sábado, 15 de novembro de 2014

Hilariante Partido Comunista

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Este texto e este apelo do Partido Comunista Português não só se imbui massivamente de ideologia densa e extremista como também de um irrealismo deveras assustador.

Confesso-vos: ler tantas barbaridades num texto choca e de que maneira. Pois ainda há quem tente usar palavras como "capitalismo", "federalismo" ou "neoliberalismo" para camuflar as reais intenções de um partido que nos tempos da URSS aglutinava cerca de 15 Repúblicas Socialistas e onde todas elas se subordinavam ao poder central, presente no artigo nº81 da Constituição Soviética de 1977.

Constituição essa que, curiosamente, apela a uma união dos trabalhadores, a uma igualdade devidamente justa e mais que merecida, mas que, no fundo, não passa de uma «Ditadura de Proletariado» onde os trabalhadores não têm realmente nenhuma influência, onde as classes têm claramente uma hierarquia por de trás e onde todo e qualquer trabalhador não se opõe aos senhores do poder quando são tomadas decisões com relevo. Contra o federalismo? Tenham um pouco de dignidade, por favor.

A República Democrática Alemã (RDA) inseria-se num contexto político-social subdesenvolvido, em grande parte agrícola e com a agravante de Estaline adoptar uma política de auto-suficiência; claro está que a auto-suficiência é incansável quando o território tem recursos naturais escassos, trabalhadores pouco instruídos e, por conseguinte, uma produção muito aquém do desejado. Consequências, na prática, dessa situação? Importação, importação e importação. (E lá se vai toda a bíblia sagrada comunista por terra...)
Onde a cultura levaria uma exaustiva perseguição, que resultaria na censura a toda e qualquer música que não fosse escrita e cantada em alemão. Enquanto que, do outro lado, os tais "capitalistas" e "federalistas" mantinham-se livres, coesos e respeitadores da democracia, de tal modo que estavam abertos a todos os produtos e a todo o tipo de ideias. Porém, nesta tal RDA, o que podíamos constatar era uma república fechada ao exterior, que censurava todo e qualquer produto vindo de fora (como é caso da 'Cola-Cola') e que lançava doses sucessivas de informação a enaltecer os trabalhadores, os heróis da nação.
Mas adiante. Não vim aqui dar-vos lições de história (ainda que muitos merecessem), nem vou tampouco explicar-vos por que é o comunismo tão extremista como é. Nacionalizar tudo? Auto-suficiência? Deixar-mos os trabalhadores tomar conta de tudo? Deixemos o fanatismo de lado, pois Lenine e Estaline já adoptaram esses mesmo ideais e o resultado foi claro: resultou em privatizações, num país atrasado e completamente desigual.

O que vim aqui falar-vos é deste texto do PCP. E gostaria de perceber onde é que vêem coisas como: «a RDA, pelas suas notáveis realizações nos planos económico, social e cultural e pela sua política antifascista e de paz, impôs-se e fez-se respeitar no conserto das nações como Estado independente e soberano e tornando-se depois de anos de duro combate membro de pleno direito da ONU (1973) em simultâneo com a RFA». Como podem ver os planos económicos, sociais e culturais fracassaram e fracassaram categoricamente.

Ora, falemos mais sobre este Estado independente e soberano. Vejamos, por exemplo, como foi eleito o primeiro governo da República Democrática Alemã (e, posto isto, transcrevo factos): «Em maio daquele ano, os participantes do Congresso do Povo (Volkskongress) haviam sido apontados em uma lista unitária. Essa votação seria a primeira de uma longa série de eleições falsificadas na República Democrática Alemã (RDA).

Na votação, 31,5% do eleitorado havia respondido com "não" aos nomes apresentados, enquanto 7% se abstive, o que levou a uma recontagem dos votos. Dessa vez, nomes riscados e cédulas em branco foram considerados "sim". Com isso, 61,1% dos votos passaram a ser a favor da lista única.» - ou seja, uma transparência incontestável, camaradas.

Isto levou-nos à célebre frase de "Tem de parecer democrático...". Ulbricht ordenou que se tentasse encobrir as falcatruas do processo, mostrando-o democrático, e, mais do que isso, não quis abdicar do "controlo de tudo" por parte do SED - mais uma vez, transparência máxima, liberdade nos níveis máximos.
Agradecido por este momento grotesco proporcionado pelo PCP, termino com mais uma citação que, a meu ver, arremata por completo toda e qualquer dúvida sobre o fanatismo ideológico a que já estamos habituados:

«A proibição de deixar o país e a vigilância do próprio povo pelo "Ministério de Segurança Estatal" contribuíram para a derrocada do sistema, da mesma forma como a construção do Muro de Berlim, em Agosto de 1961, ou os slogans vazios dos senis funcionários do SED.
Após 40 anos de opressão da liberdade de expressão e limitação do desenvolvimento individual, o sonho do suposto "melhor Estado alemão" acabou de forma tempestuosa.»

Álvaro Machado - 20:06 - 09-11-2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

A Gaitada da Decadência. O Curioso caso da Livração que nunca o foi e sempre o é.




