficar em pedras com olhos; Atirar essas pedras à juventude para a arreliar até ficar no ponto; com as línguas delatoras pincelar a igreja e a localidade sempre com a bíblia na mão, de preferência uma bíblia que seja da cor da equipa de futebol do padre, não vá ele zangar-se mais do que o habitual! Por fim, esperar pela aposta na cultura e na arte por parte das juntas de freguesia e das câmaras municipais, que são uns mecenas extraordinários, exemplares!
Assim, caro leitor, tens a receita de um bolo suculento, polémico, em que a vidinha é o objectivo da existência, em que o que os outros fazem, compram, têm, é que interessa verdadeiramente!
            Blague!
            Eis a religião e a igreja.
Uma miríade caleidoscópica, com perdão do atrevimento vocabular, de dogmas personalizados, de orações feitas e repetidas ocamente e sem sentido durante gerações sem fim. E estes dogmas de que falamos são a ignorância, a intolerância para com o progresso, o não saber cativar e chamar a juventude. Adaptando as palavras de Kennedy, pois julgamos ser necessário este pensamento: “Não perguntes o que é que a Igreja pode fazer pelos crentes. Pergunta antes o que é que os crentes podem fazer pela Igreja.”
            Mas não penses, caro leitor, que a juventude é a vítima. Não é não! Em determinadas igrejas há incentivos por parte de outros jovens que querem mudar, inovar a igreja. Esses jovens fazem e pensam, apelam, anunciam eventos, palestras, retiros, debates sobre a religião e a sua importância, mas essa juventude nem lá põe os pés, nem quer saber! E perguntas tu porquê, amigo leitor.
            Respondemos-te de uma maneira simples, directa e verdadeira, pois a verdade e a justiça são as nossas luzes.
            Essa juventude é podre, fala mal pelas costas e é invejosa! Sim! INVEJOSA! E não quer saber das coisas que são feitas por outros, querem sim é que se veja o que eles fazem, porque isso é que é bom, quando às vezes – e com o às vezes queremos dizer quase sempre – é um verdadeiro e grande escrupuloso detrito. Vê o às vezes como um eufemismo, amigo leitor.
            Por isso, atenta, leitor amigo, pois a culpa é dos dois lados!
           Como dissera o padre António Vieira: “Ou é o sal que não salga ou é a terra que não se deixa salgar”. Ainda mal, caro leitor, ainda mal!
        Todos sabemos que a igreja é constituída pelos crentes, cristãos, das várias orientações, neste caso em particular, católicos, que segundo a etimologia quer dizer universal.
            Ora, o que é que os crentes podem fazer pela igreja?
            O que têm vindo a fazer: nada! Julgamos ser esse o redentor caminho com entrada livre e com cartão de descontos no inferno, seguindo uma lógica cristã.
Como os nossos monóculos de sol são atentos e sensíveis como as delicadas patas das aranhas mais raras que tecem as teias muito delicadamente, falamos com alguns jovens cristãos, entre eles alguns seminaristas e antigos seminaristas que nos deram as seguintes respostas.
            Dizemos-te isto, caro leitor amigo, para veres que o que aqui é exposto e escrito não é fruto da nossa Queiroziana e pouco Ramalhal figura, que não é fruto das mais finas e sábias imaginações, como foram as dos nossos mestres pioneiros. Para veres e atestares, caro leitor amigo, que o que nos interessa é a verdade e a justiça.
            Assim, esses personagens que amavelmente falaram connosco disseram-nos que há duas coisas fundamentais a incrementar/mudar na Igreja.

Reformular o colégio de cardeais do Vaticano, de modo que os bispos e cardeais mais jovens, assim como os missionários possam estar presentes nas suas reuniões e concílios;
Abrir as portas da Igreja ao mundo, isto é, tornar a igreja verdadeiramente universal, despir-se do seu fausto, apanágio de séculos passados, e diminuir o clero secular significativamente.

