quinta-feira, 28 de abril de 2011

Presidente do PS Europeu diz que Portugal foi vítima da especulação e dos conservadores

O presidente do Partido Socialista Europeu, o dinamarquês Poul Rasmussen, afirma que os especuladores e a maioria conservadora na Europa e nas instituições europeias são responsáveis pela actual situação económica em Portugal.

“Portugal foi atacado por ataques especulativos dos mercados financeiros. Na realidade, temos aqui um dilema – por um lado temos uma verdadeira democracia em Portugal, tal como na Irlanda, tal como na Grécia, tal como em Espanha. Uma verdadeira democracia, com Governos eleitos. Por outro lado, há um pequeno número de especuladores a atacar a economia portuguesa e um pequeno número de agências de rating que avaliam as nossas democracias sem nós temos influência. Não é justo”, considerou Poul Rasmussen, numa entrevista à agência Lusa.

“A Europa está nas mãos erradas – temos uma maioria conservadora no Parlamento Europeu, no Conselho da Europa, na Comissão Europeia, e esta combinação está a pressionar Portugal de forma muito, muito pesada (...) e eles só pensam numa coisa – austeridade, austeridade, austeridade”, disse o presidente do Partido Socialista Europeu (PSE), a estrutura que reúne os partidos sociais-democratas, socialistas e trabalhistas de toda a Europa.

Nos 27 Estados-membros da União Europeia, Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda estão na lista dos poucos países que têm Governos socialistas ou trabalhistas.

Sair da crise “através do investimento”

“É um facto que Portugal foi prejudicado pela maioria conservadora na Europa. Penso que, para ser justo com José Sócrates e com o seu governo, Sócrates fez o que tinha a fazer em condições difíceis, mas que o fez da forma mais justa”, considerou ainda o líder do PSE, que liderou o governo dinamarquês entre 1993 e 2001.

Se Portugal tivesse encontrado na União Europeia líderes que dissessem “vamos coordenar os nossos esforços para sair da crise através do investimento”, o país “não estaria na situação em que está agora”, acrescentou. “Portugal, a Dinamarca, a Europa, não deveria competir com base nos baixos salários, deveria competir com base na melhoria das nossas qualificações. Essa é a grande ideia. (...) Deveríamos sair da crise através do investimento, em vez de através de cortes”, afirmou.

Rasmussen defendeu ainda a via do PSE para resolver os problemas de crescimento na Europa, e que permitiria criar, afirmou, oito milhões de empregos no espaço comunitário.

Para Portugal voltar a crescer, mais do que cortes, Rasmussen defendeu maiores níveis de investimento e criticou que, nas conclusões da Cimeira Europeia de Chefes de Estado e de Governo, de 24 e 25 de Março, a ausência da palavra “investimento” seja notória.

“Se olharmos para os últimos acordos da cimeira, a palavra não é referida. Para voltar a fazer Portugal crescer, o importante é o investimento e a educação, para aumentar os níveis de competência que permitam a criação e a aceitação de novos empregos. Quanto mais se fizer em termos de crescimento e investimento, mais se pode fazer no sector da educação e das qualificações o nível de vida será melhor”, concluiu.

Fonte: Público

quarta-feira, 27 de abril de 2011

José Sócrates: "Nunca como hoje foi tão necessário o diálogo e a negociação, que não é um sinal de fraqueza mas de grandeza"


José Sócrates disse hoje que "nunca como hoje foi tão necessário o diálogo e a negociação" entre os partidos. Em entrevista à TVI, José Sócrates disse que "há tempo para disputas e também há tempo para a unidade"."Acho possível e desejável um ententendimento entre PS e PSD e outros partdios que estiverem interessados. Nunca como hoje foi tão necessário o diálogo e a negociação, que não é um sinal de fraqueza mas de grandeza", argumentou José Sócrates.
Questionado sobre as declarações de Pedro Passos Coelho, que ontem disse estar contra uma União Nacional em Portugal, Sócrates sustentou que ninguém falou nessa opção, mas de um cenário de unidade entre partidos.
"Lamento dizer mas não posso estar de acordo. Ontem ninguém falou de União Nacional porque isso foi fruto de uma ditadura, do que se falou foi de unidade com vista a preservar um espaço de consenso que permita ao País enfrentar as dificuldades que tem pela frente. (...) Passos Coelho não entendeu", argumentou.


Fonte: Site Partido Socialista