Livração, Santo Isidoro e Toutosa – A guerra da reforma administrativa em miúdos.
“ Temos mais de 750 anos de história” esfarrapados pela foice e martelo do eleitoralismo de café, mercearia e padaria.


            Querido leitor amigo, é tempo de Quaresma, tempo de arrependimento, tempo de reflexão sobre as nossas acções, sobre as nossas lutas e sobre as nossas causas. O Cristo cristão, perdoa-nos esta quase tautologia, mas é que há e houve (houveram?) muitos cristos ao longo da história. Uns de toga, outros de sandálias, outros ainda de turbante. Um Cristo que é mil Cristos e mil religiões, pois cada um de nós é uma fé. Mas isso não interessa! Concentremo-nos no que nos trouxe a esta Ágora de cores humanas com laivos de Justiça e Verdade! Eis-nos, pois, perante um tempo de reflexão e mesmo até de meditação!
            Há uns meses atrás – uns bons meses, deveras! – o ponto de ordem era a reforma administrativa, a reorganização das freguesias e suas respectivas implicações. Em Marco de Canaveses, como sempre, tudo foi pensado, estudado, tendo sido o povo, lógico, é Marco de Canaveses!, a decidir como seriam feitas estas alterações. Não estamos a ser irónicos, prezado leitor amigo! Nada disso! Gaitamos, simplesmente!
            Nenhum partido político apresentou uma proposta para essa mesma reorganização, aliás, nem a oposição que, comummente, tem o papel de ser do contra por não ser poder, mas isso de pensar também dá trabalho! Enfim, a única proposta que surgiu foi pelas mãos, cabeça, debate e consciência da finitude das capacidades intelectuais e humanas da Juventude Socialista, que não só apresentou uma proposta para a reorganização das freguesias, estando aberta a propostas de alteração e correcção, mas também organizou debates e conferências em diversos pontos do concelho. Esses debates, melhor dizendo, sessões de esclarecimento, contaram com a presença e apoio de quase todos os partidos com assento na edilidade marcoense. Quase todos, pois o PCP, ou então CDU-PEV, não mostrou sinais de interesse e cooperação.
            Ora, tempo de pararmos um pouco para bebermos um refresco no café enquanto ouvimos os entendidos na vida dos outros cochilarem e verborrearem tanto como nós.
            Das antigas 31 freguesias que tinha, o concelho marcoense passou a ter 16. Contudo, houve duas freguesias que se sentiram lesadas, bastante lesadas, ao ficarem aglutinadas sob o nome de Livração: Santo Isidoro e Toutosa.
            Fez-se a reforma, as respectivas mudanças, os autarcas locais de então acenaram e sorriram. Vieram as eleições autárquicas, o rebuliço da campanha e dos boatos, da caça e pesca ao voto. Em Toutosa até surgiu uma lona a afirmar que a freguesia tem mais de 750 anos de existência. (Houve dinheiro para a lona, mas para a cozinha da escola de Toutosa, que há muito precisa de novos equipamentos e cuja autarca de então tinha sido avisada para esse efeito, não houve, assim como para o cemitério e acessos, ou então até para a construção de uma casa mortuária). Ponto de ordem à mesa ou no balcão do tasco onde te encontrares, leitor amigo. Esquecemo-nos de alguns pormenores no meio de toda esta aventura erótico-eleitoral. A proposta da JS para as freguesias de Santo Isidoro e Toutosa era mais abrangente, pois propunha a criação de uma mega-freguesia de nome Livração, sim, mas onde se agrupassem Santo Isidoro, Toutosa, Constance, Banho e Carvalhosa, visto que o nome Livração é tido não como uma freguesia, mas sim, em primeiro, como um lugar, e segundo, por conta da santa “roubada” cujo nome é Senhora da Livração (ainda que a verdadeira padroeira seja Santa Cristina de Toutosa), em terceiro, este nome é dado a toda essa região que abrange as freguesias supramencionadas, tendo em conta que apresentam um folclore próprio e característico, assim como o antigo Correio da Livração, o afamado vinho da Livração que agora corre para as caves de Penafiel de outros afamados vinhos como o “Aveleda” ou “Casal Garcia”, assim como a estação de caminho-de-ferro e os bordados e casas típicas. A proposta da JS não foi aceite, mas os autarcas das duas freguesias envolvidas também nada fizeram, pois o presidente da então freguesia de Santo Isidoro aceitou tacitamente, não gastando dinheiro em lonas inúteis, mas antes em livros carregados de erros ortográficos, dias antes das eleições, acusando