segunda-feira, 29 de outubro de 2012

JS Marco no programa Marco ao Sábado


(clica na imagem acima para aceder à página da Rádio Marcoense onde podes escutar o podcast do programa - PARTE 2)

No passado sábado, dia 27 de Outubro de 2012, tive o privilégio de ser o convidado do programa “Marco ao Sábado” da Rádio Marcoense. Um espaço de revista da semana a diversos níveis, bem como um fórum de discussão e diálogo interessante conduzido por António Duarte e Maria José. Eu integrei o programa (de 2h) durante a sua segunda hora, enquanto convidado dessa semana, tendo sido o PRIMEIRO COORDENADOR DE UMA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DE JUVENTUDE a ter essa oportunidade!

Ao nível pessoal, foi uma experiência deveras interessante ou não fosse esta a minha estreia radiofónica nestes moldes de convidado. Uma vez ultrapassado o nervosismo inicial e os persistentes “hum… hum… hum…” a conversa fluiu por entre diversos assuntos inerentes à Juventude Socialista e ao meio político, juvenil e não só. Devo confessar, foi um momento que, pessoalmente, me orgulha. Todavia, não é esse o motivo da publicação deste texto. Esse, é outro… Bem mais simples: TODOS OS MEUS CAMARADAS MARCOENSES.

Pretendo com este texto sublinhar o facto de a minha presença no programa “Marco ao Sábado” se deve a todos vocês e não a mim. Eu fui, apenas e simplesmente, a pessoa que vos representou naquele programa. A minha presença no “Marco ao Sábado” deve representar para todos os elementos da Juventude Socialista do Marco Canaveses um orgulho. Um orgulho por ver reconhecido pela comunicação social (espelhando a sociedade marcoense, a meu ver) o trabalho por TODOS NÓS DESEMPENHADO. O reconhecimento da qualidade e do caráter construtivo do mesmo. O reconhecimento dos projetos e opiniões, ações e posições de um grupo de jovens que MUITO ME ORGULHO DE COORDENAR.

No passado sábado, dia 27 de Outubro de 2012, TODOS OS JOVENS SOCIALISTAS DO MARCO DE CANAVESES foram convidados do “Marco ao Sábado”. TODOS estiveram na Rádio Marcoense e TODOS deixaram um pouco de si para a posteridade… Eu apenas tive a felicidade de materializar o VOSSO trabalho e dedicação em ondas sonoras.

A TODOS OS QUE ME ACOMPANHAM (TODOS MESMO) NESTA CAMINHADA DE CONSTRUÇÃO DO NOSSO MARCO DE CANAVESES… A TODOS QUE DEDICAM O VOSSO PRECIOSO TEMPO E CONSIDERAÇÃO A ASSUNTOS QUE A TANTOS OUTROS SE AFIGURAM COMO IRRELEVANTES… O MEU SINCERO AGRADECIMENTO… CONTINUO A CONTAR CONVOSCO, POIS O CAMINHO ESTÁ AINDA A COMEÇAR.

PS: Espero não ter desiludido nenhum elemento da JS Marco Canaveses com a minha performance radiofónica, bem sei que muita coisa ficou por dizer.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Rota do Abrigo de Montanha


A Secção de Pedestrianismo da Associação dos Amigos do Rio Ovelha e a Junta de Freguesia de Soalhães convidam-no a participar na «Rota do Abrigo da Montanha», no próximo dia 4 de Novembro de 2012. Esta pequena rota dá ênfase ao turismo natural, cultural e religioso e decorre em caminhos antigos, ladeados por muros de pedra e circundados pela agradável paisagem natural, integradas em ambientes rurais.

Plenário concelhio Socialista

 
 
Num momento em que o Governo de Direita insiste numa receita que já provou não resultar, em que manifesta a sua resignação perante os indicadores da situação económica e social do país e em que, na Europa, o Primeiro-ministro desistiu de lutar por Portugal, o Partido Socialista prossegue o combate político contra a maioria PSD/CDS. Foi nesse sentido que apresentámos 357 propostas alternativas na Assembleia da República, no último ano; que anunciámos que se o Governo não recuasse na taxa social única apresentaríamos uma moção de censura e que há muito clarificámos o nosso voto contra a proposta de Orçamento de Estado para 2013. Um voto contra um orçamento baseado exclusivamente na receita da austeridade sobre austeridade. Uma receita que não resultou em 2012, que será objecto de apresentação de propostas de alteração que, em todo caso, não alteram o nosso voto contra. Nesse sentido vamos realizar plenários de militantes que muito seria enriquecida com a sua participação. Contamos consigo em Marco de Canaveses, no dia 27 de Outubro sábado, pelas 15h00, no Auditório Municipal.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Gaitada da Decadência - O amor da juventude pela Cultura



Espantos com laivos culturais em terras perdidas nas trevas de uma ignorância ignóbil.
O Amor Amor Amor pela Verdade, pela Justiça, pelo Bom, Belo e Justo por parte da juventude. O fado de trazer pela despensa e o culto das aparências.
O interesse cultural e intelectual de uma juventude que não é a da nossa terra. A hipocrisia social e o verde obscurantismo numa idade tão bela e seivosa.

