quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Divagando por João Valdoleiros


Depois da sanha revelada contra os idosos em diversas partes do Mundo – Japão, Grã – Bretanha, Portugal, etc. –  por pretenderem continuar a defraudar os cofres dos serviços de saúde com a sua exigência em permanecer vivos, surgem agora movimentações e apelos que se diriam de carácter caritativo, vindos principalmente da Finlândia e da Alemanha, se tivessem tido uma génese apoiada realmente numa moral cristâ.
Não foi com toda a certeza o caso.
O Ministro do Desenvolvimento alemão, senhor Dirk Niebel duma penada só, tentou tapar o escandalo da existência de produtos erradamente (?) rotulados contendo carne de cavalo à venda nas grandes superfícies de distribuição alimentar, afirmando que, como na Alemanha também há pobres e pessoas a passar fome, tais produtos retirados pelas entidades fiscalizadoras (as ASAEs da Sra. Merkel), dever-se-iam aproveitar e serem distribuidas aos pobres e assim ultrapassar em magnidade o deputado conservador (nota-se logo, não?) Senhor Hartwiger Fischer, que se deixou fotografar para um dos jornais de maior circulação na Alemanha comendo uma lasanha contendo carne de cavalo a fim de convencer os ditos pobres, os tais necessitados a aceitar esta oferta “envenenada”, declarando mesmo de cima da sua autoridade de bom gastrónomo não encontrar diferenças em relação às outras lasanhas.
Tamanha desfaçatez, só mesmo vindo dum simpatizante da direita. O homem nem se deu ao cuidado de se auto-criticar. Será parente do Fernando Ulrich?
Porém e só para aqueles que estejam fora do assunto em causa acrescentarei que, para além da burla em si (engano intencional na rotulagem do produto), na dita carne de cavalo foram detetadas substâncias químicas, mais concretamente do grupo analgésico e anti-inflamatório das butazolidinas, que poderiam criar situações de risco à saúde dos consumidores.
Ora, o ministro boche do Desenvolvimento alemão, pouco se terá preocupado com tal possibilidade, desde que fossem os pobres a consumir tais “petiscos”- esquisita esta  falta de preocupação, não vos parece?
A velha guarda nazista não faria melhor e como propaganda, nada melhor que encher o papo ao pobre, ao inculto, ao desafortunado, que na sua simplicidade ainda agradece e acaba venerando tais políticas.
Concluindo, acabamos todos a saber pela boca dum dos ministros da Sraª Merkel, que na Alemanha há duas classes de cidadãos – os arianos, os puros e os outros, os pobres, os miseráveis, os descendentes dos turcos, dos portugueses,etc., enfim, de todos aqueles que com o seu trabalho ajudaram a levantar dos escombros um povo vencido, mas não convencido e derrotado.
Cuidado, para eles somos apenas PIGGs.
Um abraço a todos
João Valdoleiros

O memorando falhou por João Torres



São por todos conhecidas as circunstâncias que levaram Portugal a pedir ajuda externa, no primeiro semestre de 2011. O programa de assistência financeira, sustentado pela assinatura de um memorando de entendimento com a Troika, tinha, para nós, dois objectivos fundamentais: assegurar o financiamento do Estado e da economia e poder, de alguma forma, recolocar o país numa trajectória de crescimento económico. Foram muitos aqueles que, de imediato, evidenciaram as contradições do memorando. É claro que o crescimento económico não poderia ser alcançado com uma cartilha neoliberal obcecada com a necessidade de reduzir o peso do Estado na sociedade.
Quase dois anos volvidos sobre o início da vigência do programa de assistência financeira, importa reflectir sobre o caminho que temos trilhado, percebendo se, efectivamente, a austeridade “custe o que custar” nos está a conduzir a um cenário de consolidação das finanças públicas ou se, muito pelo contrário, nos está a afastar precisamente desse objectivo, levando a que, dia após dia, tenhamos piores condições para assumir os compromissos que honramos com os nossos credores. Os indicadores estatísticos e os mecanismos previsionais de que dispomos não deixam margem para dúvidas. A taxa de desemprego – em particular a taxa de desemprego jovem – a dívida pública e o (de)crescimento do PIB ilustram bem a gravidade do momento presente. O memorando falhou. E a direita tem obrigação de explicar aos portugueses como pode um país mais pobre assegurar melhores condições para pagar a dívida. Por mais contraditório que possa parecer, a verdade é que este foi o pressuposto da governação de direita ao longo dos últimos 20 meses. E de nada nos adiantou a antecipação do regresso aos mercados financeiros, que ficará para a história deste processo como uma vitória de Pirro. Afinal de contas, em que medida se traduziu esse facto numa melhoria da condição de vida dos portugueses?
Soluções para crises globais, com uma dimensão fortemente sistémica, não podem ser apresentadas parcelarmente. Enquanto a união económica e monetária em que estamos inseridos – bem mais monetária do que económica, sejamos francos – não proporcionar mecanismos de solidariedade entre os seus Estados-membros, que permitam um nivelamento das taxas de juro inerentes à emissão de títulos da dívida pública, as crises especulativas de que fomos alvo com particular severidade poderão continuar a acontecer no futuro, sem qualquer causalidade legítima. Ainda que a intervenção moderada do Banco Central Europeu tenha tido um efeito positivo, ainda não se construíram, nem tão pouco se vislumbram, os pilares de uma reforma europeia que, efectivamente, garanta a sustentabilidade do projecto europeu e, por conseguinte, lance alicerces para a criação de riqueza nas economias periféricas do Velho Continente.

João Torres

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Encontros com as Curtas


Já faz algum tempo que não é apresentado neste espaço projectos nacionais de curtas metragens. Contudo nem é cedo nem é tarde para apresentar "Assim Assim". Uma curta-metragem de Sérgio Graciano, que apresenta o lado dos relacionamentos de forma proeminentemente real.A vida é "Assim Assim"?

Boas curtas.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Limitação de mandatos e renovação da democracia - Nota Imprensa JS Porto


A Federação Distrital do Porto da JS manifesta a sua concordância com a actual redacção e espírito da lei de limitação de mandatos que impede um quarto mandato consecutivo independentemente da autarquia, em nome da credibilidade do nosso sistema democrático e do respeito pelos eleitores.

