quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Divagando... Pelo Carnaval


Divagando....
A quadra carnavalesca parece ter chegado mais cedo a Portugal, e também ao nosso Marco, alegremo-nos com tal antecipação, pois sobram os motivos para o nosso gáudio e risonha crítica, passíveis de serem apresentados nos corsos carnavalescos, proporcionando-nos uma excelente terapêutica ( leia-se, “purga”) para a cura, pelo menos temporária, da crise económica, financeira e social que a muitos afeta. Intoxicados, que andamos pela ingestão das receitas miraculosas da troika, este período de verdadeiro pré-carnaval vem a calhar.
Gaspar, promovido a candidato para encarnar a figura do Rei Momo, esforça-se com os seus esgares para a todos nos convencer, que o seu carnaval é um sucedâneo do conhecidíssimo e reputado Carnaval de Munique, deixando escapar assim a sua faceta germanófila.
Enfim, gostos não se discutem e cada um, democraticamente falando, come do que gosta, mas considero imperdoável e inaceitável, que o Rei Momo Gaspar me obrigue a gostar dos cozinhados da Sraª Merkel ou do seu adjunto Olli Rehn.
Não, não me esqueci que no nosso Marco também a quadra carnavalesca já começou. O povo ainda terá que aguardar uma boa temporada para ver desfilar o corso com as mais diversas figuras, desde as que se desunham a tentar convencer os seus pares que eles, sim, são os melhores para se candidatarem a reis momos, até aqueles, que pretendem disfarçar-se de “anjinhos” isentos de todos os pecados, ou querendo apenas desfilar com máscaras de bons samaritanos, sempre atentos a cuidar de sarar toda a espécie de feridas.
Não fora estes carnavais e morreriamos de pasmo, pois a cassete da partidocracia está gasta, de tão repetida e com cheiro a mofo.Necessita-se dumas lufadas de ar puro, bem oxigenado, sem odores envenenados.
Usa dizer-se que cada um come do que gosta e neste carnaval ainda não se foge à regra, cada um disfarça-se com a máscara que lhe dá mais jeito, até que um dia se faça luz na mente daqueles que realmente têm o poder nas suas mãos, o direito de voto. Vivo com a esperança de um dia assistir a uma boa e desejada vassourada.
João Valdoleiros

Há Carnaval em Soalhães


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Divagando... Por João Valdoleiros