Ora, segundo estes nossos católicos amigos, a igreja necessita de arregaçar as mangas e dar de comer aos que têm fome. Não só a fome espiritual, como a Igreja tanto preconiza, mas também a fome de pão que vem da terra e não do céu, como o maná no deserto veio para Moisés e o seu povo.
   De facto! Caro leitor, não precisará a Igreja Católica de um rejuvenescimento? Não precisará ela de cativar a juventude se quiser ser uma Igreja jovem, apelativa, dinâmica, acolhedora?
    Talvez esta Igreja prefira viver com esta religião de letras minúsculas, de mentalidades minúsculas, de verdadeiros actos de fé e caridade de fim-de-semana!
   O que se vê nesta gloriosa sociedade, fina, chic, culta, activa, nada interesseira, trabalhadora, nova riquinha, católica, ateia, é um reflexo daquilo a que nós chamamos a religião, religião com letra minúscula, religião que parece tornar as pessoas ainda mais minúsculas, religião de minúsculos e para minúsculos de mente e espírito.
     Ora, é fascinante notar esta religião e os seus seguidores. É um voltar a séculos passados.
    Toda esta religião e religiosidade reside em ir à missa ao domingo (ou sábado) para inglês ver, vestir bem e tentar ficar nos bancos da frente, onde se vê tudo. E se passar por um pobre na rua que pede uma refeição faz que não o ouve!
            Hossana nas alturas! Hossana nas alturas! Hossana nas Alturas! Como é maravilhoso estar numa igreja uns dez a quinze minutos antes da eucaristia começar e escutar as múltiplas vozes a cochichar, os saltos altos, novos, que a vizinha de cima comprou e fez questão em mostrar; o casaco novo do professor x, as estridentes e afinadas vozes do coro que faz questão de cantar porque é maravilhoso; o barulho das crianças que quase são empurradas para os bancos da frente; os olhares de todos que se viram para alguém que tenha entrado pela porta lateral.
       São tantas vozes, tantos cochichos, tantos cânticos ensaiados e afinados, tantas gritinhos abafados que quase nos esquecíamos dos santos que olham fixos e espantados para todos estes acontecimentos tão importantes para a vidinha para a salvação das almas! Porque é olhando para quem acabou de entrar na igreja, é falando pelas costas daqueles que estão no outro banco, é criticando fulano, sicrano ou beltrano pela sua vida que iremos ter entrada directa no Paraíso dos Justos, dos Dignos, dos Escolhidos! Blague!
      Acreditamos que chega uma altura em que os próprios santos se devem questionar do que é que estão ali a fazer. São eles que se sentem mal por estar naquela igreja, aliás, são eles que estão a mais porque as flores que estão a enfeitar não combinam com os seus trajes. Um destes dias, parece-nos, leitor amigo, que o sindicato dos santos revoltar-se-á e irá fechar a porta das igrejas aos crentes minúsculos. Bem aventurados os ricos em dar à língua, porque deles é o lugar primeiro nos cafés!
           Julgamos nós que no livro dos livros, a Bíblia, mais propriamente no Novo Testamento, para quem preferir, a Nova e Eterna Aliança, diz que Jesus deu vista aos cegos, fez andar os paralíticos, deu de comer a mais de três mil pessoas, deu de beber a quem sede tinha, entre outras obras grandiosas e milagrosas, apanágio de um filantropo, apanágio, utilizando agora conceitos religiosos, de um Deus, de histórias de um bom Deus, com perdão da Rilkiana voz
            Por isso, existe A Religião e uma religião.
            Na religião ficam estes costumes supramencionados, muito úteis para o senso comum. Com certeza que quem os pratica dirá que isto é mentira. Eu percebo, caros amigos. Mas, em tempo de crise é necessário fazer publicidade por causa da concorrência!
            Rigolade!
        Leitor amigo, se houvesse Religião em todos os poros da existência humana, talvez fosse tudo um pouco diferente.
            Eis que chega a altura de recorrermos a um ilustre amigo nosso, o Sr. Carlos Fradique Mendes.
Este senhor percorreu todas as religiões até as esgotar, nunca as desrespeitando, aliás, entendeu-as com profundidade e intensidade. Mesmo sendo o autor de “Esmaltes e Jóias” obra poética que desde já recomendamos, assim como os poemas nórdicos e românticos que recomendamos também, estes do poeta Ulurus, fantástico homem, de porte atlético, diletante e dândi, chegou à conclusão que é necessário respeitar todas as religiões, pois todas as religiões, diz ele, são verdadeiras, no entanto, nenhuma delas detém a verdade absoluta nem o fundamento, pois seria necessário estarem à frente da verdade e do fundamento, coisa que não estão.
            Como podes ver, leitor livre e amigo, este Fradique é um homem sábio, um verdadeiro diletante.
      Enfim, continuamos a ouvir o órgão desafinado tocando afinadamente. As beatas continuam na sua reza. O padre a todos abençoa. O perfume novo da vizinha paira no ar criando uma atmosfera lasciva e convidativa. As crianças e os velhos quase que adormecem, enquanto Cristo, esse, coitado, lá faz o que pode, pendurado na cruz, nesse mesmo madeiro onde ergueu, como disse um escritor nosso ainda vivo, “a ingénua hipótese do amor”.
            Vamo-nos rir, pois!
             