A Federação do Porto apela a uma posição pública clara das restantes juventudes partidárias e dos partidos com representação parlamentar, defendendo que a renovação de mandatos é uma boa prática republicana que permite a regeneração do nosso sistema democrático em todas as esferas de acção pública, mesmo naquelas em que a lei não o obriga.

A Lei 46/2005 de 29 de Agosto, que estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais, refere muito claramente que o presidente da câmara municipal e o presidente de junta de freguesia, depois de concluídos três mandatos consecutivos, não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido.

Repudiamos veementemente que alguns candidatos, no distrito do Porto e no resto país, queiram apresentar-se a votos mesmo com este impedimento legal, condicionando os tribunais e os restantes partidos para que reinterpretem, de um modo que lhes seja favorável, aquilo que a legislação claramente limita.

Com esta posição a Federação do Porto da JS procura credibilizar os objectivos de renovação dos autarcas e das práticas políticas, limitando a migração de redes de clientelismo e de controlo local que podem estabelecer-se após vários anos consecutivos de exercício de um determinado poder.


Federação do Porto da Juventude Socialista

Porto, 21 de Fevereiro de 2013

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

50 dias que mudaram o mundo de Gaspar por Ricardo Costa

 
O Orçamento de Estado para 2013 durou 50 dias. Só não corremos o risco de entrar para o Guiness porque as previsões orçamentais argentinas são pornograficamente erradas. Mas corremos sérios riscos de começar a ser vistos como os reis dos pequenos truques orçamentais. Ou safamos o ano com uma venda extra ou iniciamos o ano com contas em que ninguém acredita. Não é um problema de agora, mas é ridículo que o rigor que a troika exige a Portugal e que o governo exige aos portugueses seja sistematicamente torpedeado por um Orçamento que não é cumprido.
Na verdade, Vítor Gaspar já sabia que os seus números estavam errados. Sabia o ministro e sabiam os analistas estrangeiros e os "mercados". É apenas por isso que os nossos juros não dispararam ontem, quando o ministro assumiu que falhou em 100% (pelo menos) a previsão de evolução do PIB para este ano. O ministro está tão focado - e bem - no regresso de Portugal aos mercados que esquece tudo o resto e não se importa de desenhar um Orçamento que sempre soube que não ia cumprir.
É pena que assim seja. Num período em que tudo nos é exigido eu apenas peço que me falem com verdade. Que falem e, já agora, que façam contas. É que eu também faço orçamentos e também os sei cumprir. Se eu anunciasse aos meus patrões que, ao fim de 50 dias, tinha falhado todas as minhas previsões era despedido.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A Gaitada da Decadência - Um gosto a sucesso!




       Como Marco de Canaveses galopa nas sendas do progresso e das maravilhas da Civilização.
            O papa e a velocidade com que o TGV quase entra nas nossas vidas.
            “Grândola Vila Morena” de marca branca e a electrificação do Governo.