Divagando....desde Terras de Santa Maria
Tive a oportunidade de ler via JN – online, uma notícia vinda das bandas do Oriente, mais precisamente do Japão.
Como todos sabemos aquele país representa uma das maiores civilizações nesse remoto canto do Mundo, com uma cultura sui generis, com facetas que nos deslumbram a nós, ocidentais, como o amor ao ambiente, traduzido na preservação de jardins magníficos, diria quase exemplares únicos no mundo civilizado.
Quem teve a oportunidade de ler a notícia referida acima – o Ministro das Finanças do actual governo japonês senhor Taro Aso numa reunião para resolver os problemas financeiros da segurança social lá da zona, afirmou que, se deveria deixar morrer os idosos, em especial os idosos doentes e depressa, para aliviar os encargos do sistema, ou seja do Estado.
Porque não, senhor Taro Aso, incluir os recém-nascidos com doenças congénitas, com malformações físicas sem solução, os insuficientes renais crónicos a necessitar de hemodiálise para sobreviver, os insuficientes cardíacos a precisar de cirurgia cardíaca (transplantes), os doentes oncológicos em fase terminal, os infectados com o VHS, os doentes do foro psiquiátrico com patologias graves, os dependentes do álcool e do tabaco?
Conseguiria, senhor ministro das finanças, obter facilmente um resultado positivo para as finanças da segurança social, podendo até dar-se ao luxo de despedir uns milhares de funcionários dos ditos serviços, por entretanto se terem tornado excedentários.
Li, reli e, fiquei arrepiado, só por me lembrar, que Passos e Gaspar poderiam optar pela aplicação da mesma terapêutica aos nossos idosos, tanto mais que também já estou nesse grupo etário, altamente representativo, só numericamente falando já se vê e porque alguém com imagem e responsabilidade política dentro do P.S.D. , Manuela Ferreira Leite em tempos, também já sugeriu se recusasse a hemodiálise aos nossos doentes insuficientes renais crónicos atendidos no S.N.S., dado os elevados custos desses tratamentos.
O ministro da saúde português, talvez em bate-papo em qualquer das muitas desnecessárias, inúteis e caras reuniões ministeriais em Bruxelas, parece ter tomado conhecimento antes do jornalista do jornal britânico “O Guardian” da pré-clara ideia de Taro Aso, dado que sugeriu a ideia dos nossos doentes insuficientes renais crónicos, necessitados de hemodiálise, começarem a efectuar tal terapêutica nos seus domicílios.
Facilmente se poderá concluir que o senhor ministro da saúde português não faz a mais pequena ideia de como funciona a saúde e ter-se-á esquecido das mínimas condições necessárias ao seguimento de tais tratamentos. Ou seja, pretende aplicar a “receita” de Taro Aso.
Não fiquei preocupado com os idosos japoneses, não porque a minha sensibilidade tenha qualquer alergia ao seu tom de pele ou ao seu linguajar, mas porque me recordei logo, que a prática do suicídio é de uso corrente na sua cultura ancestral. Contudo deveremos considerar, que o senhor Taro Aso (recuso-me a chamar-lhe ministro, porque entendo que o nome apropriado seria o algoz dos idosos japoneses) aconselha por outras palavras não o suicídio, mas a prática da eutanásia aos prestadores de cuidados médicos a esses idosos.
Ficarei atento à reação da classe médica japonesa e mundial às palavras deste“economista da saúde”, que dado o seu muito provável poder de compra, nunca precisará de cuidados de saúde estatais.
Apoiarei publicamente qualquer movimento cívico no sentido da atribuição do Nobel da Economia e Finanças ao Ministro das Finanças japonês em parceria com o nosso Ministro da Saúde, Miguel ......,pois afinal a solução da crise económico-financeira mundial (vá lá que Cavaco Silva numa das suas últimas fastidiosas intervenções já admitiu que não era só portuguesa e que a culpa do Sócrates era afinal da responsabilidade dos muitos “Sócrates” desse mundo além) estava tão à vista de todos nós, passeava-se nas nossas ruas todos os dias e só os cegos não a poderiam descortinar.
Afinal, tal ovo de Colombo, a solução é o “genocídio dos idosos e doentes crónicos".

domingo, 27 de janeiro de 2013

Exposição Coletiva de Artes Plásticas para jovens marcoenses

Queres expor os teus trabalhos?
Se tens entre 15 e os 35 anos, participa na Exposição Coletiva de Artes Plásticas para jovens do Marco de Canaveses.
Inscrições / informações em:
Espaço Municipal da Juventude
927407212
Participa e divulga!
 
 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

500


São já alguns os dias, tal como alguns são os autores, os convidados, as visões e as opiniões... Já eram alguns antes, serão alguns mais depois, porém, qual efeméride digna de esquecimento momentâneo, hoje foi o dia em que no nosso blogue foi publicado o 500º post!
Não foi acaso, de modo algum, a autoria desse mesmo post ser do Dr João Valdoleiros (Líder do Grupo Municipal do PS Marco). Este capricho da casualidade pretende afigurar-se como uma pequena e simbólica homenagem a um SENHOR (nada menos que isso: senhor em letras capitais) que tanto tem enriquecido a JS Marco Canaveses e, estamos certos, continuará a fazê-lo nos tempos vindouros. A todos vocês gostariamos de fazer chegar o espírito e o intelecto deste SENHOR que que muito tem para ensinar a todos nós.
Este é um percurso que nos orgulha imenso, pois a JS Marco Canaveses não se limitou a criar "apenas" mais um blogue. A JS Marco Canaveses desde o princípio do projeto teve a preocupação de fazer deste espaço uma praça de de discussão e fomentação de ideias, onde todos os intervenientes se sentissem bem-vindos a participar. Inovamos... Criamos rúbricas de autor, concretizamos parcerias, divulgamos iniciativas... E continuaremos a INOVAR, sempre com o intuito de proporcionar aos jovens (e menos jovens) marcoenses um serviço de qualidade que contribua de algum modo para o esclarecimento e enriquecimento pessoal de todos os elementos da nossa sociedade.
 