Contributo de Clarisse Carneiro, estudante Engenharia Ambiente




terça-feira, 20 de novembro de 2012

COMBOIOS: Quem acredita na ELETRIFICAÇÃO?

Foi através da Rádio Clube Penafiel (através de António Orlando) que soube que, mais uma vez, a eletrificação da linha ferroviária do Douro vai avançar. Esta afirmação é da responsabilidade de Rui Lopes Monteiro – presidente da REFER – e vem materializar aquilo que muitos marcoenses ( enão só) anseiam ouvir desde há muito tempo, mas... Será mesmo verdade?! Irá mesmo acontecer?
A verdade é uma: a responsabilidade do investimento na eletrificação da via férrea em questão é precisamente da REFER, uma vez que é esta a organização responsável pela gestão e valorização das estruturas de transporte ferroviário no nosso país. Claro está que o financiamento desta mesma empresa é da responsabilidade do Governo da República Portuguesa. Deste modo é fácil assumir que a obra avançará assim que haja vontade política por parte do governo para que esta seja uma prioridade de investimento. Mas, precisamente aqui é que reside o problema: no investimento.
Este é um conceito a que este governo pouco ou nada tem configurado forma material. As razões são diversas, todos sabemos, mas o investimento esse... É ZERO! Como tal... Custa-me imenso a crer que esta obra avançará no breve prazo. Mas desengane-se quem lê nestas palavras um regozijo pela não concretização desta empreitada. Nada mais errado! Avançando, eu serei um marcoense tão feliz quanto todos os outros... Independentemente das cores partidárias, o Marco Canaveses está a sofrer, de forma severa, com este atraso.
Teremos eletrificação em breve? Não creio, nada mesmo! Mais surpreso me deixou esta notícia quando observo o contexto em que ela surge. Quem utiliza e conhece a realidade da linha ferroviária entre o Marco Canaveses e o Porto sabe que esta notícia tem muito pouco de verdade! Ou não estivessemos nós perante uma ligação ferroviária cuja regularidade de serviço é assustadoramente baixa e cuja informação sobre horários de serviço é escassa. Os utilizadores da linha do Douro não sabem!
 