            Ora viva!, caro leitor amigo! Entra, senta-te, toma um café ou um whisky on the rocks. Serve-te à vontade!
            Esperamos que tenhas entrado em 2013 com os dois pés, pois se entraste com o direito irás ver a vida, não só no Parlamento como no quotidiano, desequilibrada, manca, torta, perdida. Que 2013 seja um bom ano para aqueles que sofrem. Paz a todos. Amor, Arte e Justiça. Verdade e Igualdade em doses universais.
            Pelo cão, leitor fiel! Há que tempos que nos não víamos! Como vais? Olha que 2013 começou da melhor maneira para os marcoenses, pois ouvi dizer que Marco de Canaveses é o 12º pior concelho do país para se viver! Hip Hip, Hurrah!
            Felizmente, não somos nem o pior de todos nem estamos na listas dos 10 piores, o que nos tranquiliza, pois, os primeiros 10 devem preocupar-se com o que andam a fazer, ou com o que não andam fazendo, enquanto Marco de Canaveses volta a romper estradas já rasgadas pelos esgotos mal construídos do centro da cidade. Que maravilha é o Progresso! Oh delícias da Civilização! Oh horrores do marasmo e da falta de condições! Como o Marco de Canaveses cresce e cresce e cresce! Enquanto a maioria esmagadora das freguesias não tem água canalizada nem saneamento público, o governo municipal gasta milhões em alcatifar o centro da cidade com magnólias e picaretas, com rosas e capacetes, com lírios e escavadoras! Enquanto a Europa abre a torneira e tem água canalizada, Marco de Canaveses abre as janelas para purificar o ar das imundícies que pairam em todo o canto. Blague!
 Bem diziam os nossos mestres, Antero e Eça, que a barbárie começava logo a seguir aos pirinéus franceses. Ainda mal, amigo leitor, ainda mal!
Mas fala-nos da tua vida, fiel, benévolo, amável leitor. Que tens feito? Por onde não tens gasto o dinheiro e o subsídio que um dia tiveste? Por onde tens repousado a tua fúria para com este Governo que não é o daqueles que amam Portugal? Pensa e fala sem receio da crítica da ideologiazinha, da cor da bandeira do partido. Lembra-te que inseguros andamos todos nós. Atrever-nos-íamos a dizer que todos temos medo. E acredito que nos dói, no fundo do que somos, Portugal. Dói-nos Portugal. Dói Muito. Mas que interessa tudo isto, se posso repousar com a perna alçada numa das varandas do centro da cidade e ver o Progresso a esburacar estradas, se podemos escutar o imberbe barulho das máquinas a puxar, através da luz eléctrica que ainda não existe em todas as casas do concelho, a Civilização das profundezas do húmus da nossa terra? Bem que podem puxar e puxar, pois Progresso e Civilização não vem pelas máquinas que puxam. O máximo que podem tirar de tanto puxar será um leque de máquinas estragadas. Ou merda. Mas nada disto tem importância. Não façamos nada e deixemos as obras continuarem pelo centro adiante, enquanto o resto do concelho se quiser esgotos que escave uma fossa ou um buraco no chão, se o resto do concelho quiser beber água, que a compre nos supermercados! O 12º pior concelho do país para se viver! Que orgulho o nosso! Acredito que também te sentes orgulhoso, leitor companheiro de viagens e de palavras. Queremos falar de tantos assuntos que até temos medo que nos cortem as palavras ou as ideias. É que entramos neste novo ano com um olhar diferente das coisas. Entramos com o nosso olhar, o olhar de quem parece só existir no papel, e, no entanto, vê a realidade como se ela fosse algo aterrorizante!
Do Vaticano chega-nos o badalar do sino branco do Vigário de Cristo, dizendo que vai renunciar. Porque será? Por causa dos escândalos que a WikiLeaks  revelou há um ano e expuseram a Igreja?;será por causa dos crimes de abuso sexual a menores?; será pela avançada idade do Patriarca? Será tudo isto ou nada disto? Não sabemos, leitor amigo, mas gostaríamos que pensasses nestas palavras e na Igreja. Será desta que temos um papa negro?
Bem, não queremos desrespeitar a fé de ninguém, simplesmente somos batedores da mofa e da sátira, em nome da Verdade e da Justiça. Lembra-te da nossa apresentação, e saberás que adormecemos quase tranquilos.
Parece-nos que desta vez nos mostramos mais. Quase parecemos ser de carne e sangue como tu, mas, apesar de tudo, somos de silêncio e palavras. Daí este nosso ar intimista nesta Gaitada que nem parece Gaitada. Já pensaram bem no título desta “crónica” ou coisa que o valha: “Gaitada da Decadência”. Mas onde é que vós vedes alguma Decadência neste bendito país, nesta bendita terra, nesta bendita cidade? Por vezes ouvimos o Povo interrompendo o Primeiro-Ministro daqueles que votaram nele a ser interrompido ao som da música dos cravos. Sim, que aquela música, “Grândola Vila Morena”, é feita de flores, de Esperança e Mudança! O povo cantou essa música de marca branca, dizemos marca branca porque é de todos, pois neste país, para o bem e para o mal, tudo é de marca branca, desde o significado belo do branco que está no povo quando pensa, até ao significado sombrio do branco que repousa na falta de lucidez daqueles que nos dizem governar, fantoches ou marretas? Ajuda-nos, leitor amigo, pois não sabemos se marretas, pelo tom americanado dos chefes, se europeus pela cor dos olhos sem expressão daqueles que pelo Norte deste continente arrotam ordens. Hoje nem parecemos nós! Que linguagem brejeira! 
Mas nem tudo são notícias. Também existem boas notícias, para alguns. Quem? O projecto TGV volta para as páginas do dia e para os olhos do hoje. Toda a gente logo a arrebitar o nariz pensando em emprego e dinheiro, mas parece que só vamos ter TGV para efeitos comerciais. Ainda bem! Sempre podemos usufruir dos excelentes comboios da linha do Douro ou até da linha do Tâmega, que circulam diariamente na sua linha nova e electrificada, como havia prometido o Governo anterior, como havia criticado a oposição que hoje é Governo por aqueles não cumprirem, por gaitarmos nós hoje pela falta de honestidade de uns e pela hipocrisia de outros. Electrificado, neste país, só quem Governa! Mas não te exaltes, leitor amigo, só escrevemos estas palavras, que de Verdade nada têm, porque não temos nada que fazer, e como o país está em óptimas mãos, como Marco de Canaveses é o 12º pior concelho do país para se viver não nos podemos queixar. Mas gaitemos!Sim, este nosso verbo: Gaitar. Que todos gaitemos sem medo, pois, como nós não temos nada que fazer, gaitamos por aqui e por ali. Esperemos que valha a pena. Esperemos que aceites as nossas palavras e mofas. Esperemos que não nos expulses, amigável leitor.
“Grândola, vila morena/ Terra da Fraternidade”, o país está em crise “O povo é quem mais ordena/ Dentro de ti ó cidade.”, temos de fazer sacrifícios em nome da pátria. Portugal há-de voltar aos mercados. “Dentro de ti ó cidade” O desemprego aumenta e a fome dança com as crianças pelas escolas. “O povo é quem mais ordena”.
Vamo-nos rir, ou cantar?


Quais as razões porque sou candidato em Marco de Canaveses? por Lino Tavares Dias


Sou arqueólogo há mais de trinta anos.

Um dia, em 1980, fui desafiado a vir do Porto até uma pequena aldeia do Marco de Canaveses, para analisar um sítio onde diziam aparecer “trastes antigos”.

Alguns dias depois, foi com naturalidade que iniciei escavações arqueológicas num lugar aparentemente inóspito dessa aldeia com o topónimo Freixo.

Os trabalhos de investigação nunca mais pararam até hoje. Na aldeia do Freixo foi sediado o laboratório, embora o estudo tenha sido ampliando aos concelhos envolventes, incluindo os da margem esquerda do rio Douro.

Um dia, corria a primavera de 1989, um amigo percorreu comigo as ruínas de Tongobriga, cidade romana que a minha equipa continuava a desenterrar no Marco de Canaveses.

No dia seguinte, esse meu amigo (Luís Varela) ofereceu-me um poema a que deu o título:

AS MÃOS DO ARQUEÓLOGO
Trazem-nos o sol doutros séculos,
Outra luz, pequenos hábitos, rituais.
Revolvem memórias, desvendam
Matérias, leem a vida
De que só tínhamos os sinais.
Vão por dentro do tempo:
Perscrutam as vozes adormecidas
Onde aprendemos a nossa voz.
Escrevem um poema de areia fina
Sobre a cidade que há no futuro.