Eis-nos, novamente, amigo leitor, sejas quem fores, serás sempre bem-vindo. Tenhas muito ou pouco, não nos interessa, pois terás sempre mais se amares a Verdade, serás sempre maior se adorares com tudo o que tens a Justiça.
Desta vez, os nossos olhos recaem sobre o Norte do país, viajam até à região de Entre Douro, Tâmega e Minho, onde começa o Marão, daí descemos a bendita e harmoniosa serra, deslizamos pelo Tâmega, esse rio do Nosso, sim, Nosso Teixeira de Pascoaes e chegamos ao concelho de Marco de Canaveses. Daí vamos até Santo Isidoro, que parece ter deixado de ser uma só freguesia e foi acoplada por Toutosa dando origem à freguesia da Livração. - Mas destas considerações iremos dar uma gaitada noutra oportunidade. E será uma gaitada forte que não vai cair nas graças das sábias vozes isidorenses. - Mas antes disso, viajemos até à igreja de Santo Isidoro, até ao dia 20 de Outubro de 2012. Já deves estar estafado, amigo leitor, e mesmo até enjoado pelo caminho que fizemos até Santo Isidoro, pois as estradas são feitas de curvas e de buracos. Viva o Progresso!
Ora, no passado dia 20 de Outubro de 2012 foi um dia muito importante para Santo Isidoro, pois houve a inauguração de uma estátua em granito do padroeiro no adro da igreja. Como sempre, sendo uma cerimónia importante não só para a freguesia como para a comunidade religiosa, houve a presença do bispo auxiliar do Porto, D. António Taipa e de outros membros do clero. Até se convidou um grupo de canto gregoriano para dar mais beleza a toda a cerimónia.
Então la começou a cerimónia, no adro da igreja, a população reuniu-se à volta dos muros do edifício, ao pé da estátua, conforme podia.
Por um acaso, os nossos olhos e as nossas mãos também estavam lá, e reparamos logo no ambiente de pompa e circunstância, tudo fatinhos e gravatas, tudo perfumes e águas de colónias, tudo cabelos arranjados e unhas pintadas. Tanta cor e aparência! Tanto ar chic e estética de bolso para inaugurar uma obra de arte feita por mãos que criam o indizível, que falam no silêncio da pedra e da essência daquilo que é Belo: a Simplicidade.
Até o jovem que foi cantar o salmo ia todo dândi, todo janota, vestido de uma forma exagerada e provinciana! Pobre moço, se ao menos percebesse alguma coisa de música e soubesse cantar! Se ao menos amasse a Justiça e a Verdade. Se ao menos soubesse Filosofia e filosofias e sistemas e Ideias. Se ao menos…
O povo assistia à cerimónia, em silêncio, pasmado, olhando para quem estava presente e para quem não estava, observando quem vestia o quê e se isso combinava com a cor da mala ou dos sapatos. O povo lá ia assistindo em silêncio, uns em missão jornalística como aqueles que acima citamos, outros em silêncio, adorando a estátua e o relógio que teimava a tornar o tempo espesso e lento.
No fim da cerimónia houve outros dois eventos dentro da igreja, dos quais os nossos olhos e as nossas mãos e palavras se maravilharam genuinamente: Música. Silêncio. História. Arte.
Houve mais canto gregoriano, houve uma lição de História da Igreja, da Cultura e da Civilização Ocidental. Foi um momento delicioso, e, acredita, leitor amigo, disto não vamos escarnecer, pois foi Justo, Bom e Belo o que dentro daquele pequeno templo românico se passou. Muito belo. Nem criticamos as pessoas de mais idade que foram saindo ao longo desse momento, pois têm os seus afazeres e as suas limitações que, com a idade o tempo pede. Pelo contrário, arrepiamo-nos de uma forma genuína por poder ver gentes, pessoas daquela aldeia escutando o canto gregoriano, deslizando pelas palavras que se escutaram de uma forma apaixonada pelo senhor professor João. Nada disso criticamos ou satirizamos, amigo leitor. Nada disso.
Todavia, o que nos impressionou bastante, e, sejamos sinceros, também já estávamos à espera, foi a presença em massa da juventude isidorense nessa sessão! Foi fabuloso! Eram mais de 50 jovens da aldeia, muitos deles já formados ou a terminar cursos superiores, outros tantos no ensino secundário e ainda outros num ensino mais básico. Mas todos estavam lá presentes. Todos escutavam em silêncio e de forma atenta e genuína o canto gregoriano, a lição de história. Porque todos amam a sua terra e querem conhecê-la um pouco mais, não são daqueles jovens que não se interessam minimamente por cultura e arte e preferem telemóveis e facebook e motas e tardes e noites de ócio saloio em cafés, bares e discotecas. Nada disso, caro leitor! Nada disso! Blague!
A juventude esteve presente em grande número mesmo não havendo porco no espeto, mesmo não havendo cerveja nem poker nem cigarros. A juventude esteve presente mesmo sem fadustagem daquela que Eça e todos os da Geração de 70 satirizavam e escalpelizavam com luvas de pelica, de uma forma irónica, jocosa e deliciosa. Sim, essa fadustagem torpe, que tem várias variações, por que um mal nunca vem só! Oh ilustres peitos lusitanos! Oh pátria de trovadores e poetas! Como a juventude foi uma forte presença nesse dia 20 de Outubro de 2012 em Santo Isidoro!
Que juventude culta e humilde, nada invejosa e nada amante de aparecer nas actividades que só podem ser vistas por multidões e pelos media, sejam eles quais forem! Como é tranquilizante podermos confiar o futuro do país a esta juventude! Uma juventude nada hipócrita e nada invejosa. Uma juventude que chama burro aos outros jovens porque eles não percebem nada de política, de história de nada! Viva o culto das aparências! Viva a hipocrisia social! Pelo menos os escritores, os criadores de teatro e cinema terão imensos temas para retratar e fazer rir o português do futuro, porque é isso que está em causa: o Futuro!     O futuro é o único trunfo que temos na mão. Mas estamos a vender esse trunfo, a hipotecá-lo para pagar dívidas do carro que não podíamos comprar, das férias que não podíamos fazer, da vida que não podíamos ter. E essa forma de estar no mundo é também a forma da juventude. Uma forma de ir estando.
Mas isso não interessa! Não precisamos de política para nada, não precisamos de ler grandes obras literárias, políticas e filosóficas. Nada disso! Leiamos os jornais e criemos opiniões dignas de dois cavalos! Opiniões dignas de um café e um cheirinho! Porque tu és um burro! Tu não percebes nada de política!
            Ainda há coisas que nos deixam pasmados, leitor amigo. Então ouvi dizer que a cultura marcoense e da sua juventude começa no café Jamaica e acaba no Woodrock?! Quem afirmou que são esses meros 50 metros de vida nocturna que traduzem a cultura marcoense?? Quem disse tamanha blasfémia, quem proferiu tamanho anátema?? Então temos a biblioteca municipal sempre cheia de jovens que fazem fila ao balcão para requisitar livros e jornais, enquanto os computadores estão vazios e ninguém viaja pelo mundo facebookiano. Então temos várias propostas da câmara que incentivam a cultura! Temos concursos literários, visitas de escritores portugueses, semanas culturais, apoio a jovens escritores e artistas, oficinas de escrita e poesia. Grupos de leitura, de investigação na área do ambiente, das engenharias, do direito, da política e da filosofia. Temos um ciclo de conferências sobre temas da actualidade, temos concertos de música erudita, parcerias com entidades culturais como a Fundação Eça de Queiroz e a Fundação Calouste Gulbenkian! Temos um manancial de actividades culturais que orgulham imenso o executivo camarário, tudo graças ao pelouro da cultura e da juventude! (Isso existe, verdadeiramente?)
            Agora não venham dizer que os jovens não se interessam pela cultura, que não lêem, que não têm opinião própria. Isso até nos deixa apavorados e angustiados, assim como os pais desta juventude que se interessam  bastante pela cultura e não pela vida do vizinho. Preferem dar um livro ou um bilhete de museu aos filhos do que comprar um telemóvel topo de gama.
Acalma-te, meu querido e amigo leitor, acalma-te, pois a juventude isidorense, marcoense e portuguesa não é assim. Sosseguem, pais que investem no futuro dos filhos. Eles estão habituados a passar dificuldades e a ultrapassarem estas situações sozinhos. Tudo o que dissemos até agora não é apanágio da juventude isidorense, graças às Divinas Alturas da Providência sempre Atenta!
Já agora, façam silêncio, por favor, que os jovens isidorenses querem continuar  a ouvir a palestra de História, pois ao contrário da Alemanha e da Noruega, os jovens portugueses amam a cultura!
Vamo-nos rir, pois!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Campanha política