NÃO SABEM se o comboio estará lá pronto a arrancar!
NÃO SABEM se o comboio chegará a horas!
NÃO SABEM se o comboio que sai do Porto até Caíde encontrará ligação para o Marco Canaveses!
NÃO SABEM que bilhete deverão adquirir!
NÃO SABEM a que horas chegarão a casa!
NÃO SABEM se necessitam de pedir alguém que os vá buscas à estação!
NÃO SABEM se necessitam deslocar-se a Caíde para poder ir estudar/trabalhar/comparecer aos compromissos!
Os MARCOENSES NÃO SABEM: A Câmara Municipal não transmite qualquer informação, a CP assobia para o lado, empurrando de forma airosa a responsabilidade para o terreno dos maquinistas, os maquinistas apontam o dedo a uma CP que se recusa a alocar recursos humanos para esta linha...
Perante tudo isto, eu coloco ao leitor a mesma questão que se me assoma:
ACREDITA NA CONCRETIZAÇÃO EM BREVE DA ELETRIFICAÇÃO?
Desculpem-me se isto se assemelha a pessimismo (quem me conhece sabe que de pessimista tenho pouco), porém, da minha ótica, esta é apenas mais uma tirada vazia de sentido por parte de um responsável por esta degradante situação deste serviço público.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Comunicado do Vereador Artur Melo: O PS em Frente


O Governo apresentou a sua quarta versão do novo mapa judiciário e, mais uma vez, o presidente da Câmara Municipal e o deputado Luis Vales manifestaram publica satisfação. Esta concordância com o Governo por parte destas personalidades é recorrente, pois em junho passado quando o mesmo Governo pretendia esvaziar o tribunal do Marco e passar as suas competências para Valongo e Gondomar, também fizeram alarde da sua satisfação. Por isso, em vez de ataques ao PS e ao seu Vereador deveriam refletir sobre a sua coerência neste processo.

Na reunião de Câmara de 25 p.p. tive a oportunidade de demonstrar que esta nova versão do mapa não corresponde aos anseios das populações, apesar de já não conter o disparate que era enviar os marcoenses para os tribunais de Valongo e Gondomar. Aqui vale a coerência de todos os que se opuseram ao que se pretendia fazer.
Paralelamente, desvirtuou-se o tribunal do Marco quanto às suas competências na medida em que se perdeu a secção de Família e Menores sendo substituída pela de Instrução Criminal. Convém esclarecer que esta instância não julga e somente ouve os intervenientes no processo, se for o caso, e depois, sim, remete para julgamento na secção respetiva.
Perante esta solução o tribunal do Marco vai perder e muito relativamente àquilo que tinha. E para que não restem dúvidas, enuncio o movimento processual entre 2008-2010 nos concelhos a cuja área territorial correspondem as competências do tribunal do Marco:



Foi, pois, com estupefação e incredulidade que vemos agora o tribunal do Marco perder a secção de Família e Menores, uma vez que era a reivindicação de todos os intervenientes neste processo. O Marco deixará ter 2113 processos para passar a ter 298, ou seja, menos 1815, a cidade perderá movimento com os naturais reflexos na economia local e os marcoenses que tinham esse serviço disponível na sua terra terão de passar a deslocar-se para Lousada. E se atentarmos à atual situação económica e social do país e do concelho, em que os mais afetados são famílias e cidadãos com graves carências, facilmente se verá quem defende os interesses dos marcoenses e quem sai severamente fragilizado deste processo.

Por isso, se,
O Marco como cidade e região vai ficar a perder, o tribunal vai ser desvalorizado, a economia local mais pobre, a Justiça mais cara,
O presidente da Câmara e o deputado Luis Vales congratulam-se de quê?
O Povo que ajuíze.

O Vereador do PS,

Artur Melo e Castro

Marco de Canaveses, 30 de Outubro de 2012


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Mercado Sem Ti = Marco Sem Vida

Deixamos aqui a visão do Gabriel Carvalho acerca dos mercados municipais. Jovem camarada de Amarante, licenciado em Relações Internacionais. Podes acompanhar o nosso trabalho neste e noutros assuntos através da nossa página de facebook ou na página da iniciativa Mercado Sem Ti do nosso blogue (atenta aos separadores).
 