Neste poema estão evidenciados, de forma implícita, os desafios que me levaram a aceitar o convite do partido Socialista para me candidatar no Marco de Canaveses, cerca de 33 anos depois de aqui ter começado a trabalhar.
No poema que o meu amigo escreveu,
Está o tempo – está a vida do homem ao longo dos séculos, a maturidade
Está a luz - o conhecimento,
Está o homem no seu quotidiano, nos hábitos, na crença de cada um e nos ritos coletivos que procura nas religiões.
Está a memória. Todos nós gostamos de estar bem de memória e de bem com as memórias.
Está a reflexão indispensável ao bom senso porque perscrutamos, escutamos e lemos os testemunhos e os exemplos ao longo dos séculos que nos ajudam a pensar.
Está a experiência da observação que nos permite ter opção de gosto - ser bonito ou feio.
Tudo isto é importante porque o conhecimento e a experiência ajudam a melhorar a nossa voz.
Mas esta aplicação do conhecimento e da experiência é assumida como poema escrito em areia fina, o que é uma salvaguarda inteligente, porque todas as propostas feitas pelo homem são por natureza temporárias, frágeis, com certezas sujeitas a retificações e a alterações mais ou menos subtis.
É a natureza da fragilidade da vida que nos exige que a respeitemos muito, e que, por mais milenar que ela seja, nos aconselha a recusar a existência de homens providência que nunca se enganam e raramente têm dúvidas.
E a materialização das ações deve ser na cidade que há no futuro, não só assumindo a cidade como sinónimo de território organizado mas também, e principalmente, como espaço e modelo em que o cidadão, assumido como indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos, exerce a cidadania e, ao fazê-lo através do voto, está a intervir no futuro.
Ou seja, todo o trabalho de estudo, de investigação, de reconhecimento das estratégias milenares aplicadas ao território é interessante, mas só será importante se tiver perspetiva de futuro, se lançar desafios e se permitir lógicas prospetivas que suportem simultaneamente estratégias para as Pessoas e para o Território.

Ao longo de mais de três décadas tenho incidido o trabalho como investigador sobre um território vasto em que também se insere o Marco de Canaveses, mas que vai para além dele, indissociável de Montemuro e do Marão, do Tâmega e do Douro, assumindo a bacia do rio Douro, desde a nascente em Castela/Leão até à Foz.
A importância geoestratégica que este território teve desde a presença romana, desde há 2000 anos, é fundamental para percebermos melhor as dinâmicas e os desafios dos nossos dias. E, podem crer, é mais fácil desenvolver políticas quando conhecemos bem as fases e etapas da lenta construção destas paisagens, destes territórios milenares em que os rios servem como verdadeiras espinhas dorsais,
Se este é um território sobre o qual houve preocupações na antiguidade, atualmente deve ser um espaço entendido como suporte de pensamento, de investimento e até de inovação
Este é, também, um território que induz a internacionalização. Se é vulgar assumir-se a relação com a Galiza, neste caso facilmente suportada pelas estradas romanas e medievais que serviram as peregrinações a Santiago, e que continuam a poder ser percorridas, também a bacia do rio Douro induz a relação de proximidade com Castela/Leão.
Temos em evidência os valores patrimoniais que suportam esta leitura cultural do território e que potencia o turismo.
O Marco de Canaveses e a envolvência em que se integra, tem que ser um espaço em que se assuma, como prioridade, o respeito pelo Território e pelas Pessoas que nele nasceram, que nele crescem e envelhecem, que o usam para trabalhar ou para mero ócio.
Neste território, como em muitos outros, reconhecem-se contradições, mas também se reconhecem fortes valores identitários, determinantes em qualquer estratégia que se pretenda desenvolver na vida privada e na vida pública.
Há que valorizar o Território porque atua como elemento gerador de imagem e de reconhecimento de identidade
Há que valorizar o Território como suporte da Economia porque é este, com as Pessoas que o constroem e usam, que gera oportunidades de negócio e assim, converte-se em lugar de emprego e de atratividade.
Há que valorizar o Território como valor social porque é nele e sobre ele que se desenvolvem todos os projetos que contribuem para melhorar a qualidade de vida da população, desde a criança até ao idoso, desde o presunçoso ao humilde.
Procurei desenvolver alguns destes desafios durante os anos em que assumi para toda a região norte, a coordenação dos investimentos da cultura durante o III quadro comunitário, entre 2000 e 2006. Já então foi um desafio bonito e com ele aprendi muito.
Agora, em Fevereiro de 2013, decido aceitar o desafio da candidatura porque sinto que o momento é oportuno. Estamos numa altura em que a conjuntura económica já não sustenta o investimento megalómano de crescimento da rede urbana e, por isso, o proveito reside agora em passar à ação política de responsabilidade, de requalificação e de reutilização. Os próximos anos desafiam-nos a refletir sobre o novo quadro comunitário de apoio, um horizonte para 2020. Mas 2020 é já amanhã e, por isso, temos que pensar mais longe.
Sei que a arte de bem governar andou sempre ligada à arte da poupança.
O povo ironiza, mas aprecia. No poupar é que vai o ganho, dizem há muito tempo. O talento do pé-de-meia ainda grangeia respeito.
Mas há coisas em que não vale a pena passar necessidades. Não se adianta nada em economizar nas ideias. Quando existem, é usá-las. E, sempre que possível, as próprias.  
Assumir estas perspetivas parece-me coerente, não só porque conheço a capacitação endógena do território do Marco de Canaveses, mas também porque reconheço as qualidades das populações.
Para além de tudo isto, há um plano de orientação das políticas autárquicas que a Federação Distrital do Porto do Partido Socialista desenvolveu como suporte específico para a região do Baixo Tâmega e Vale do Sousa.
Agora, o empenhamento e o saber das Pessoas no Marco de Canaveses e a ajuda das estruturas concelhias, farão a alavancagem desses suportes e valorizarão a participação cívica com os seus próprios contributos.
Por tudo isto, agora, com 61 anos, com carreira longa nos quadros da administração pública, tendo concluído todas as provas académicas, desde a Licenciatura nos anos setenta, à Agregação em 2012, passando pelo Doutoramento terminado em 1995 (sempre na Universidade do Porto), senti que devia responder ao desafio de cidadania que me foi feito, com extrema cordialidade, por gente de bem.
Esta é, também, uma luta de cidadania assumida contra o silêncio. Nada é mais eloquente e perturbador que o silêncio. E, no entanto, nenhum outro ruído é tão inquietante como aquele que sobra das palavras que se não dizem.
Temos que quebrar os silêncios e salientar as nossas capacidades como povo, como gente, afirmar os lugares, as potencialidades e os recursos que nos dá a Terra-mãe e as suas gentes.
Terra–mãe e Gente que tornam o Marco de Canaveses num território desafiador, com atratividades identitárias que devem ser salientadas em qualquer plano estratégico.
Se, por exemplo, a serra da Aboboreira nos desafia a articular e complementar políticas com Baião e Amarante, em simultâneo, no Marco de Canaveses somos desafiados a desenvolver polos de atratividade sociocultural e económica como, por exemplo, aquele que é afirmado pelo granito e pelo extraordinário trabalho milenar dos pedreiros, suportado no conjunto constituído pelo Monte de Arados (com mais de 2000 anos de habitação humana), mas também pelas terras baixas com solos de boa qualidade onde foi construído (e tal não foi por acaso) há cerca de 1000 anos o estratégico mosteiro de Pendurada (ou Alpendurada) e, ainda, pelas evocações do trabalho na pedra que continua a fazer-se no século XXI e que, por isso, exige estratégias para que seja colocado nos mercados mundiais.
Do mesmo modo somos desafiados pelo polo de atratividade suportado no urbanismo da mais antiga capital do território, a cidade romana de Tongobriga, já então apoiada pela riqueza dos vales irrigados, nomeadamente do rio de Galinhas, cuja senhorialização, séculos depois, ali deixou a exuberante casa agrícola dos Arcos, contrastando com a singeleza da igreja local e com o que isso representa na análise social do território.
 Mas, em contraponto dessa singeleza, é neste polo de atratividade que integro a Igreja de Santa Maria, afirmação do final do século XX e desafio de pensamento do século XXI.
Temos também que reconhecer a atualidade que representa para a economia regional a travessia estratégica que desde o século II d.C. ligava a capital Bracara Augusta a Emérita Augusta (hoje na estremadura espanhola). Esta estrada marcou Quires com um povoado denso há 2000 anos e depois o mosteiro beneditino reorganizou aquele bom espaço agrícola, até que Vila Boa de Quires se impôs.
A mesma estrada obrigou à construção há 1900 anos de uma ponte em granito sobre o Tâmega, para além de servir e impulsionar as terras de Sunilanis, ou de Soalhães, já desde então comprovadamente ligadas ao mundo da latinidade.
Hoje, esta estrada seria considerada de interesse estratégico europeu.
Curiosamente, estas terras de Soalhães e Quires continuam a estar no mesmo eixo que liga aos itinerários principais que ajudaram a tornar os quilómetros mais rápidos, aproximando ao Aeroporto de Pedras Rubras, a Leixões, também ao Porto, à Galiza, a Castela.
E, se estes quilómetros são agora mais rápidos, espero que o mesmo aconteça com o caminho-de-ferro, pois, então, tudo será diferente para as pessoas e para a economia das zonas do Concelho que são servidas pelo comboio.
Estes são apenas alguns apontamentos que suportam o pensamento com que procurarei inovar a abordagem ao Território e às Pessoas.
Quero acreditar convictamente que tal é possível.  
São estas, genericamente, as razões porque sou candidato em Marco de Canaveses.
Em síntese, retomando o poema inicial.
Desejo que AS MÃOS DO ARQUEÓLOGO não só tragam o sol doutros séculos mas também contribuam para melhorar a vida que há no futuro.
Lino Augusto Tavares Dias
18 Fevereiro 2013