Estive a ler algumas partes do programa eleitoral do PSD. Nunca é tarde para relembrarmos algumas demagogias surdas que foram, pouco a pouco, moldando um percurso de tal ordem destrutivo que parecia, todavia, a qualquer cidadão, um bom programa eleitoral pelo simples facto de ser inexorável.
Não pude deixar de verificar que, ao longo do programa, a palavra "crescimento económico" é repetida até à exaustão; outras como justiça social, reforçar a economia, combater o desemprego, também se fizeram ouvir, ainda que surdas.

A palavra "austeridade" ganha, neste programa, um novo fôlego: note-se, por exemplo, que ela é defendida pela via da redução de despesas, evitando o aumento das receitas fiscais - como diria o Passos Coelho na campanha eleitoral "Não vamos subir os impostos" ou "O IVA não é para subir. O que temos de fazer se formos Governo é reestruturar o IVA, o que significa que, nas três taxas já existentes, temos de reclassificar produtos e serviços de modo a alargar a receita".
Como entendo agora Luís de Camões no seu poema "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"... Agora evaporada a campanha eleitoral, e já com o governo formado, a história é outra: sobem-se os impostos, sabendo que se trata do aumento de receita fiscal, sobem o IVA de ano para ano e por aí adiante.

Isto tudo apenas para reflectir um pouco. «Fico perplexo quando imagino o que as pessoas podem fazer para alcançar certos e determinados objectivos. Na verdade, coisas como o dinheiro e o poder são manipuladoras ao ponto de fazer mentir ou deturpar o que realmente pensamos...»
Fico com uma certeza quase dogmática em relação à política em geral: qualquer partido que prepare uma candidatura focada, essencialmente, no poder não poderá agir em defesa do seu país, não poderá estabelecer Portugal como um país digno e não poderá ser chamado de patriótico; esta falta de transparência, demagogia e falta de criatividade, como o caso destes programas eleitorais, reduzir-nos-á a escombros somente.

Álvaro Machado – 15:30 – 23-10-2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

COMBOIOS: Balanço reunião Comissão Utentes com a CP

 
Como não podia deixar de ser, a JS Marco Canaveses acompanha e dá conta das novidades e avanços/recuos que a situação dos transportes ferroviários marcoenses vai conhecendo. Sublinhamos que esta é uma luta que está muito longe de estar ganha e um desfecho positivo para populção marcoense está distante, ao contrário do que alguns atores políticos têm procurado fazer crer.
Assim sendo, deixamos as seguintes notas acerca da reunião da Comissão de Utentes com a CP, onde esteve presente o Presidente da Câmara Municipal - Manuel Moreira - e o Vice-Presidente - José Mota:
 
1. A CP mantém a narrativa de que as supressões (MASSIVAS) que se têm verificado estão relacionadas com a greve dos maquinistas. Argumento absolutamente falso e prontamente desmentido pela Comissão de Utentes que revelou à empresa uma resposta do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ) dando conta da indisponibilidade de material circulante (comboios) para trabalhar. Perante isto a CP argumentou que a rotação de material e as avarias impedem o cumprimento do serviço estipulado. (TAL COMO A COMISSÃO DE UTENTES ASSINALOU - PALAVRAS COM AS QUAIS CONCORDAMOS: DESCULPAS EM QUE NIGUÉM ACREDITA!).
 
2. De acordo com este cenário a Comissão de Utentes propôs à CP a possibilidade de utilização dos comboios Interregionais ao preço dos urbanos. (NOTA: ESTA POSSIBILIDADE NÃO SATISFAZ AS NECESSIDADES DE MOBILIDADE DOS MARCOENSES POIS O NÚMERO DE LIGAÇÕES INTERREGIONAIS É REDUZIDO).
 