 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

JS Marco com maior visibilidade a nível nacional


O XVIII congresso nacional da Juventude Socialista (JS), realizado entre os dias 2 e 4 de novembro, foi um marco histórico para a concelhia do Marco de Canaveses da JS e para a Federação distrital do Porto desta juventude partidária. O evento, decorrido na cidade de Viseu, contou com a participação de mais de 700 delegados desta estrutura política, oriundos de todo o continente e ilhas. O XVIII Congresso Nacional da JS consagrou João Torres como novo secretário-geral da estrutura de juventude partidária, votando a sua moção global de estratégia “Niguém Fica Para Trás | Juventude em Proximidade” como a matriz estratégica para o mandato de 2012/2014. Além da moção global de estratrégia foram apresentadas ao congresso 85 moções setoriais que enriqueceram e diversificaram o debate político em torno de questões dos mais diversos quadrantes da sociedade.

Em primeiro lugar, a JS Marco felicita o camarada João Torres, eleito secretário-geral da JS. É a primeira vez que o máximo dirigente nacional da estrutura é proveniente do nosso distrito. João Torres foi sempre amigo e interveniente ativo na agenda política promovida pela Juventude Socialista do Marco de Canaveses. Proveniente da Maia, com 26 anos de idade, sempre mostrou trabalho de excelência ao longo do seu percurso académico, profissional e político e, por isso, chega com mérito a este novo cargo.

A JS Marco congratula-se também por ver o presidente desta concelhia ser eleito como membro efetivo da Comissão Nacional da Juventude Socialista, facto inédito na história da nossa estrutura. Miguel Carneiro assumiu o cargo há cerca de um ano, período em que a JS Marco cresceu em qualidade e quantidade, justificando deste modo o claro voto de confiança nele depositado por parte de João Torres.

De referir também o título de militante honorário atribuído no congresso nacional ao ex-presidente da concelhia marcoense Bruno Caetano. O antigo líder tem sido sempre destacado a nível distrital e nacional pelo empenho e participação que sempre dedicou à causa da organização, tendo merecido amplo consenso a sua nomeação para militante honorário.

A atividade da concelhia marcoense da JS não se ficou, no entanto, por aqui. O jovem militante desta estrutura e estudante do mestrado integrado em arquitetura da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, Pedro Leal, foi o 1º subscritor de uma moção denominada “C+P: Cultura com Presente”. Moção esta que mereceu apoios e elogios um pouco por todo o país, uma vez que foi desenvolvida num clima de cooperação entre estruturas e entre militantes cujos currículos pessoais e profissionais são provas irrefutáveis da sua capacidade artística.

Estes foram alguns dos destaques da reunião magna dos jovens socialistas, em que o Marco de Canaveses se apresentou com uma comitiva de seis militantes, dois deles delegados eleitos e quatro convidados. Em três dias, os trabalhos revelaram-se de extrema importância, tendo em conta a difícil situação que o país vive e a consciência de que uma política diferente para o país é urgente e necessária.

António José Seguro marcou presença, tal como diversos secretários-gerais da JS, em Viseu no último dia do congresso, conferindo um brilho especial à ocasião. O secretário-geral do Partido Socialista, e antigo líder da JS, fez questão de felicitar a nova direcção da juventude partidária e de deixar audazes incentivos para que os jovens socialistas sejam um motor de mudança e progresso de que o país tanto precisa. António José Seguro encerrou, deste modo, um congresso que consagrou João Torres como secretário-geral da Juventude Socialista e, com isso, premiando o trabalho sólido e de qualidade que a federação distrital da JS tem vindo a desempenhar de há uns anos a esta parte.