Por isso... Parabéns a todos vós:
A quem publica, pelo vosso tempo e dedicação, pelas vossas ideias e opiniões... Ajudam a fazer deste espaço uma verdadeira polis de debate, fomento e inclusão.
A quem acompanha, pela lealdade com que o fazem... São vocês, mais ou menos anónimos, a motivação contínua de quem está deste lado.
A quem comenta, pela argúcia com que o faz e pela disponibilidade em aprofundar debates... São o combustível que se consome no processo de escrita.
A quem espreita...
A quem não comenta...
A quem não lê mas por cá passa...
A quem diz que não lê mas que não passa sem cá passar...
 
A tod@s os marcoenses, a tod@s os amigos (e até a quem pouco gosta de nós), a tod@s camaradas, a tod@s sem exceção... Um sincero agradecimento pela vossa companhia e... Que venham mais 500!

Divagando... Por João Valdoleiros

Caros leitores,
Divulgamos aqui no nosso espaço, com enorme prazer, um texto da autoria de João Valdoleiros... Uma pequena amostra do que estará por vir, brevemente... No nosso blogue.
Divagando....
 
Sobre a recente e muito publicitada colocação de dívida pública portuguesa nos mercados, ou seja, os custos da credibilidade.
As trombetas dos mass-média ao serviço do Poder instituido soaram vibrantemente com esta vitória de Pirro, esquecendo como então, que os custos da vitória eram tão dolorosos, que jamais o mundo (leia-se Portugal), se esqueceria de tal.
Hoje, depois duma desmesurada euforia, regressamos à realidade do país que temos, recordando os custos de tal vitória pírrica – um desemprego galopante, uma sucessão de falências em geral de micro, pequenas e médias empresas (afinal aquelas que suportam o tecido empresarial e garantem postos de trabalho), uma economia numa crescente espiral recessiva (até o FMI chama à atenção de Gaspar), à evasão fiscal generalizada (salve-se quem puder, porque os off-shores são só para os tubarões do sistema), a um orçamento de estado totalmente inexequível (logo se verão os “buracos” da Madeira, dos BCPês, dos Banifs e das Galileis deste Portugal, que Gaspar na sua prática político-financeira irá tapar, com o dinheiro dos funcionários públicos e pensionistas).
Não interessa e muito menos importa esclarecer os contribuintes portugueses do valor dos juros que se vão pagar aos mercados por estes empréstimos. O mínimo que se pode concluir e que é do conhecimento geral, é que, como Portugal aumentou a sua credibilidade externa (não é o que apregoam?), os juros vão ser mais elevados que os praticados pelas instâncias europeias (ora digam lá se não é outra vitória de Pirro?).
A crediblidade paga-se, não?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Governo quer avançar com eletrificação "low cost"


De acordo com as declarações do deputado marcoense Luís Vales na Assembleia da República, o Governo pretende avançar ainda este ano com a elaboração do projeto de eletrificação do troço ferroviário entre Caíde e o Marco de Canaveses. Há muito ansiada e prometida pelos últimos Governos, a obra deverá arrancar, garante o social-democrata, no próximo ano. 

O anúncio foi feito no dia em que Manuel Moreira se deslocou a Lisboa para assistir ao plenário onde foi discutida a petição assinada por mais de sete mil pessoas em que é exigida a requalificação e eletrificação da linha. 

Na mesma discussão, Fernando Jesus recordou que a obra devia ter arrancado durante o último Governo, mas que a oposição à direita do PS ditou o cancelamento da mesma. 

Facto importante é o de que a obra agora falada custará 5 milhões de euros, quando estaria orçada em cerca de 70 milhões. De acordo com o deputado socialista, a obra ficará muito mais barata porque deixa de fora um conjunto de alterações que seriam necessárias na linha e nas respetivas estações. 

Esta é uma obra que a JS Marco de Canaveses tem desde sempre reclamado e que espera agora ver, finalmente, cumprida. Entretanto há autárquicas e o ano acaba. Esperemos que a tal obra não se fique, mais uma vez, pelo papel. 

3º Encontro de Cantares de Janeiras de Constance

No próximo Sábado, dia 26, pelas 21:00 horas, realiza-se em Constance o 3º Encontro de Cantares de Janeiras. O evento terá lugar no Salão Paroquial da freguesia e contará com a presença de vários grupos de dentro e fora do concelho.
Fica a sugestão para quem quiser passar um bom serão de Sábado à noite, num ambiente acolhedor. 





segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A Reforma Pavor (feita a Vapor)

"o mais corajoso homem entre nós tem medo de si próprio."
 