3. Quanto à eletrificação, a CP desviou toda e qualquer responsabilidade para a REFER (OS MARCOENSES ESTÃO JÁ NO MEIO DO JOGO DO EMPURRA!).
 
4. A Comissão de Utentes já pediu entretanto uma reunião com caráter de urgência à REFER, de forma a diligenciar o mais depressa possível no sentido de assegurar a eletrificação da linha ferroviária (QUE ALGUÉM JÁ DISSE ESTAR ASSEGURADA!).
 
5. A Comissão de Utentes demonstrou a sua indignação perante a CP e fará o mesmo perante a REFER, asseverando que caso seja necessário haverá lugar a novas manifestações.
 
A concelhia do Marco de Canaveses da JS estará tão próxima quanto possível dos avanços que ocorram na problemática dos transportes ferroviários. Sublinhamos, novamente, a nossa completa disponibilidade para ser um elemento ativo neste processo que pode apenas etrminar de uma forma: COM A ELETRIFICAÇÃO FERROVIÁRIA E EXTENSÃO DE TODAS AS LIGAÇÕES DE CAÍDE ATÉ AO MARCO DE CANAVESES.

sábado, 20 de outubro de 2012

Estaleiros de Viana




Ficámos a saber, indubitavelmente, que os Estaleiros de Viana do Castelo têm uma mão-de-obra proveniente de erros crassos qualificativos ou melhor dizendo não-qualificativos. Ainda assim, isto também provém de outro factor, mais gravoso, que são os erros sistemáticos dos governos ao longo da nossa história. A falta de qualificação da nossa mão-de-obra é de tal modo incongruente que nunca será possível ajustarmos a realidade portuguesa à de outros países, nomeadamente as potências que concorrem no mercado internacional; a carência da mentalidade para adaptar-se à luta de preços, à concorrência forte, à constante busca de inovação, à tentativa de produzir mais e melhor, à noção que é preciso renovar técnicas e visões, tudo isso cai por terra quando sabemos, por intermédio de um empresário, não estarmos adaptados a nenhuma desta circunstâncias.

É por isso crucial investirmos na qualificação da população e, não obstante, na mentalidade da mesma. Sem isso nunca será possível exportarmos com toda a qualidade que queremos. Concordo com algumas privatizações e esta privatização - ou reprivatização, como lhe queiram chamar - é uma das necessárias, neste momento, a ser feita, pela simples razão da burocracia intransigente que assistimos tanto no que toca aos trabalhadores dos estaleiros como aos sindicatos.

Acham ainda que podem ser vistos no cimo de uma colina, sobre uma rocha e gritar: "Queremos direitos. E se não os dão, faremos greve!". Parece bizarro burocratas apelarem por direitos. Mas há de tudo.

Como é possível a Venezuela ter encomendado dois navios, salvo-erro, aos ENVC, ter estipulado num acordo o prazo de entrega e, passado esse tempo, nós falharmos o acordado? Como é possível a Venezuela ter inclusive pago já nove milhões de euros em vão? Com esse dinheiro a entrar nos cofres dos estaleiros, foi decidido, então, fazer uso dele para outros afins que não tinham, de todo, ligação com isto. E porquê? A resposta é fácil e global: a burocracia não tem precedentes.

Transcrevo ainda um pequeno trecho que revela a mentalidade portuguesa, a falta de transparência e, acima de tudo, a leviandade com que o mercado é encarado em Portugal: "Até Junho de 2011, os pagamentos efectuados aos ENVC pela Venezuela - cerca de nove milhões de euros -, foram utilizados, acrescentou a mesma fonte, noutras obrigações da empresa «que não relacionadas com o contrato», o que «dificultou» o cumprimento das várias fases de construção.".

O tempo continua, o relógio não pára. A mentalidade e os costumes é que continuam inertes.

Álvaro Machado - 19:20 - 20-10-2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A REFORMA INSTANTÂNEA

Ainda que extemporaneamente (a decisão acerca da Reforma da Administração Local foi tomada no passado dia 8 de Outubro), decido agora proferir umas breves palavras acerca daquilo que foi, no meu entendimento pessoal, o processo de reorganização administrativa em Marco de Canaveses. Desde a própria condução do referido processo, até à própria decisão definitiva, uma ideia ficou patente: o modo instantâneo utilizado para levar a cabo uma reforma de tal envergadura. Como se de uma receita de culinária, daquelas simples e rápidas, se tratasse. Ora vejamos:

Ingredientes:
  • 1 Comissão Municipal para a Reforma da Administração Local dotada de pouca utilidade;
  • 1 Presidente da Câmara passivo;
  • 1 pitada de diálogo e discussão;
  • Falta de coragem e visão redutora q.b.
Modo de preparação:

1 - Cria-se uma Comissão Municipal para a Reforma da Administração Local, presidida pelo Presidente da Assembleia Municipal e composta por membros dos vários partidos com assento na referida Assembleia. Reúne-se a Comissão algumas vezes no final do ano de 2011 e nos primeiros 2 meses de 2012. Deixa-se repousar até Setembro, a menos de 1 mês da tomada de decisão. 

2 - Adiciona-se à Comissão um Presidente da Câmara passivo, que ao longo dos vários meses se limitou a não proferir uma opinião esclarecida acerca do tema.

3 - Depois de misturados os dois ingredientes anteriores, junta-se uma pitada de diálogo e discussão. Atenção: não é aconselhável uma grande quantidade! Tal pode deturpar o resultado final. 

4 - Ao longo de todo o processo, adiciona-se falta de coragem e visão redutora q.b., que serão decisivas para o sabor que o preparado irá obter no final. 

5 - Por fim, coloca-se o preparado na Assembleia Municipal extraordinária e deixa-se cozinhar durante aproximadamente 5 horas, findas as quais se serve à população marcoense.