o actual presidente da freguesia da Livração de ser o culpado de toda esta trapalhada! Sim, porque, verdadeiramente, um presidente de assembleia é quem vai às assembleias municipais e tem poder. O presidente de então candidatou-se não para ser presidente mas para culpar os outros! Mas atemo-nos! Não entremos nas guerrilhas hipócritas. Fiquemos pelos factos e pela zombaria barata e de bordel. Vieram, portanto, as eleições, houve mudanças nos cargos e nos partidos com poder a nível das freguesias, havendo, contudo, desfasamentos interessantes na Livração, tendo em conta que houve duas maiorias absolutas: em Toutosa, para a CDU, em Santo Isidoro, para o PS, o que demonstra não só a divisão da população em termos ideológicos, mas em apego telúrico ou nacionalismo de bolso.
            Há poucas semanas atrás, um grupo de cidadãos, de livre e espontânea vontade, mas com consciência cívica, política e social, começou a visitar as pessoas, recolhendo assinaturas para que se levasse a assembleia a alteração do nome da freguesia da Livração. Houve mais de 800 assinaturas, o que corresponde largamente a mais de metade da população desta nova freguesia.
            Entretanto, a antiga autarca e respectivo séquito lançaram, também, uma proposta de alteração do nome da freguesia. Leitor amigo, estás tu a pensar que esse nome seria, pois, Santo Isidoro e Toutosa, tendo em conta as lonas e o pavoneamento do séquito e da dita  ex-presidencial criatura. Olha que não! A proposta foi Santo Isidoro e Livração! Então e as conversas com as senhoras, sempre as mesmas, nos cafés, nas mercearias e nas padarias? Então e a lona forjada a foice e martelo? Então e os 750 anos de história?
            Ficou assente na assembleia de freguesia, por unanimidade, atenção, voltamos a repetir, por unanimidade!, que, se possível for haver alteração, esta será para Santo Isidoro e Livração! Co’a breca, amigo leitor, companheiro desta quase investigação poirotiana! A mesma foice e martelo que forjaram a lona e todo o seu ideal serviram para destruí-lo com quatro votos! Da famosa expressão Shakespeariana “O meu reino por um cavalo”, passamos a ter “O meu quintal por 4 votos”! Como rapidamente se mudam os ideais, hein? Acreditamos que foi em nome das pessoas que se mudou, ideologicamente, de forma tão rápida, não por conta do eleitoralismo nem dos boatos, nem do facto de chamarem ladrão a este e aquele! Nada disso! Tudo em nome da esquizofrenia ideológica!
            Eis, então, a guerra dos tronos desta bela aldeia, melhor dizendo, a guerra da reforma administrativa em miúdos! Apesar de não morrer ninguém, felizmente, nesta guerra dos tronos morrem figuras como a seriedade, “o trabalho”, a “honestidade” e a “competência”. Em miúdos, não por ser breve, mas por ter sido esfarelada, como aquela pobre lona, por uma foice e um martelo qualquer. Atenção, estimado amigo leitor, não olhes para a lona como uma metonímia ou metáfora de alguém ou de alguma instituição! Nada disso! São somente 750 anos de história esfarelados por quatro votos que ergueram a lona que eles mesmo, sem hesitar, derrubaram.
            Ai Alexandre, César e Napoleão! Oh poderes infalíveis e dogmáticos! Oh sistemas que implodem! Oh golpes certeiros em jugulares morais e éticas!
            Agora é esperar e esperar, com o ensejo que o nome da freguesia se altere. Ao antigo autarca de Santo Isidoro, cabe-nos dizer-lhe que agora, talvez, possa deitar as culpas ao actual executivo, presidente  e pessoas que levaram isto para a frente! Pode culpá-los de terem tido a coragem, a frontalidade e a humildade que ele não teve! Se o fizer, pedimos-lhe que escreva um livro ou um manifesto sem erros ortográficos! Uma coisa decente, por favor! À ex-presidente de Toutosa, bem, com toda a educação e respeito, iremos perscrutar pelas mercearias, cafés e padarias da freguesia o que de novo se inventa em matéria de ficção.
            Como é bom podermo-nos orgulhar de todas estas histórias que mais parecem estórias!
            Enfim, caro leitor amigo, é este o momento para te dizer que esta também poderia ser mais uma ficção ouvida pelas mercearias e cafés daquela bendita freguesia que também é nossa! Acredita que sim, isto é só mais uma ficção! Agora imagina, pensa, se tudo isto fosse verdade! Que Gaitada que daria! Mas não nossa, que não temos voz para isso!