sábado, 10 de novembro de 2012

Novembro, dia 10

Como de costume, hoje foi dia de almoço fora de portas. Frio e chuva com ventos infernais na parte de trás da porta, calor e intensidade pela parte de dentro. Foi assim.
A conversa fluía à medida que os segundos transitavam entre o tempo indefinido de estarmos ali sentados e o espaço eternamente intenso de ali estar... Temas foram abordados de forma simples, ainda que sublime, e a esperança ganhou novo fôlego: o mar das nossas vidas pela primeira vez era navegado por nossas naus; a igreja, representada por um padre defronte, parecia, à primeira vista, ser honesta e séria; a família de camponeses por de trás de nós conversando sobre pesca e agricultura, que enfim é a sua vida; e o dono, padecendo de embriaguez, abrindo portas à chuva exógena, gritava altivamente: "entrai sobre este calor intenso!".
Não podia precisar o que realmente se passou naquele instante. Porém, sei que aconteceu. Enquanto estava sorridente no diálogo catastroficamente cómico chegou uma mulher que, diga-se de passagem, não caminha para nova, de cabisbaixo nos desejou bom apetite - ela que, alias, sempre sorridente nos fala abertamente - com a perna mórbida. Não ficando contente com o que via, ergui a voz ao alto e perguntei-lhe:
- Afinal, o que lhe aconteceu? - disse-o espantado
Uns breves segundos de silêncio fizeram sentir-se na sala de jantar até que, de repente, respondeu resignada:
- Dei cabo desta perna, senhor.
- E já tratou de ir ao médico? Olhando para si, parece ser grave. - disse eu
- Oh, é claro que já tratei de ir. Mas só tenho vaga para dia 21. Infelizmente é o país que temos...
A conversa por ali seguiu sem nexo e acabou sem desfecho. Não esperei mais. Talheres arrumados, café a chegar e este trecho termina assim.
Álvaro Machado - 14:53 - 10-11-2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A Gaitada da Decadência - Uma boa Família Portuguesa


     Como Portugal se tornou numa família exemplar em estética parlamentar e governativa. Um pai alcoólico; Uma mãe cocotte ; Uma cambada de filhos delinquentes.
            O tecido social e um Kinder chocolate.
            O início de uma lista com receitas de bons cozinhados que acabam sempre em caldeirada ou então dão em coligação com sal mais.
 