Efectivamente, deve questionar-se desde logo a utilidade de uma Comissão Municipal para a Reforma da Administração Local e, mais do que isso, a sua própria liderança. Parece-me inconcebível que, desde o início do ano até Setembro, o presidente desta Comissão não tenha tomado a liberdade de agendar encontros para a discussão e eventual elaboração de uma proposta conjunta. Além disso, parecer-me-ia plausível que desta Comissão fizessem parte os presidentes de Junta das várias freguesias ou, pelo menos, deveriam ter sido consultados mais cedo e mais vezes. Seria, porventura, uma forma de levar a cabo uma auscultação real e efectiva das populações. Deste modo, deve perguntar-se: esta Comissão Municipal foi um "pro forma", só para manter a aparência de que a reforma estava a ser trabalhada?

A postura adoptada pelo Presidente da Câmara também não pode sair incólume às críticas. Durante todo o processo, não se conheceu uma opinião esclarecida e/ou esclarecedora do edil marcoense. Chegada a Assembleia Municipal extraordinária era expectável que o tivesse feito. Era o mínimo! Quebrando todas as expectativas, ao longo do seu discurso na dita assembleia, os marcoenses pouco ou nada ficaram a saber acerca da opinião do presidente da Câmara no que à reforma administrativa diz respeito. Esperava-se um presidente mais activo, mais convicto. Sinceramente, apesar da decisão final ter sido fruto de uma proposta do PSD (o próprio partido do presidente da Câmara!), não pareceu haver convicção na defesa dessa mesma proposta por parte do presidente.

A falta de diálogo e discussão é outra das notas marcantes que envolveram este processo, o que acabou por se reflectir, inevitavelmente, na própria decisão definitiva. Houve pouco diálogo e poucas tentativas de se alcançarem decisões concertadas e minimamente consensuais. Enfim, houve uma discussão quase camuflada e feita, não raras vezes, à revelia das populações. Quando faltavam apenas duas semanas para a tomada de decisão, pouco ou nada se sabia do que ia ser das freguesias futuramente - que agregações iam acontecer; onde ia ser a sede e qual seria o nome da "nova" freguesia; que propostas estavam a ser discutidas. E estas eram questões que suscitavam a curiosidade e o interesse de grande parte dos marcoenses. Se a discussão tivesse sido fomentada e se se tivesse alimentado o diálogo, a população sentir-se-ia mais responsável nesta tarefa e o Marco teria saído a ganhar. Ainda neste âmbito, não pode deixar de referir-se, mais uma vez, o papel desempenhado pela JS Marco. Esta estrutura político-partidária, ainda que de escassa dimensão e expressão no contexto concelhio e ainda que não se inclua no grupo dos responsáveis decisores, tomou a iniciativa e realizou um ciclo de sessões de esclarecimento nos meses de Junho e Julho acerca desta tema e teve a "ousadia" de apresentar um mapa com uma diferente organização administrativa.

Por fim, e como forma de caracterizar sinteticamente toda a condução do processo da reforma da administração local e a decisão que daí se extraiu, devo mencionar a tremenda falta de coragem e predominância de uma visão redutora que, mais uma vez, prejudica o nosso concelho. Presume-se que a falta de coragem esteja intimamente relacionada com a proximidade das eleições autárquicas. Indesculpável, portanto! Por sua vez, a visão redutora que mais uma vez imperou é, além de indesculpável, preocupante. Falou-se constantemente no receio que a reforma administrativa no Marco fosse feita "a régua e esquadro" por uma Comissão Técnica sedeada em Lisboa. Mas nunca se pensou para além disso. Nunca se viu verdadeiramente a reforma como uma oportunidade  - por muito que a criticássemos (eu própria o fiz em diversas ocasiões e em relação a diversos aspectos), podiamos tê-la aproveitado para, por exemplo, avançar com a criação de novos pólos de crescimento e desenvolvimento sustentado e sustentável. Parece-me que ficamos a meio do caminho nesse sentido. Apontando mais um exemplo, não considero plausível que a freguesia de Sobretâmega não se tenha agregado a nenhuma outra, mormente às freguesias que se inserem na nova freguesia da cidade, o Marco. Continuamos a crescer, ou a tentar crescer, de costas voltadas para os nossos recursos - o rio e o principal eixo/via de comunicação e ligação do Marco de Canaveses.

Enfim, as "receitas instantâneas" iludem pelo seu pragmatismo e facilidade. Têm sempre um senão: deixam sempre a desejar em termos de qualidade. Parece ser este o caso.

Carta de despedida de Pedro Marques

Porque a JS Marco é MUITO + Que POLÍTICA, mas também porque política também é isto. Palavras que temos o dever de conhecer e sobre as quais vale a pena refletir.

Excelência,

Não me conhece, mas eu conheço-o e, por isso, espero que não se importe que lhe dê alguns dados biográficos. Chamo-me Pedro Miguel, tenho 22 anos, sou um recém-licenciado da Escola Superior de Enfermagem do Porto. Nasci no dia 31 de Julho de 1990 na freguesia de Miragaia. Cresci em Alijó com os meus avós paternos, brinquei na rua e frequentava a creche da Vila. Outras vezes acompanhava a minha avó e o meu avô quando estes iam trabalhar para o Meiral, um terreno de árvores de fruto, vinha (como a maioria daquela zona), entre outros. Aprendi a dizer “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite” quando me cruzava na rua com terceiros. Aprendi que a vida se conquista com trabalho e dedicação. Aprendi, ou melhor dizendo, ficou em mim a génesis da ideia de que o valor de um homem reside no poder e força das suas convicções, no trato que dá aos seus iguais, no respeito pelo que o rodeia.