            Vamo-nos rir, e muito, e bastante, pois!

quinta-feira, 13 de março de 2014

A Gaitada da Decadência - A Máquina de Fazer Dívidas



A Máquina de Fazer Dívidas.
O Curioso caso de Bem Viver.


       Tu! Sim, tu, caro leitor, não olhes ou leias desconfiado estas quase zombeteiras palavras escritas com o adocicado sabor da nossa lusa língua, língua essa que morre aos bocados, pelas tampas do saneamento marcoense. Ups… Não temos saneamento, ou temos? Leitor companheiro e amigo, chega-te a nós, não tenhas medo, receio ou vergonha. Lê! Lê como um danado, diria o menino que nasceu no antigo Largo de São Carlos.
      Na verdade, fiel companheiro de silêncio e pensamento, não precisas de ter vergonha, pois a dívida de 20 mil euros que  o PSD de Marco de Canaveses tinha já foi, pronta e amavelmente, paga pelo secretário-geral do mesmo partido! Oh glórias do compadrio e dos telefonemas que desenrascam sistemas! Oh maravilhas político-partidárias! Ainda há pouco houve tanta polémica por conta de um material de campanha eleitoral que estava por pagar, pelo mesmo partido, e agora quase que vêem ser penhorada a sua sede? Pelo cão! Isto é que é ter azar! Ele há cada coisa, leitor amigo, hein? Tendo em conta que a vida do país vai melhor como é que foi possível chegarmos a este ponto? É-nos estranho, aliás, estranhíssimo, todo este alarido para com o partido que tanto tem feito pelo organizado, orgulhoso, bem estruturado e nada endividado concelho de Marco de Canaveses!
            Mas que podemos nós fazer senão lamentar toda esta situação? Lamuriemo-nos com os marcoenses autarcas de laranja cor que, coitados, nem devem poder sair à rua com a vergonha no rosto e o cognome de “caloteiros”. Ainda mal! Ainda mal!
            Ora, ponto de ordem à mesa. O copo do vinho agora fica de lado, os tremoços, esquecidos, o som do café onde nos sói gastar o rendimento mínimo arredado. Então não é que, passados seis meses após as eleições autárquicas, a freguesia de Bem Viver ainda não constitui nem executivo nem assembleia de junta? Pausa no texto. Ler o que foi escrito até agora. Repensar algumas frases. Deixar de ser irónico e começar a escrever sobre coisas sérias para que os leitores acreditem em nós. No final, apagar estes apartes editoriais.) Então as pessoas de Bem Viver estão sem junta de freguesia constituída? E agora? A quem é que nos vamos queixar do vizinho que gasta muita água canalizada? Quem será o responsável pelos defeitos que se forem encontrando ao longo do mandato? E agora, leitor amigo? Cá para nós, que ninguém nos lê, sim, visto que somos de papel e só neste existimos deveras, a culpa é da Revolução Francesa e dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade! Se não há executivo porque o presidente eleito com mais votos não quer dividir forças com outros eleitos, entende-se o mal estar, mas se não se constitui junta por conta de uma oposição que o é só para ser do contra, não se entende. Todavia, e se não for nenhuma destas situações? O que será? Bem, não nos compete fazer essa análise político-saloia, tendo em conta que nos está a pegar a fome e a lua, parece-nos, brilha, lá alto, como um bronze. Em Bem Viver parece existir um Mal Estar. Mudemos o nome da freguesia? Ou continuemos à espera, até sempre, pelo que parece, de um executivo?
            Culpem a Revolução Francesa, não os desgraçados que se candidataram por amor à sua terra, pois quem se candidata por amor e desinteresse só quer o melhor para todos e o melhor é haver um órgão constituído democraticamente… Mas então, hmm, estaremos nós a ser irónicos, perverso leitor? Estaremos? Já não sabemos de nada. Nem se estamos na política por amor à coisa pública ou nas palavras por amor ao perfume adocicado dos livros antigos.
            Pois bem, pois bem! Dirijamo-nos à biblioteca municipal! A todo o vapor! Mas antes, passemos por um tasco qualquer, pois apetece-nos pataniscas de bacalhau e um tinto cheio. As palavras dão sede. Como a Liberdade e a Justiça. Será que alguma delas é saciável? Não sabemos… O que sabemos é o caminho para a biblioteca municipal. Não que queiramos algum livro ou revista. (Para quê) Estamos é sem internet e computador em casa!
            Ainda bem que temos um “Marco na Cultura”, prezado leitor afável e companheiro, senão não sabíamos como existir.
            Vamos ler, conhecer? Ou vamo-nos rir?


            Vamo-nos rir, pois!

sábado, 1 de março de 2014

Ucrânia: abertura ou continuidade?

A Ucrânia estaria, indubitavelmente, prestes a entrar em recessão não fossem os contactos com Moscovo e o investimento de Putin na economia de 15 mil milhões de euros, bem como a redução do preço do gás em 30%, o que os leva, agora, a pagar 268,50 euros por cada mil metros cúbicos. (Sendo que o preço médio de gás no mercado ronda os 300€/1000cbm)

Em troca, Ianukovich cedeu a Putin activos estratégicos como a rede nacional de gasodutos, que os torna os principais transportadores de gás para o velho continente. Portanto, há aqui um equilíbrio de interesses, por assim dizer. Vejamos: o país estaria à beira da bancarrota e, após as negociações falhadas com o FMI para um empréstimo de 20 mil milhões, a Rússia, juntando o útil ao agradável, chegou-se à frente, colocou o dinheiro em cima da mesa sem dar outra hipótese senão aceitá-lo. Aceitavam as condições dos russos ou então, mesmo que procurassem de novo ajuda da Europa, os ‘mind games’ entre ambos surgiriam (coisa que acontece frequentemente) no que toca ao consumo e fornecimento do gás.