            Aqui estamos nós, outra vez, leitor amigo e discreto, leitor que não comenta estas nossas palavras tão chics, tão refinadas e temperadas como um daqueles pratos com um nome complicadérrimoem francês.
            Desculpa este nosso devaneio pseudo estético-gastronómico, mas estas nossas brincriações, como diria Mia Couto, abrem-nos o apetite.
            Entra, leitor amigo. Pelo cão! Entra, senta-te e fecha a porta, por favor, que começa a fazer um frio digno de Novembro. Senta-te, amigo leitor, e respira connosco estas palavras, esta gaitada, mesmo que nada percebamos de música, pelo menos sabemos desafinar aquilo que se passa à nossa volta.
            Desta vez, vamos fazer uma viagem até aos campos da psicologia, da antropologia e da sociologia. Vamos sobrevoar uma família portuguesa que tem uma capacidade artística fantástica: a do desdobramento e da heteronímia. Não, não vamos falar de Carlos Fradique Mendes, o primeiro heterónimo português, criado por Eça de Queiroz, Jaime Batalha Reis e Antero de Quental, ou então do mestre da heteronímia, Fernando Pessoa que, com medo que lhe tirassem o epíteto de drama em gente jamais mencionou Eça e Fradique Mendes. Descansa, leitor amigo, não vamos falar de Literatura nem de escritores, pois isso não serve para nada! Aliás, “Letras é decorar”, como já vezes várias ouvimos por este bendito país! Criar mundos com as palavras e mostrar uma visão diferente da história e do mundo através dessa manifestação artística é de malucos, de doidos, de gente que quer desvirtuar a exactidão científica da história e das ciências que são o futuro. Aliás, quem estuda essas coisas ou é muito burro ou não sabia muito bem o que fazer do futuro e lá comprou um pacote de iogurtes e lá lhe saiu um curso em Letras e nas Humanidades. Gente dessa área só sabe vir com filosofias, só sabe fazer perguntas e pôr a pessoas a pensar. Que maçada! Isso não serve para nada!, caro leitor, serve para gastar folhas e canetas e páginas de Word e papel! Blague!
            Mas voltando ao que nos trouxe a estas paragens, vamos falar sim do desdobramento de uma família portuguesa, ou até mesmo de duas famílias. A ver vamos.
            Ora, esta família é muito complicada! O pai parece ser trabalhador e aplicado naquilo que faz. É um ás em economia, mas é também um joker na bagaceira. A mãe, muito católico e imbuída de valores cristãos, ama os amantes de igual forma, ama o marido como ama o jardineiro da esquerda ou o economista da direita. Deita-se em todas as camas que lhe fizerem desde que tenha lugar à mesa ou carro e regalias nas mãos. Os filhos, coitados, lá andam, asnos na escola financeira e silenciados pelos pais e pelos senhores que dão o dinheiro aos pais. Eles tentam ser do contra, pois já estão na idade das borbulhas e da mudança de voz. Mas a zanga é sempre a mesma, e os pais acabam por levar sempre a deles a melhor. O filho mais velho ainda vai pactuando com os pais de quando em vez, enquanto noutras alturas revolta-se e galifica-se o danado!
            Os mais novos, coitados, são sempre do contra, bem reclamam, e reclamam porque sabem que jamais terão razão ou poder para fazer alguma coisa. Mas até há vantagens nisso, pois ser do contra é sempre bom. E cómodo.
            Mas o que nos interessa nesta família, leitor amigo, é o caso do pai e da mãe, pois os vizinhos do lado, o senhor Hernando e a dona Pilar pensam que estes se dão lindamente, assim como os vizinhos que estão mais à frente, na casa ajardinada, o senhor Pierre e a dona Mathilde, pensam o mesmo. Já os vizinhos alemães, esses não! Esses sabem a história toda, aliás, eles trabalham no banco onde o nosso casal vai pedir mais um empréstimo! Vieram dizer-nos que são o senhor Friedrich e a dona Helga. Engraçado! Pensei que os nomes fossem outros, mas não desvirtuemos as informações que a vizinha alcoviteira ouviu enquanto passeava o “canicho”, como ela diz.
            De facto, este casal anda muito mal, mas só dentro de casa! Andam sempre às turras porque o marido compra mais vinho e não avisa a mãe. A mãe fica chateada com isso e ameaça avançar com o processo de divórcio, enquanto faz essas ameaças o pai embebeda-se, a mãe vai queixar-se às amigas íntimas (e às vezes até aos amantes), mas no fim tudo volta ao normal. Lá vêm eles de mão dada pelo rua abaixo, passam em São Bento todos engravatados e ensaiados (ensaiados no discurso e ensaiados no tecido!), todos sorrisinhos, todos carícias. Como é maravilhoso vê-los!
            Todavia, os filhos sabem que os pais não estão bem. Aliás, toda a gente sabe que eles andam muito chateados, mas todos fingem acreditar que está tudo bem! Ninguém chama a polícia quando ouvem os gritos e os copos e a loiça a partir! Às vezes os alemães vão lá a casa e quase que restauram a ordem. A senhora dona Helga não percorre os setecentos metros que a separam da casa deste nosso casal. Vem de Volkswagen carocha e sempre com uma cerveja preta na mão. Oh delícias gastronómicas! Oh maravilhas nórdicas! Oh eleitos chocolateiros! Então é vê-la a dar um puxão de orelhas ao bêbedo e à cocotte, toda corada e inchada, mais parecendo um kinder surpresa, e começa logo a ameaçar o senhor Lebre e a dona Janela que se continuam com aqueles disparates acabam-se os empréstimos a três, a cinco e a dez anos! Ela até lhes fala duns senhores com um nome meio russo que parecem vir do tempo da perestroika e que são exímios no comércio de retalho, pois gostam de cortar qualquer tecido, seja ele bom ou mau, manchado ou por manchar. (A nossa vizinha, a dona Insegura disse-nos que eles preferem o tecido social, pois é mais elástico e não custa nada cortar).
            Pois bem, leitor amigo, este casal é complicado! Mas lá se entendem. Lá se arranjam. Entre as bebedeiras e as tascadas do pai e as orgias e viagens da mãe ainda vão sobrando umas migalhas para os filhos do casal, para os filhos bastardos e para o país. Não te angusties amigo que lês estas palavras. Esse país não é o nosso. Não é a nossa mátria lusa, não é este nosso pequeno e bem gerido país que tem como berço o Atlântico e as ruas e as pontes. Este belo país que tem oportunidades para todos em caixas de supermercado, em call-centers, em restaurantes de fast-food! Oh empresa celestial! Oh saudosas vitórias de tempos que não são os nossos! Oh magnífico templo dos tachos e do barulho e das coligações com sal a mais!
            É tudo uma questão de gastronomia e de estética económico-parlamentar, caro leitor. E quando uma família ou uma coligação têm pólvora ou pimenta ou sal a mais há problemas sempre a surgir. Ainda bem que nada disto nos afecta, pois este é o melhor país dentro do melhor mundo possível! Ainda bem que nada disso acontece em Portugal, ainda bem que temos uma Segurança Social Implacável, tal como os senhores dos negócios de retalho. Ainda bem que a nossa coligação funciona a uma só velocidade e não há rixas internas. Elevemos as nossas mãos e as nossas carteiras às alturas e agradeçamos tudo o que é feito no nosso país, pois, pelo cão!, melhor seria impossível.
Ainda bem que o nosso país não é como aquela família desgraçada, em que todos reclamam e ninguém tem razão, em que os outros vêm mandar em nossa casa. Ainda bem que o nosso governo não tem sal a mais, senão isto estaria num caos e as manifestações multiplicar-se-iam como os coelhos ou os animais em época de cio. Ainda bem que este país de que falamos não é o nosso. Este país é aquele que essa família criou e tem vindo a construir, destruindo. Este país é o resultado de uma caldeirada salgada, picante, podre. Este país é o reflexo da mentalidade que o gere.        
            Descansemos, leitor fiel, pois em Portugal isto jamais pode acontecer, pois temos uma característica que, só por si, só o facto de dizê-la, faria criar cem mil postos de trabalho para licenciados, se tal fosse necessário: é que nós somos o melhor povo do mundo!
            Vamo-nos rir, pois!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O sucesso Marcoense