Voltei para a cidade onde continuei o meu percurso: andei numa creche em Aldoar, freguesia do Porto e no Patronato de Santa Teresinha; frequentei a escola João de Deus durante os primeiros 4 anos de escolaridade, o Grande Colégio Universal até ao 10º ano e a Escola Secundária João Gonçalves Zarco nos dois anos de ensino secundário que restam. Em 2008 candidatei-me e fui aceite na Escola Superior de Enfermagem do Porto, como referi, tendo terminado o meu curso em 2012 com a classificação de Bom. Nunca reprovei nenhum ano. No ensino superior conclui todas as unidades curriculares sem “deixar nenhuma cadeira para trás” como se costuma dizer.

Durante estes 20 anos em que vivi no Grande Porto, cresci em tamanho, em sabedoria e em graça. Fui educado por uma freira, a irmã Celeste, da qual ainda me recordo de a ver tirar o véu e ficar surpreendido por ela ter cabelo; tive professores que me ensinaram a ver o mundo (nem todos bons, mas alguns dignos de serem apelidados de Professores, assim mesmo com P maiúsculo); tive catequistas que, mais do que religião, me ensinaram muito sobre amizade, amor, convivência, sobre a vida no geral; tive a minha família que me acompanhou e me fez; tive amigos que partilharam muito, alguns segredos, algumas loucuras próprias dos anos em flor; tive Praxe, aquilo que tanta polémica dá, não tendo uma única queixa da mesma, discutindo Praxe várias vezes com diversos professores e outras pessoas, e posso afirmar ter sido ela que me fez crescer muito, perceber muita coisa diferente, conviver com outras realidades, ter tirado da minha boca para poder oferecer um lanche a um colega que não tinha que comer nesse dia. Tudo isto me engrandeceu o espírito. E cresci, tornei-me um cidadão que, não sendo perfeito, luto pelas coisas em que eu acredito, persigo objetivos e almejo, como todos os demais, a felicidade, a presença de um propósito em existirmos. Sou exigente comigo mesmo, em ser cada vez melhor, em ter um lugar no mundo, poder dizer “eu existo, eu marquei o mundo com os meus atos”.

Pergunta agora o senhor por que razão estarei eu a contar-lhe isto. Eu respondo-lhe: quero despedir-me de si. Em menos de 48 horas estarei a embarcar para o Reino Unido numa viagem só de ida. É curioso, creio eu, porque a minha família (inclusive o meu pai) foi emigrante em França (onde ainda conservo parte da minha família) e agora também eu o sou. Os motivos são outros, claro, mas o objetivo é mesmo: trabalhar, ter dinheiro, ter um futuro. Lamento não poder dar ao meu país o que ele me deu. Junto comigo levo mais 24 pessoas de vários pontos do país, de várias escolas de Enfermagem. Somos dos melhores do mundo, sabia? E não somos reconhecidos, não somos contratados, não somos respeitados. O respeito foi uma das palavras que mais habituado cresci a ouvir. A par dessa também a responsabilidade pelos meus atos, o assumir da consequência, boa ou má (não me considero, volto a dizer, perfeito).

Esse assumir de uma consequência, a pro-atividade para fazer mais, o pensar, ter uma perspetiva sobre as coisas, é algo que falta em Portugal. Considero ridículas estas últimas semanas. Não entendo as manifestações que se fazem que não sejam pacíficas. Não sou a favor das multidões em protesto com caras tapadas (se estão lá, deem a cara pelo que lutam), daqueles que batem em polícias e afins. Mais, a culpa do país estar como está não é sua, nem dos sucessivos governos rosas e laranjas com um azul à mistura: a culpa é de todos. Porquê? Porque vivemos com uma Assembleia que pretende ser representativa, existindo, por isso, eleições. A culpa é nossa que vos pusemos nesse pódio onde não merecem estar. Contudo o povo cansou-se da ausência de alternativas, da austeridade, do desemprego, das taxas, dos impostos. E pedem um novo Abril. Para quê? O Abril somos nós, a liberdade é nossa. E é essa liberdade que nos permite sair à rua, que me permite escrever estas linhas. O que nós precisamos é que se recorde que Abril existiu para ser o povo quem “mais ordena”. E a precisarmos de algo, precisamos que nos seja relembrado as nossas funções, os nossos direitos, mas, sobretudo, principalmente, com muita ênfase, os nossos deveres.

Porém, irei partir. Dia 18 de Outubro levarei um cachecol de Portugal ao pescoço e uma bandeira na bagagem de mão. Levarei a Pátria para outra Pátria, levarei a excelência do que todas as pessoas me deram para outro país. Mostrarei o que sou, conquistarei mais. Mas não me esquecerei nunca do que deixei cá. Nunca. Deixo amigos, deixo a minha família. Como posso explicar à minha sobrinha que tem um ano que eu a amo, mas que não posso estar junto dela? Como posso justificar a minha ausência? Como posso dizer adeus aos meus avós, aos meus tios, ao meu pai? Eles criaram, fizeram-me um Homem. Sou sem dúvida um privilegiado. Ainda consigo ter dinheiro para emigrar, o que não é para todos. Sou educado, tenho objetivos, tenho valores. Sou um privilegiado.

E é por isso que lhe faço um último pedido. Por favor, não crie um imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade. Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia. Permita-me, sim? E verá que nos meus olhos haverá saudade e a esperança de um dia aqui voltar, voltar à minha terra. Voltarei com mágoa, mas sem ressentimentos, ao país que, lá bem no fundo, me expulsou dele mesmo.
Não pretendo que me responda, sinceramente. Sei que ser político obriga a ser politicamente correto, que me desejará boa sorte, felicidades. Prefiro ouvir isso de quem o diz com uma lágrima no coração, com o desejo ardente de que de facto essa sorte exista no meu caminho.

Cumprimentos,
Pedro Marques

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

JS Marco apoia João Torres a SG da Juventude Socialista


          A ideia de que “Ninguém fica para trás” é o mote para a candidatura a secretário-geral da Juventude Socialista apresentada por João Torres no passado dia 22 de Setembro. É, pois, com convicção nessa ideia que a JS Marco decide tornar público o seu apoio ao camarada João Torres.
Desde logo, reconhecemos-lhe todas as capacidades e virtudes pessoais necessárias para o desempenho do papel a que agora se propõe.