Aceitada a subserviência de Ianukovich perante os russos, as vozes da oposição fizeram sentir-se como nunca, encheram-se as ruas de Kiev, as manifestações estavam ao rubro e a violência entre cidadãos e polícias corria o mundo inteiro. A consequência é o estado caótico do país, com mortos, feridos graves e prisioneiros. As vozes contestarias subiram de tom pelo simples facto de não aceitarem que a Rússia entre pelo seu país, faça o que bem lhe aprouver como se não fosse a Ucrânia independente. Sem a Ucrânia, a Rússia perde influência.

Temos, portanto, dois desfechos possíveis para este novo governo democrático: pró-russo, que, diga-se, mais não será do que a continuidade de um país subordinado ao poder de Putin, fechado, corrupto; ou pró-europeu, e esse sim o mais viável, que terá uma maior abertura política, social e económica com a Europa, acolhendo a democracia de bom grado. Os corruptos já provaram há muito porque não devem estar no governo: primeiro com o bluff entre Alexey Miller, CEO da Gazprom, e da primeira-ministra, Yulia Tymoschenko, de reajustar o preço do gás de 179.50€ para 250€, pois, na verdade, haviam acordado dois meses antes um valor de 418€. O que levou os representantes das indústrias nacionais do aço e de fertilizantes a afirmar que o preço superior a 200€/1000cbm transformaria “lucros esperados em prejuízos realizados”; segundo com Ianukovich, que recusou a ajuda europeia para dar as mãos aos russos e às falcatruas da energia e que recentemente fez o congelamento de bens e fundos em contas bancárias na Europa, bem como o seu filho que tem acusações de lavagem de dinheiro.

Os riscos inerentes a uma adesão à União Europeia são dois: a situação economia do país e a questão da Crimeia. Supondo que a UE ajudaria financeiramente o país, só resta a Crimeia. Questão essa que é delicada. Sendo a maioria étnica russa (58%) contra a ucraniana e tártara (24% e 13%), as manifestações também surgem, mais a favor de Moscovo, onde apelam a intervenção militar russa, mas também a indignação e o orgulho ferido dos tártaros, que, durante a 2ª Grande Guerra, foram deportados em massa e alvos de maus tractos.
Com a perda de influência na Ucrânia, Putin tem aprovada a intervenção militar na Crimeia sobre alegada “protecção aos russos”, sabendo bem que o objectivo é segurar o seu domínio através da força.
Por agora, resta-nos esperar para saber qual será o porvir. Enquanto isso, achei também interessante fazer um pequeno à parte relativamente à visão do Partido Comunista Português sobre estes acontecimentos. Pois, acusa o partido, os países da UE são “imperialistas” ao quererem interferir nesta situação… Não sei o tipo de regime que pretendem então defender os comunistas: a Federação Russa? Essa federação fechada, com objectivos imperialistas – sim, essa sim é imperialista -, corrupta, obsoleta? 

Transcrevo a declaração do PCP para que possam ver:
“O PCP denuncia e condena a brutal ingerência e desestabilização dos EUA, da UE e da NATO na situação interna da Ucrânia que – promovendo e apoiando as forças de extrema-direita, neonazis e xenófobas e fomentando o exacerbar de tensões, de divisões e clivagens –, visa assegurar o domínio político, económico e militar deste imenso país, de forma a avançar na sua escalada de tensão e estratégia de confronto com a Federação Russa, realidade que representa uma acrescida ameaça à segurança e à paz na Europa e no Mundo.”

Está na hora de acabar com os joguinhos da Rússia com a Ucrânia, está na hora de deixarem de monopolizar a energia. Como diria um cronista ainda esta semana: “Com a europeização da Ucrânia, a Rússia passa de imperialista a um mero Estado-Nação, sem qualquer influência”.

Álvaro Machado - 21:10 - 01-03-2014

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Visita à Associação Humanitária dos Bombeiros


No passado sábado, dia 8 de Fevereiro, a JS Marco visitou a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canaveses, tendo a comitiva de jovens socialistas sido recebida por Sérgio Silva, comandante dos Bombeiros, e por Fernando Nazário, presidente da Direcção.

A JS Marco encetou, assim, o seu roteiro pelas associações marcoenses, começando exactamente por aquela que conta com a maior massa associativa (cerca de 5000 sócios) e que muito recentemente completou 90 anos.

Ao longo da visita, foi possível conhecer as instalações dos nossos “soldados da paz” e perceber quais são as principais preocupações e os principais propósitos desta associação. O comandante da instituição destacou inúmeras vezes o cariz humanitário do trabalho dos bombeiros e, assim, a sua extrema relevância para toda a população. Revelou ainda que, idealmente, gostaria de dispor de mais meios humanos e de mais equipamentos, destacando também a antiguidade de algumas viaturas e o elevado desgaste das viaturas mais recentes. A este nível, salientou ainda que está a decorrer uma campanha de crowdfunding para a aquisição de um desfibrilhador automático externo, tendo apelado à singela contribuição de cada um, que poderá fazer a diferença para a obtenção de um aparelho que melhorará significativamente a assistência em determinadas situações.