O sucesso só é alcançado em pleno quando partilhado por muitos. Assim é o palco e o mundo artístico. Um artista só se sente realizado quando alguém admira o seu trabalho.
Há uns anos poder-se-ia afirmar, com certeza, que a nossa terra, Marco de Canaveses, pouco ou nada teria para que nascessem músicos, pintores, escritores, pessoas ligadas à cultura e enfim tudo o que seja ligado ao ramo da arte. E, no entanto, eles nasceram. Destacaram-se por um talento nato e único…
Hoje é de bom grado que digo, com certeza: «Marco de Canaveses: uma terra repleta de jovens carregados de talento!». É de bom grado que pelas ruas fora encontro cartazes com eventos apelativos onde a cultura é o foco principal. É de bom grado sentir que haja talento a fluir de forma tão pura e criativa.
Os Varsóvia são o espelho disso. Uma banda que, em cada passo que dá, surpreende tudo e todos; que em cada concerto se nota um estilo próprio e inconfundível… (E uma banda Marcoense, pura e genuína!...)
A evolução não finda com músicos, apenas é o caminho para ser-se autêntico. A evolução que nos orgulha enquanto Marcoenses está neste espelho: as suas músicas espalham melodias arrepiantes; as letras, com uma ostentação à língua portuguesa, fazem vibrar o público; e o palco merece agora ser partilhado por todos nós…
Dia 9 de Novembro, sexta-feira, chega a altura da veia artística entrar por nós adentro e fluir com brilho. Os Varsóvia, com todo o seu talento, são o palco e nós somos o seu sucesso.
Gritar, sentir e vibrar ao som dos Varsóvia! O momento espera por nós! Cabe aos Marcoenses tornar este dia inesquecível!

Álvaro Machado