A JS Marco acredita na política como plataforma de cidadania, que envolve participação cívica, mas, mais do que isso, implica o envolvimento com as pessoas: com as suas opiniões e contributos, com os seus problemas e anseios. Enfim, a política numa lógica de proximidade. Neste sentido, a JS Marco revê-se inteiramente em João Torres e destaca toda a sua acção enquanto presidente da Federação Distrital do Porto, sempre desenvolvida sob essa égide.

Torna-se ainda importante salientar a sua eminente capacidade para a reunião de consensos, fruto de uma postura dinâmica, em que o diálogo impera.

Por último, não podia deixar de referir-se o apoio constante e sempre relevante do João Torres à concelhia de Marco de Canaveses.

Em suma, a JS Marco perspectiva com esta candidatura a mudança de paradigmas necessária para uma actividade política mais séria, transparente e efectivamente mais próxima dos jovens e da realidade do nosso país.

A Coordenação Concelhia da Juventude Socialista de Marco de Canaveses

17 de Outubro de 2012

A Língua Portuguesa é a minha casa

Deixo-vos um delicioso texto de Mia Couto, onde podemos ver a desconstrução de preconceitos acerca da lusofonia, onde encontramos um amor telúrico e lírico a esta menina que é a Língua Portuguesa.
Podem aceder ao link para encontrarem mais questões sobre a Língua Portuguesa em geral.


Mia Couto: Perguntas à língua portuguesa


"Venho brincar aqui no Português, a língua. Não aquela que outros embandeiram. Mas a língua nossa, essa que dá gosto a gente namorar e que nos faz a nós, moçambicanos, ficarmos mais Moçambique. Que outros pretendam cavalgar o assunto para fins de cadeira e poleiro pouco me acarreta.
A língua que eu quero é essa que perde função e se torna carícia. O que me apronta é o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o vôo. Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as quantas dimensões da Vida. E quantas são? Se a Vida tem, é idimensões? Assim, embarco nesse gozo de ver como a escrita e o mundo mutuamente se desobedecem.
Meu anjo da guarda, felizmente, nunca me guardou.
Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia. Nós estamos simplesmente ocupados a sermos. Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua. Nos falta domínio, carecemos de técnica.
Ora qual é a nossa elegância? Nenhuma, excepto a de irmos ajeitando o pé a um novo chão. Ou estaremos convidando o chão ao molde do pé? Questões que dariam para muita conferência, papelosas comunicações. Mas nós, aqui na mais meridional esquina do Sul, estamos exercendo é a ciência de sobreviver. Nós estamos deitando molho sobre pouca farinha a ver se o milagre dos pães se repete na periferia do mundo, neste sulburbio.
No enquanto, defendemos o direito de não saber, o gosto de saborear ignorâncias. Entretanto, vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que dança todas as brisas sem deslocar seu chão. Língua artesanal, plástica, fugidia a gramáticas.
Esta obra de reinvenção não é operação exclusiva dos escritores e linguistas. Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo, um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?
Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros tempos deste tempo. Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém sabe as certezas delas? Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua:
Se pode dizer de um careca que tenha couro cabeludo?
No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?
A diferença entre um às no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética?
O mato desconhecido é que é o anonimato?
O pequeno viaduto é um abreviaduto?
Como é que o mecânico faz amor? Mecanicamente?
Quem vive numa encruzilhada é um encruzilheu?
Se diz do brado de bicho que não dispõe de vértebras: o invertebrado?
Tristeza do boi vem dele não se lembrar que bicho foi na última reencarnação. Pois se ele, em anterior vida, beneficiou de chifre o que está ocorrendo não é uma reencornação?
O elefante que nunca viu mar, sempre vivendo no rio: devia ter marfim ou riofim?
Onde se esgotou a água se deve dizer: “aquabou”?
Não tendo sucedido em Maio mas em Março o que ele teve foi um desmaio ou um desmarço?
Quando a paisagem é de admirar constrói-se um admiradouro?
Mulher desdentada pode usar fio dental?
A cascavel a quem saiu a casca fica só uma vel?
As reservas de dinheiro são sempre finas. Será daí que vem o nome: “finanças”?
Um tufão pequeno: um tufinho?
O cavalo duplamente linchado é aquele que relincha?
Em águas doces alguém se pode salpicar?
Adulto pratica adultério. E um menor: será que pratica minoritério?
Um viciado no jogo de bilhar pode contrair bilharziose?
Um gordo, tipo barril, é um barrilgudo?
Borboleta que insiste em ser ninfa: é ela a tal ninfomaníaca?
Brincadeiras, brincriações. E é coisa que não se termina. Lembro a camponesa da Zambézia. Eu falo português corta-mato, dizia. Sim, isso que ela fazia é, afinal, trabalho de todos nós. Colocamos essoutro português – o nosso português – na travessia dos matos, fizemos que ele se descalçasse pelos atalhos da savana.
Nesse caminho lhe fomos somando colorações. Devolvemos cores que dela haviam sido desbotadas – o racionalismo trabalha que nem lixívia. Urge ainda adicionar-lhe músicas e enfeites, somar-lhe o volume da superstição e a graça da dança. É urgente recuperar brilhos antigos. Devolver a estrela ao planeta dormente."

NÓS POR CÁ: bandeira marcoense içada ao contrário



Esta fotografia surgiu hoje nas redes sociais mostrando a bandeira do Concelho do Marco de Canaveses içada ao contrário. Mais um caso insólito cuja origem não conseguimos apurar. Terá sido um erro camarário?! Vandalismo?! Ou simplesmente um acto de solidariedade perante os incidentes que marcaram as comemorações do 5 de Outubro?!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Convenção Autárquica Baixo Tâmega e Vale Sousa

Podes ver aqui o programa completo da Convenção Autárquica do Baixo Tâmega e Vale do Sousa que irá decorrer no próximo dia 20 Outubro, na Casa das Artes de Felgueiras.
 