Por seu turno, Fernando Nazário, presidente da instituição, enalteceu a boa relação entre o corpo directivo e o comando, tendo também manifestado o desejo de ver jovens a interessar-se e dedicar-se àquela associação e às suas causas.


Foi, portanto, uma manhã bem passada a conhecer mais aprofundadamente a realidade desta associação, não podendo deixar de se realçar a cordialidade e hospitalidade com que a JS Marco foi recebida. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Infinita Síria

(Derrubem al-Assad!)

Há uns tempos atrás escrevia indignado como é que em pleno século XXI – século esse, julgava eu, que poder-se-ia descrever pela liberdade e pela paz – se tolerava um guerra civil levada a cabo pela violência extrema, levando consigo homens, mulheres e crianças à velocidade da luz. A ONU queria intervir (EUA, Inglaterra, França e Alemanha, mais concretamente) para lutar ao lado dos rebeldes e acabar de uma vez por todas com o regime ditatorial de Bashar al-Assad e com os seus massacres. No entanto, os russos e os chineses vetaram, por duas vezes, essas intervenções e, vai-se lá saber porquê, logo dois países que internamente a democracia deixa muito a desejar. Hoje retomo a escrever e, mais do que indignado, escrevo de cólera e escrevo intolerante. Em doses excessivas! Basta. Basta de guerra, basta de esquemas políticos, basta da inércia das pessoas, basta da comunicação social tentar encobrir o que realmente se passa!

A 26 de Janeiro do ano de 2011 ecoam as primeiras vozes que se opõem ao regime, dois meses depois, a 15 de Março, a revolta armada começa sem se vislumbrar fim à vista. Ninguém sabia muito bem o que aconteceria, na prática, com este eclodir para o futuro político do país, porém, todos sabiam uma coisa: muitas batalhas sangrentas ir-se-iam travar, inocentes injustamente arrastar-se-iam nelas, vidas levadas seriam numa barca infame…

Hoje, dia 10 de Fevereiro de 2014, o número de óbitos não tem número exacto. Dizem uns que são mais de 130 mil que partiram, dizem outros que ultrapassam os 200 mil. Numa notícia, que de seguida transcrevo, de Dezembro de 2013, podemos ver que os números falam por si nesta catástrofe: 

“A maioria dos mortos é de civis – aproximadamente, entre elas, 7000 são menores -, cujo número total chega a 44.381. Nas fileiras da oposição armada, houve neste período 27.746 baixas, entre as quais há 2.221 soldados desertores.

O Observatório afirmou que há um grande número de combatentes de nacionalidade estrangeira, embora não tenha detalhado seu número.
Entre os apoiantes do regime, pelo menos 31.174 soldados das forças regulares e 19.256 milicianos e informantes morreram.

Também foram mortos 232 membros do grupo xiita Hezbollah e 265 integrantes de facções xiitas, que lutam com as tropas do regime de Damasco.

A organização de direitos humanos acrescentou que há 2.781 mortos de identidade desconhecida.

2 milhões de sírios refugiam-se no exterior, muitas das vezes acolhidos no vizinho Líbano.

O Observatório não descartou que os números sejam superiores, já que não levou em conta no relatório os 21 mil prisioneiros em prisões do regime e em centros de detenção dos opositores.”

Exigem os cidadãos sírios algo idêntico ao que exigiam os portugueses de 74 (e já lá vão 40 anos!): “maior liberdade de imprensa, direitos humanos e nova legislação”. Ao invés das forças do regime que alegam estar a lutar contra “terroristas armados que visam desestabilizar o país” e que, portanto, não irão ceder a quaisquer exigências. Importa recordar, creio eu, como funcionam este tipo de ditadores: retrocedendo uns dez anos atrás, mais coisa menos coisa, Hafez al-Assad, pai de Bashar, teve no poder 30 anos (desta vez não escrevo os números por extenso pela razão simples de que eles têm de sobressair à vista das pessoas) e o seu filho, legítimo sucessor pensam alguns, está no poder há 10 anos. E como é genético de ditador, usam a repressão e a violência para abafar as revoltas, o que neste caso em particular – entenda-se: mais grave – leva Bashar al-Assad a recorrer às tropas para combater e travar o avanço dos rebeldes. Se morrem inocentes? Ele não quer saber. Direitos humanos? Não, obrigado.

Durante 30 anos, Hafez conseguiu a proeza de proibir a formação de qualquer partido de oposição e a participação de um partido da oposição numa eleição. E agora, com o filho, que mais não há senão desemprego elevadíssimo, condições de vida degradantes, liberdade frouxa, miséria? O país atravessou um estado de emergência criado em 1963 que perdurou até 2011, que são 48 anos da mais pura ditadura! Pois então, claro está a todos nós, que um país que tem um estado de emergência vigente durante um período de 48 anos dá tudo menos liberdade ao seu povo.

Continuará assim. O facto de estarem em Genebra, agora, com representantes não levará a nada num curto espaço de tempo. O governo quer ganhar tempo, matar e prender os que se atravessarem no caminho, e, acima de tudo, não vacilará para um governo transitório. Do outro lado, continuam a pedir uma intervenção e justiça, urgentemente.