Concelhia do PS do Marco de Canaveses confirmou Lino Tavares Dias como candidato


A concelhia de Marco de Canaveses do PS ratificou, na segunda-feira à noite, a indicação da Federação do Porto para que o arqueólogo Lino Tavares Dias seja o candidato autárquico naquele município.


A votação dos elementos da comissão política foi realizada por voto secreto, tendo contado com 26 votos a favor da proposta e um nulo.
Com este resultado, está terminado o processo conturbado de escolha do candidato autárquico socialista no Marco de Canaveses, o qual já tinha contado com duas votações anteriores em que o único nome proposto pelo secretariado concelhio, Artur Melo, não mereceu a concordância da maioria dos dirigentes locais. O impasse levou a concelhia a solicitar que a federação avocasse o processo, o que determinou, no início de fevereiro, a indicação do independente e académico, de 61 anos, Lino Tavares Dias.
Antes da votação realizada na segunda-feira à noite, no Marco de Canaveses, o presidente da Federação do Porto, José Luís Carneiro, explicou aos dirigentes locais os motivos pelos quais o órgão distrital propusera aquele candidato.
"É um homem de nobre caráter que se disponibiliza para servir o Marco de Canaveses", afirmou Carneiro. Para o líder distrital, o candidato proposto "corresponde a um sobressalto cívico de um cidadão que quer arregaçar as mangas para servir as pessoas".
O presidente da federação recordou a ligação de Lino Tavares Dias ao concelho do Marco de Canaveses, onde foi investigador, durante 30 anos, na estação arqueológica de Tongóbriga, considerando que "o candidato tem condições para saber posicionar o concelho no contexto nacional".
"Esta é uma candidatura de propostas para servir os marcuenses", acrescentou, vincando a "capacidade de diálogo e de trabalho de equipa que carateriza o candidato".
Após a confirmação do resultado da votação, Lino Tavares Dias dirigiu as primeiras palavras aos dirigentes socialistas locais, afirmando que a sua candidatura é um desafio "num momento oportuno".
"Senti que devia responder ao desafio de cidadania", disse, prometendo trabalhar respeitando os ideais socialistas, com base "numa política de responsabilidade".
Na reunião também participou o dirigente nacional Miguel Laranjeiro, que sublinhou a "grande honra" que constitui para o partido ter um candidato como Lino Tavares Dias.
O secretário nacional do PS sublinhou o facto de a candidatura no Marco de Canaveses ser liderada por um independente, o que traduz, destacou, a abertura que o partido tem revelado à sociedade civil.
"É central a importância de [o PS] se conseguir alargar externamente, chamando pessoas que estão próximas dos nossos ideais", acentuou.
Para Miguel Laranjeiro, o desafio das autárquicas será "muito exigente em todo o país", destacando que "a vitória só acontecerá se houver muito trabalho".
"Não há vitórias antecipadas, mas há uma grande esperança numa vitória", acrescentou, voltando-se para o candidato no Marco de Canaveses.
fonte: Lusa

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Divulgação

Mais uma vez a Tuna Sénior de Santa Eulália de Constance, TSSEC, surpreende-nos, desta feita com um site para divulgação das suas actividades. 
É de louvar o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por esta organização, integrada na Associação Desportiva de Constance. Saliente-se que a TSSEC não é apenas a tuna, tendo vindo, também, a desenvolver muito trabalho a nível da produção de espectáculos.  