Mais informações aqui.

 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Braga CEJ 2012: Portugal Participa

Conselho Nacional de Juventude (CNJ), em coordenação com o Instituto Português de Desporto e Juventude (IPDJ) e contando com o apoio do Programa Juventude em Acção e da Capital Europeia da Juventude vai realizar o Seminário Nacional do projecto Portugal Participa – Depende de Nós, no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, de 19 a 21 de Outubro. A iniciativa insere-se no conjunto de actividades que o CNJ tem estado a promover, no âmbito do Diálogo Estruturado do Quadro de Cooperação Europeia em matéria de juventude. Organizações de juventude, jovens, decisores políticos, trabalhadores na área da juventude e peritos vão estar reunidos para debater os temas da Democracia, Cidadania Activa e Inclusão Social.
O programa do seminário contempla sessões plenárias, mesas redondas e grupo de trabalho (bem como momentos culturais e de convívio), com o objectivo de serem trabalhadas recomendações sobre políticas de juventude, nas áreas da Participação e Inclusão Social. Será dada continuidade aos cinco seminários regionais já realizados (Açores, Coimbra, Évora, Madeira e Valongo) e serão partilhados os resultados dos eventos europeus de juventude dedicados à Participação (presidências da UE dinamarquesa e cipriota) no âmbito do processo do diálogo estruturado, promovendo a reflexão e a comparação entre a visão europeia e nacional. Os objectivos deste seminário passam também por promover a partilha de informação e troca de experiências sobre programas existentes para o fomento da participação, aprofundando-se o diálogo e parceria entre os vários actores envolvidos, cabendo aos jovens um papel principal.
 
Fica a saber mais aqui.
 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aumento de impostos



Vão aumentar a electricidade e o gás natural. Mais uma subida de impostos. Agora pergunto-lhe, Vítor Gaspar, se ainda somos o melhor povo do mundo?

Vão subir drasticamente estes bens essenciais. Mas isto é liberalismo económico para quem não sabe. Aliás, ultraliberalismo que é uma palavra mais caricata e ao mesmo tempo mais gravosa.
Vão prejudicar ainda mais a vida à população. E agora pergunto-lhe, Passos Coelho, se as pessoas conseguem, assim, manter vidas dignas e construir projectos de vida?
Assim é fácil governar: destruir famílias em escalas incalculáveis; não tomarem medidas para impulsionar a economia, porque dá muito trabalho; criar medidas somente para cortarem.

Este é o país que nós, portugueses, temos. Este é o caminho da austeridade, se bem que alguns aplaudem isto. De todas as formas e feitos, isto é o caminho mais idêntico ao que os gregos seguiram.

Um dia, não muito distante na história, houve um homem chamado Winston Churchill que disse: "Não adianta dizer: Estamos a fazer o melhor que podemos. Temos que conseguir o que quer que seja necessário.". Pois bem, acho que está tudo dito!
Já o disse várias vezes e repito: não podemos estar nem ser limitados ao ponto de vacilar perante um povo em tempos crise; não podemos simplesmente acatar ordens que, como já foi dito pela própria directora do FMI, Christine Lagarde, até estão erradas, e que austeridade em cima de austeridade não resolve nada.

Mas isto é o capitalismo a funcionar, o liberalismo económico a funcionar e a austeridade a funcionar! Destrói tudo a uma grande escala. E em breve não deixará nada para as próximas gerações.
Julgo ainda que o Orçamento de Estado trará com certeza mais algumas peripécias!

Álvaro Machado - 19:48 - 15-10-2012

Convenção Autárquica PS Porto: Baixo Tâmega e Vale Sousa

 
Desenrola-se no próximo sábado, dia 20, entre as pelas 9h30, e as 19h00, a Convenção Autárquica para o Baixo Tâmega e Vale do Sousa, organizada pelo Gabinete Autárquico da Federação Distrital do Porto do Partido Socialista.
Compromisso inscrito na candidatura e moção de estratégia do Presidente da Federação, José Luís Carneiro, esta convenção é a segunda de dois fóruns, após a realização no passado dia 22 de setembro da Convenção Autárquica para a Área Metropolitana do Porto. O propósito centra-se - em eixos e compromissos - na estratégia da Federação Distrital do PS Porto a apresentar ao eleitorado, no quadro de preparação das eleições autárquicas do próximo ano.
Como eixos basilares, a Convenção Autárquica para o Baixo Tâmega e Vale do Sousa pressupõe:
 
I –CRESCIMENTO E EMPREGO EM SINTONIA COM ESTRATÉGIA “EUROPA 2020”
II - POLÍTICA DE CIDADES, MAIS “RURBANIDADE”, MELHOR CIDADE
III - UM MODELO DE DESENVOLVIMENTO SOCIALMENTE RESPONSÁVEL E DESCENTRALIZAR, AFIRMAR O NÍVEL SUPRAMUNICIPAL E RETOMAR A REGIONALIZAÇÃO
Estes encontros alargados e multidisciplinares pretendem constituir-se como plataforma de princípios comuns e inalienáveis às futuras candidaturas do PS, no distrito do Porto.
Através do debate, as Convenções vão focalizar traves de equilíbrio e homogeneidade nos compromissos a apresentar pelas candidaturas socialistas, com relevante espaço para as especificidades de cada freguesia, concelho e área territorial.
A Convenção Autárquica para o Baixo Tâmega e Vale do Sousa contará, para além da presença do Presidente da Federação, José Luís Carneiro, com a presença de várias pessoas, militantes e não militantes, que querem dar o seu testemunho, partilhar o seu conhecimento e dar, assim, um contributo ao Partido Socialista. A sessão de encerramento será presidida pelo Secretário-Geral do PS, António José Seguro.
 
Podes ver o programa detalhado aqui.