Enquanto isso, morrem diariamente inocentes. Homens, mulheres. Crianças!

Álvaro Machado – 22:36 – 10-02-2014

Primeira reunião do Conselho Municipal da Juventude do mandato 2013-2017

Teve lugar na passada quinta-feira, dia 6 de Fevereiro, a primeira reunião do Conselho Municipal da Juventude (CMJ) no mandato de 2013-2017. A JS Marco fez-se representar por Tiago Moreira, membro do secretariado e coordenador adjunto da estrutura.

Esta primeira reunião teve como principal propósito a instalação do CMJ, tendo tomado posse os vários membros das instituições com lugar naquele órgão (Associação Palco de Inovação, a Associação de Estudantes da Escola Secundária de Marco de Canaveses, o grupo de Escoteiros, a Associação Special One,as juventudes partidárias concelhias – JSD, JCP e JS -, bem como os representantes dos grupos municipais na Assembleia Municipal). Além disso, foi ainda concedido o estatuto de observadores permanentes ao Ginásio Clube de Alpendorada (GCA) e ao grupo de jovens de Constance (MENDAP).

Naquela reunião foram eleitos os secretários da mesa do CMJ, Luís Vasconcelos (Palco de Inovação) e Joana Lopes (Escoteiros), que passam a auxiliar o Presidente de Câmara na condução dos trabalhos deste órgão. Foi também aprovado o regimento interno que passará a regular o funcionamento do CMJ.

Tiago Moreira, que representou a JS Marco, teve oportunidade de alertar para a importância de uma postura mais ativa por parte dos elementos do CMJ, traduzida na apresentação de propostas e sugestões, não se limitando as reuniões deste órgão à apresentação das iniciativas municipais realizadas na área da juventude.

Ana Moura Pinto, que também marcou presença na reunião na condição de representante do grupo socialista da Assembleia Municipal, sugeriu que algumas das reuniões fossem rotativas, abarcando várias zonas do concelho, tendo ainda sugerido a sua abertura ao público em geral, mediante o estabelecimento de algumas regras. A representante do grupo socialista na Assembleia Municipal alertou ainda para a importância de o CMJ se pronunciar sobre as linhas de orientação geral das políticas de juventude, principalmente através da emissão do parecer obrigatório acerca do plano de actividades e orçamento municipais.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A Gaitada da Decadência - O estático movimento da mudança tranquila.

O estático movimento da mudança tranquila.
Deitar nas eleições e votar o futuro ao lixo.