Visita o site e fica a conhecer tudo o que esta organização tem ao dispor.

www.tssec.pt





Reflexões por Maria João Correia


Acordei como todo o mundo numa manhã com o sentimento de mais um dia para lutar, mas um dia para dar sentido a minha existência e aos demais.
Fiquei abismada quando por volta da minha hora de almoço assisti à informação que me era dada num telejornal. Penso que era natural já não me admirar com a debandada geral que se vive neste país principalmente  no seio politico e social mas hoje fiquei boquiaberta com tal troca de gargalhadetes entre políticos e povo, bem como a confusa administração do nosso pais e com o nível baixíssimo das tomadas de decisões  por parte de órgãos administrativos do nosso pais como é por exemplo o ministério publico.

Sou uma menina que ainda não completou as 20 primaveras mas isso não faz com que pessoas como eu percebam a total confusão que pra aqui vai na nossa terá, na nossa linda e grande vila morena.

A primeira noticia
tratava um convite feito por parte do clube dos pensadores de Vila Nova de Gaia ao querido Relvas. Sinceramente não entendi bem qual o tema que era debatido mas pelo que percebi era sobre as politicas feitas e postuladas em Portugal continental. A um dado momento algum povo que ali se encontrava e pelo que se via nas imagens era bastante levantou-se e cantou Vila Morena. Relvas achou um piadão e começou a cantar com eles dizendo que deveriam cantar todos. Relvas desvalorizava assim um protesto de quem ali estava cantando ironicamente com eles e rindo para eles como se aquilo realmente fosse um vivas ao Relvas. A cena prolongou-se e claro o povo foi convidado a ir embora e o mediador da palestra indignado por esta declaração pública de insatisfação.
Ouviu-se uma moça chamada Maria que questionou: “O que o povo português tem de fazer mais para mandar o governo embora?”
A segunda noticia tratava a opinião de Mario Draghi sobre a economia europeia e a portuguesa em especial. Ele citou que: A economia precisava ainda de cortes orçamentais(Portugal) . Contudo tem sido feito um trabalho nesse sentido , mas a economia e até a nível da economia europeia tem levado um grande aumento de impostos. É necessário continuar com os cortes mas aumentar os impostos não deve ser de todo a solução. Os impostos já estão demasiado altos. É necessário realizar cortes no orçamentos de estado (governo)” . Bem depois desta opinião pública do presidente do Banco Central Europeu penso que o nosso governo já tem a cabeça iluminada. Acho que já não precisa de mais opiniões visto que a do povo não bastou . A pergunta é: terá valido de alguma coisa este aviso?

A terceira noticia tratava que a presidente do ministério publico afastou do DCIAP Cândida Oliveira. A presidente do ministério foi eleita pelo governo de Passos Coelho e Cândida Oliveira foi eleita ainda no governo de José Socrates. Marinho Pinto, bastonário da ordem dos advogados, afirma que: “Eu espero que esta decisão não tenha sido tomada por questões politicas…” Dá que pensar…


Depois disto tudo dá para chegar a muita conclusão mas espero que cada um tire a sua.
E quando para aqui escrevo lembrei-me também da lei dos arrendamentos. Uma lei que eu elogio só com um senão. Estaria perfeita mas…. Os cidadãos com mais de 65 anos e sem uma tanta percentagem de incapacidade não estão protegidos como os demais. A lei dos arrendamentos foi criada para todos os contratos que foram celebrados antes de 1990 e com razão. Há imóveis que merecem um pouco mais do que rendas de 10 euros. E esta medida tem valor. Contudo esses cidadãos com mais de 65 anos e sem a tal percentagem de incapacidade estão desprotegidos. Podendo ver a sua renda aumentada em muito mais que os outros cidadãos. Um comentador que tem aparecido na televisão e bem, explica então que essas pessoas têm de responder a carta que os seus senhorios mandam podendo ficar protegidos durante 5 anos mas depois desses 5 anos não há nada que fazer. É este o problema . Depois de 5 anos o que lhes é feito? Vão para a rua? Assunção Cristas afirma que: “Nesses Casos será então a segurança Social que vai intervir.”
Parece que é suposto que a segurança social dê pensões para ajudar na renda das pessoas. Mas então, não era a nossa segurança social que está a ficar sem fundos e que se prevê que daqui a 20 anos ela não consiga ter dinheiro para as reformas? E se o problema da segurança social começasse mesmo a ser resolvido a partir de hoje será que em 5 anos teríamos o dinheiro necessário para as reformas, pensões, rendimentos sócias de inserção e invalidez e também para rendimentos de ajuda as prestações de imóveis ?

A politica deve ser pensada, discutida e programada para o futuro e o presente. A politca deve rever todos os erros do passado e não comprometer o futuro. Não é só de um individuo, de uma família, mas sim de um pais inteiro que quer uma vida melhor.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Limitação de mandatos e renovação da democracia
 
 
1.    A renovação de mandatos é uma boa prática republicana que permite a regeneração do nosso sistema democrático em todas as esferas de acção pública, mesmo naquelas em que a lei não o obriga.
2.    A Lei 46/2005 de 29 de Agosto, que estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias locais, refere muito claramente que o presidente da câmara municipal e o presidente de junta de freguesia, depois de concluídos três mandatos consecutivos, não podem assumir aquelas funções durante o quadriénio imediatamente subsequente ao último mandato consecutivo permitido.
3.    Esta disposição procura credibilizar os objectivos de renovação dos protagonistas e das práticas políticas, limitando a migração de redes de clientelismo e de controlo local que podem estabelecer-se após vários anos consecutivos de exercício de um determinado poder.
4.    Alguns candidatos, no distrito do Porto e no resto país, querem apresentar-se a votos mesmo com este impedimento legal, condicionando os tribunais e os restantes partidos para que reinterpretem, de um modo que lhes seja favorável, aquilo que a legislação claramente limita.
 
Nesse sentido, a Comissão Política Federativa da JS Porto, reunida a 13 de Fevereiro de 2013, manifesta a concordância com a actual redacção e espírito da lei que impede um quarto mandato consecutivo indepentemente da autarquia, apelando a uma posição pública clara das restantes juventudes partidárias e dos partidos com representação parlamentar em nome da crebilidade do nosso sistema democrático e do respeito pelos eleitores.

