O poema de hoje é no género literário tido como soneto.
De facto, o seu título é o incipit, isto é, o primeiro verso da primeira quadra. Desta forma, este soneto tem como título Acusam-me de mágoa e de desalento, soneto da autoria do poeta e escritor Neo-Realista Carlos de Oliveira, amigo de José Cochofel e Joaquim Namorado, com quem partilhou ideias e impressões ideológicas enquanto estudante da eterna cidade da capa traçada ao luar.
Acusam-me de mágoa e desalento,
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.
como se toda a pena dos meus versos
não fosse carne vossa, homens dispersos,
e a minha dor a tua, pensamento.
Hei-de cantar-vos a beleza um dia,
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.
quando a luz que não nego abrir o escuro
da noite que nos cerca como um muro,
e chegares a teus reinos, alegria.
Entretanto, deixai que me não cale:
até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.
até que o muro fenda, a treva estale,
seja a tristeza o vinho da vingança.
A minha voz de morte é a voz da luta:
se quem confia a própria dor perscruta,
maior glória tem em ter esperança.
se quem confia a própria dor perscruta,
maior glória tem em ter esperança.
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