            Do alto da nossa hipocrisia, pedantismo, wikipedismo e arrogância saloia abrimos mão da pena e da gabardina e vislumbramos Marco de Canaveses com uma enorme vontade de sofrer!
            “Eh-lá-hô”, estimado leitor amigo! Ora viva! Por Delphoi e pelas oliveiras onde os filósofos se estendiam falando do mundo e dos sistemas! Como vais, prezado companheiro de leitura! Co’a breca! Há que tempos não nos cruzávamos por este jardim, qual flâneur de bolso! Pois é! Depois de esta longa diáspora eleitoral, pessoal, espiritual, íntima e parola, voltamos, lavados, perfumados e de dentes escovados!
            Entramos em 2014 como quem entra numa loja de penhoras! Pelo cão! Mas deixemos, por ora, essas quase preocupações de lado e concentremo-nos num evento que transformou, muito!, a marcoense vida, sempre votada para as coisas íntimas, belas, em nome de justiça e da verdade! (Se soubesses a vontade que tenho de aqui colocar o coro do povo hebreu a interpretar parte do “Va, pensiero” , do terceiro acto de Nabucco, de Giuseppe Verdi!) Pois bem! Voltemos a 29 de Setembro, voltemos às eleições autárquicas! O concelho todo em rebuliço, os cartazes dos candidatos e dos movimentos e partidos (alguns com toneladas de ferro e lona e circo) outros com palavras e ideias e vontade de trabalhar! Mas, para nosso espanto, o povo, como sempre, votou-se nos valores da tradição! O povo “deitou” em quem já lá estava para não continuar a não-mudança, ou então a “mudança-estática”, com perdão da adaptação pessoana a estas andanças! O povo deitou o futuro ao lixo, ou ao progresso e à mudança. Nada disso! Os marcoenses estão satisfeitos por sermos o 12º pior concelho do país para se viver; os marcoenses estão satisfeitos com as obras de estética económica e humana que se fez pelo “centro da cidade”; os marcoenses estão satisfeitos por beberem água de poços que jogam cartas, de mão dada, com as fossas, pois água e saneamento é coisa de cretino, não de marcoense! Atenção, leitor amigo, pois não estamos a traçar a estética do ser marcoense, visto que esta mão também o é, para o bem e para o mal!, ainda que "estrangeirada" há uns bons anos! Na melhor das hipóteses, fazemos uma observação sociológica, wikipedista, como sempre, sob a égide de Michelet: “Diz-me em quem votaste e eu dir-te-ei quem és”. No entanto, parece que ser marcoense, ou fazer parte de 11 mil marcoenses passa por essas premissas! Ainda mal! Deitamos nos mesmos! Sim! Deitamos Marco de Canaveses pelo tubo de esgoto que não temos, abrimos a torneira da água canalizada que tarda a chegar desde sempre, para que a mudança tranquila continue! Pão e circo! Inaugurações e festas! Vinho e verborreia! E lá no fundo, em Tongobriga, os romanos que por lá andavam e andam, coitados, olham estupefactos e pasmados, enquanto se banham e têm águas públicas, pois o cardo e o decumanus mental nunca foi demais! Mas que bom que temos executivo com maioria absoluta! Assim não haverá discussões em que se tenha de falar da maçada do bom senso do apoio à cultura, à verdadeira, à que instrui, à que tem a função de “plaire et instruire” diriam os franceses e dizem os francófilos! Graças aos deuses, e aos marcoenses, que temos um executivo que não perde horas a discutir a água e o saneamento, as escolas, o transporte para estas, a assistência aos idosos, o apoio aos desempregados, o incentivo aos jovens que, cada vez mais, têm vontade de ficar pelo burgo marcoense! Aquando das eleições ouvia-se falar do cansaço “íssimo, íssimo, íssimo” para com quem estava no poder! Oh tédio filosófico-existencial! Oh Schopenhauer dos tempos modernos! Oh Simbolismo partidário de bolso e de cartaz e comício! O rebuliço das pessoas, todas elas contra o poder estabelecido, dizendo que era necessário uma nova mudança e “mundança”. Foram as ideias, vieram os candidatos! Foram surgindo, com os seus discursos, os seus projectos! Uns propunham baixar preços impossíveis de baixar; outros queriam continuar o marasmo; outros não sabiam bem o que fazer para não sair do discurso bacoco e repetitivo de tempos de latifúndio de tasca; outros queriam ser presidente à força, desse por onde desse; outro ainda falava em pôr a população a pensar, a participar activamente, não fazendo promessas, aliás, prometendo jamais fazer promessas! Esse candidato pensava e sabia ver as coisas, pois não era um indivíduo com um conta-quilómetros político de gabinete e assessoria! Esse candidato apresentava propostas, debatia, não acusava este ou aquele, não falava como um Pilatos em Jerusalém, nem como Górgias em Atenas, mas pensava e falava como um comedido e apaixonante Flávio Josefo,  Marco Aurélio, Plínio ou Horácio! Mas, porque era o candidato ideal para as marcoenses terras, pois era lúcido, consciente, coerente e apto, não era o candidato típico marcoense, não era o candidato ideal para Marco de Canaveses! Hip-hip Urra! Não ganhou as eleições! E ainda bem! Já viram o que era ter um presidente digno, honesto, trabalhador, capaz de levar o município a um outro horizonte? Graças aos céus, e aos marcoenses!, que tudo continua igual!
            Afinal de contas, o cansaço das pessoas era o da falta de promessas heroicas! Talvez promessas de que as festas se irão prolongar por 2 meses, que vamos ter o oceano Atlântico em Alpendorada e Vila Boa de Quires! Sim, só nestas duas freguesias!, pois deitam bem!, que vai haver vinho e biscoitos para todos e que vamos ter touradas mais frequentemente! Isso era o que este candidato devia ter dito e verborreado! Agora falar da necessidade da água e saneamento, da análise das águas, na aposta nos recursos endógenos, na valorização da paisagem milenar enquanto património e oferta cultural para um cidadão atento e amante das coisas belas, para quê?? Quem quer saber disso? Só mesmo quem tem a mania que é intelectual e pode mudar alguma coisa! Só algum cretino, diria Jorge de Sena!
            Mas basta, leitor amigo, basta de tanto atacarmos este candidato, pois ele não tem culpa de ser uma pessoa excepcional e que causa admiração! Ele não tem culpa de não ser cretino e de não andar com os olhos provincianamente fechados! Ele não tem culpa de ser assim, de ter esse grande defeito, digno de martírios tanto literários, quanto humanos, essa grande falta, essa grande miséria que é saber pensar, saber planear!
            Enfim, pelo cão! Graças por não termos tal homem digno e correcto como presidente da câmara! Já viram o que era assistir aos debates sem que houvesse ataques ad hominem, sem que se prolongassem verborreias infinitas, onde só se discutissem ideias e maneiras de podermos, em casa, abrir a torneira e ter água canalizada? Já viram o que era andar pelo país e dizer que éramos do Marco de Canaveses  e que tínhamos um presidente que nunca foi político? Que veio fazer o que faz falta? Um presidente que daria orgulho, brio, paixão e desejo de estar sempre e sempre a dizer que éramos de Marco de Canaveses? Porra, isso seria uma grande maçada!
            Continuamos iguais, orgulhosamente o 12º pior concelho do país para se viver! Ficar triste com isto?! Por quê?

            Vamo-nos, mas é, rir, pois!