Apaixona-te pela JS


Decorreu na noite do passado sábado a iniciativa "Apaixona-te pela JS". A JS Marco esteve no centro do Marco de Canaveses, na zona dos bares junto à Câmara Municipal, a divulgar as atividades que tem vindo a concretizar, tal como a procurar atrair os jovens para a participação cívica e intervenção pública, demonstrando, com isso, a sua paixão pela sua rua, freguesia, concelho ou temática/problemática.
Reiteramos aqui o nosso apelo à participação cívica de todos os jovens (e não só, como é óbvio) através dos meios que mais considerarem convenientes, sejam eles os partidos políticos, as associações, os grupos informais, os movimentos ou as cooperativas. Com o contributo de todos o Marco de Canaveses será, sem dúvida, um local melhor onde os marcoenses se sentirão mais confortáveis.
Enquanto presidente da concelhia do Marco Canaveses nda Juventude Socialista o meu apelo incide de forma mais direta nos jovens que se revejam na nossa forma de fazer política, na nossa postura proativa de cidadania e no trabalho que temos vindo a desenvolver. De uma forma mais ampla, o apelo dirige-se também a todos os que se revejam noutros partidos políticos ou organizações e que, através deles, possam dar o seu contributo para o nosso Marco Canaveses.
Apaixona-te pelo Marco... Apaixona-te pela JS!
Em breve divulgaremos imagens e outros conteúdos relativos à iniciativa (aqui e na nossa página de facebook).

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Divagações....


Tomei conhecimento através dos mass-média, que o SNS britânico, considerado como exemplar durante décadas e que serviu de modelo para o nosso S.N.S. estaria a funcionar de tal modo, que a opinião pública britânica se sentiria chocada e perplexa, perante factos dados a conhecer pelos mass-média.
Referem os meios de comunicação, situações de falhas muito graves na prestação de serviços, especialmente a idosos alectuados em permanência, quantas vezes incontinentes, e  incapacitados de se alimentarem pelas suas próprias mãos.
Na primeira das situações referidas, chegam a ser os seus familiares a efectuar a higiene pessoal, como mudanças de fraldas, lavagens corporais,etc..
Na segunda das situações, os doentes idosos sofrem as agruras da fome e da sede, considerando que um número maior ou menor destes idosos, padece de alterações cognitivas devido ao processo de envelhecimento cerebral, tornando-se presas fáceis da incúria pessoal dos responsáveis pelo seu acompanhamento.
Se nos recordarmos da minha chamada de atenção para o dislate do Ministro das Finanças do Japão, que preconizava uma intervenção de poupança tão austera nas despesas ao apoio e tratamento dos idosos japoneses, especialmente aos acamados e com doenças crónicas exigindo gastos significativos, levando até ao extremo, a recomendação de lhes abreviarem a morte, como uma das soluções para o reequilíbrio financeiro do ministério da saúde japonês – a população de idosos atinge cerca de 30% naquele país
Se nos recordarmos, que também neste triste e vil Portugal de Direitas, já todos ouvimos e lemos declarações, no mínimo polémicas, duma ex-responsável pela pasta das finanças, Manuela Ferreira Leite, colocando a possibilidade dos doentes idosos, insuficientes renais crónicos a necessitar de hemodiálise para a sua sobrevivência, arcarem com os custos dessa terapêutica, e mais recentemente, o actual Ministro da Saúde, Paulo Macedo, tentando, ou conseguindo mesmo, por uma interposta comissão de ética na saúde, comissão escolhida a dedo já se vê, recusar os quimioterápicos mais recentes a doentes oncológicos, considerados em fase terminal, assim como dificultar o acesso à hemodiálise aos insuficientes renais crónicos, em especial aos que pela sua avançada idade, não se enquadram nos parâmetros médicos indispensáveis para que se possam candidatar e beneficiar dum transplante renal.
Se me recordar da leitura dum livro da autoria de Rob Riemen, filósofo e ensaísta, fundador e director do Instituto Nexus da Holanda, intitulado “O Eterno Retorno do Fascismo”, com as devidas comparações em relação às minhas preocupações de idoso, temo que a Humanidade esteja em entrar numa espiral recessiva de afectos, de injustiça, para com aqueles, que deram certamente o seu melhor, toda a sua dedicação, o seu esforço  em prol da constituição duma sociedade mais igualitária, mais equitativa e, em especial, mais fraterna.
Os genocidas da época moderna parecem agora revelarem-se dum modo que diria ainda mais desabrido e afoito. A Humanidade ao eliminar genocidas como Hitler e Staline, julgou ter expurgado do seu seio todos aqueles que pela sua frieza de carácter, pela sua total falta de humanidade, pela mais completa insensibilidade poderiam ser os novos déspotas da era moderna.
Enganou-se redondamente. A semente frutificou e os resultados aparecem-nos todos os dias sob as mais variadas máscaras.
Chegados aqui, recordo sempre uma velha estória da minha infância, que rezava mais ou menos assim, e na qual entravam três personagens – Avô, Filho e Neto.
“Numa determinada tribo de pastores, cumpria-se a tradição de depositar os velhos incapazes para trabalhar, como tal inúteis e pesos mortos para a tribo, no cimo dum monte elevado de clima inóspito e povoado por lobos. Uma manta velha e esburacada para se abrigarem do frio cortante e um recipiente com água para se dessedentarem, era tudo quanto a que tinham direito.
O Velho (da estória) acabou depositado no cimo do monte, cumprindo assim o seu Filho a tradição, até que, anos depois, chegou finalmente a vez do Filho (já idoso) ser levado para o cimo do monte pelo Neto desta estória.
 Receoso perante a morte anunciada, pois os lobos já faziam sentir a sua presença, implorou ao filho que não o abandonasse à morte certa no cimo do monte.
Aquele, limitou-se a questioná-lo. Recordas-te do que fizeste ao teu Pai e meu Avô?
Limito-me a chamar a atenção duns tantos jovens, que sempre se acham protegidos destas decisões polémicas, quer porque a morte ainda vem longe, quer porque isso é problema dos velhos.
Extraiam a moral da estória e logo se aperceberão do futuro que vos espera com estas políticas de Direita.
Da eutanásia política ao suicídio compulsivo é apenas um curto passo, acreditem.

Um abraço a todos
João Valdoleiros

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

“Politica Avulso”

Reorganização administrativa, o que é isso?

Um bom tema para caracterizar a Politica Avulso” é este da confusão administrativa.

Durante o período de discussão, vi grande parte dos responsáveis políticos marcoenses assobiarem para o lado, numa política faz de conta. Uns porque são contra tudo e contra todos, outros porque apesar de terem que decidir, fazem de conta que não é nada com eles, e por fim, os que não sabem o que fazer e o que apresentar, porque não sabem se essa solução nas próximas eleições lhes dará ou tirará votos.

E o povo pá !!!

No meio de tudo  foi o que menos interessou. O que era preciso era ter uma proposta, boa ou má não importa, tínham é que mostrar trabalho.
Esta foi uma luta perdida para quem realmente debateu o problema.
O verdadeiro debate não foi realizado no salão nobre daquela famosa Assembleia, mas sim num ciclo de debates promovidos por uma juventude partidária e mesmo nos corredores dessa Assembleia.


Nesse famoso dia faltou coragem às grandes forças partidárias do concelho para agarrarem numa proposta apresentada por uma juventude partidária e discuti-la sem tabus, esquecendo se é da oposição ou da organização.
 Passados 4 meses da votação, o que temos nós de novo e clarificado…
Nada !!!!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

TRISTE POVO

Já muito se escreveu sobre a situação vivida pelo nosso pais, sobre a troika e as medidas impostas por este governo. Portugal vive hoje em dificuldade e a nossa soberania é atacada diariamente à conta dos seus supostos pecados e alegada prepotência. Algo que me irrita profundamente já que, no meu singelo entendimento, não somos os principais culpados.

Para defender o meu ponto de vista não é necessário recuar muitos anos. Através da história percebemos que a União Europeia financiou o nosso país para deixar de produzir. Não apenas na agricultura mas também nas pescas e na industria. Existiu algum aproveitamento indevido é certo, mas a ideia que vivemos acima das nossas possibilidades e à mercê de subsídios não é inteiramente verdade. Limitamo-nos a seguir as directivas dadas e a direccionar os nossos investimentos segundo as orientações europeias. Os principais “motores” desta união quiseram transformar a Europa num mercado essencialmente financeiro e as consequências fazem-se agora sentir. Sem bases que nos permitam lutar contra a negra crise, esses mesmos “motores” atiram Portugal para um fosso de austeridade defendendo-o como única solução. Triste povo este, que enfrenta esta miserável sentença defraudado de homens capazes de nos defender.

Esses homens são os mesmos que prestaram juramento perante a bandeira e que durante décadas sugaram o orçamento do estado criando falsas fundações, abrindo centenas de empresas municipais fantasma, nomeando milhares de boys, concebendo institutos sem qualquer utilidade. A tudo isto, juntamos o veneno que corrói lentamente o nosso país, a corrupção! Como podemos explicar que se comprem submarinos com pagamento de luvas provadas mas com consequências apenas na Alemanha?! Como se explicam os casos do BPN, BPP, as parcerias público-privadas, os avanços e recuos em investimentos ruinosos?! A Expo98 que conseguiu revitalizar umas das zonas mais sombrias de Lisboa, possibilitou urbanizações milionárias mas que mesmo assim, no final, deu prejuízo! Como é isso possível?!

Não nos faltam casos para denunciar a nossa situação. É por isso que os portugueses não podem aceitar ser, constantemente, o alvo daqueles que nos desgovernam. A classe politica, essa sim, viveu anos e anos acima das suas possibilidades. Não é por isso, culpando e castigando o povo pelos erros dos seus governantes que se resolve a crise. Comecem antes por corrigir os modelos económicos europeus e nacionais, condenando os criminosos de fato e gravata e lutando contra a corrupção escondida de um sistema já moribundo.

Esta sim, é a única alternativa!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Álvaro... Machado: Passagem Obrigatória


Um raio que parta o quotidiano e a lei que trace o limite para homem!
Sejamos quem não tem limite, em sonhos ou em acções!
Um raio que parta! Que se dane as etiquetas e as conversas de café!
Andem às avessas, gritem como doidos, soltem o génio que há em vós!

in Quotidiano, Álvaro Machado

Há dias um caro amigo meu (e vosso, para muitos de vocês) escreveu de forma simples e humilde algo como: 400 publicações e 50 000 visitas, algo está a ser construído. Referia-se, como é óbvio, ao seu blogue e às suas publicações, maioritariamente poesia, pontuada por alguma prosa. Aconselho vivamente a uma visita a este espaço pessoal online deste jovem marcoense que poderá, um dia, colocar no mapa nacional o município marcoense... Mas pelas melhores razões, desta feita.

Poesia Álvaro

Pretendo com esta publicação fazer uma singela referência a este espaço onde podem beber um pouco de poesia, conhecer melhor a escritaria do Álvaro e, acima de tudo, mergulhar numa névoa de pensamentos e sentimentos que nos fazem perder pelos recônditos meandros da mente humana. O Álvaro não tem receio, receio das nossas opiniões e julgamentos. O Álvaro não tem receio de demonstrar o seu "eu" e de o partilhar com quem o acompanha. O Álvaro não tem receio de transparecer o que o importuna nem o que o espicaça... O Álvaro não tem receio de ser quem é e de o demonstrar perante tantos outros que tanto fazem para o esconder.
Álvaro, o tempo é, como muitos dizem, o melhor professor... Verás que este te ajudará a aprimorar os sentidos e o intelecto, deixa que ele te ensine, poderás dele abstrair valiosas lições. Bem sei que isto não se aplica tanto a ti, que tanto e tão bem escreves com tantos invernos contados, porém o tempo será teu aliado... E quando este se tiver aliado de forma irreversível, verás que não terás mãos a medir para tantas palavras prontas a escorrer de ti. Nem o teu homónimo, heterónimo de outrem  nasceu com as palavras escorreitas, munido de infindáveis recursos estilísticos... Nasceu, porventura, com  nada mais nem menos que tu e, isso, não tenho problemas em afirma-lo, sei que o tens e dificilmente o perderás: o génio!
Agora, sem mais rodeios e pseudo-tentativas de bem escrever, deixo a minha sugestão... Estou certo de que irão gostar, tal como o Álvaro gostará de vos ter por lá.
Visitem...