Oscar Wilde in " O Retrato de Dorian Gray"

E pronto... Está feito! Foi na 4ª feira passada promulgado pelo Presidente da República o diploma que define a Reorganização Administrativa (RA). Com os recados do costume, no estilo "estou a avisar, mas mais que isso não faço", mas foi aprovado. Desconheço a realidade do restante país. Conheço a do Marco Canaveses. É sobre essa que quero falar, deixando as minhas impressões do processo no nosso concelho:

1. O nosso concelho irá ser composto por 16 freguesias - mas não perdeu 15. O número a mim pouco me diz, a mim interessa-me mais a razão por detrás deste número.
 
2. Manuel Moreira, munido da sua perspicácia política, decide, logo à partida delegar responsabilidades à Assembleia Municipal e a uma putativa comissão que esta criasse (e criou). Moreira olha para esta reorganização não como uma oportunidade, mas sim como uma bala. Um projétil capaz de criar sérios danos na sua imagem. O contexto era favorável: a culpa é do Sócrates e, eventualmente, da Troika, as condições políticas no concelho as melhores (maioria absoluta na Assembleia Municipal), os meios existiam (técnicos da Câmara Municipal como nunca houve antes, atores políticos experientes) e os argumentos também (a necessidade da reorganização é evidente, não o vou discutir aqui pois já o fiz antes).
 
3. Astúcia política. Sim, até ao dia da Assembleia Municipal Extraordinária (momento em que o município conclui as suas responsabilidades no processo). Não, após esse momento! Até esse dia existia o vazio e a perspetiva de o preencher. Depois desse dia foi evidente: Manuel Moreira EXIMIU-SE das suas responsabilidades. Moreira disse "NIM" à RA. Manuel Moreira teve medo dos marcoenses, das suas opiniões, dos seus julgamentos. Manuel Moreira preferiu não emitir opinião a ser um elemento ativo no processo. PAVOR... Ou será que não?
 
4. Será que não? Porquê?! Como muitos saberão a JS Marco organizou um Ciclo de Sessões Esclarecimento para e por todo o concelho com o objetivo de aprofundar o debate em torno desta questão.

(MOMENTO HILARIANTE FOI AQUELE EM QUE MANUEL MOREIRA FALOU NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DA NOSSA INICIATIVA COMO UM ELEMENTO NA AGENDA DA CÂMARA MUNICIPAL PARA ESCLARECER A POPULAÇÃO. NEM PARA ISSO HOUVE CORAGEM NESTE SENHOR, CORAGEM QUE NÃO LHE FALTOU PARA MENCIONAR A NOSSA INICIATIVA)

 5. Ao longo dessa iniciativa foi possível constatar um PS Marco, representado por Agostinho Sousa Pinto (e Artur Melo na 1ª sessão), e um PSD Marco, representado por Rui Cunha Monteiro, disponíveis para debater o assunto, em consonância em diversos momentos, com uma postura construcionista. Foram sessões profícuas, muito devido à prestações destes convidados. A ambos o meu profundo agradecimento.
 
6. As sessões de esclarecimento levavam a pensar que estes partidos estariam disponíveis para dialogar e conseguir a melhor solução para os marcoenses. Ao mesmo tempo que a JS Marco trabalhava no sentido de conseguir o melhor para os marcoenses, a Comissão criada por António Coutinho paratrabalhar no assunto NADA FAZIA. Foram cerca de 7 meses sem reunir, debater ou avançar.
 
7. Posteriormente António Coutinho apresenta uma proposta de Reorganização Adminstrativa como base de trabalho, porém recusa a sua paternidade. A Comissão responsável desconhecia a mesma. Todavia ela nasceu e ALGUÉM A CRIOU. Aqui entra novamente o PAVOR de Manuel Moreira. Com estes episódios quebra-se, irreversivelmente, o clima de diálogo que houve até Fevereiro na Comissão e até Julho nas Sessões da JS Marco.
 
8. Entrando agora no campo hipotético e, portanto, falível e pouco fiável apresento a minha teoria perante o decorrer dos acontecimentos:

MANUEL MOREIRA COM RECEIO DO IMPACTO NEGATIVO DA RA QUEBRA  O CLIMA DE DIÁLOGO ENTRE OS PARTIDOS PARA, POSTERIORMENTE, MANDATAR ANTÓNIO COUTINHO A APRESENTAR UMA PROPOSTA MENOS INCISIVA, LOGO MENOS NEGATIVA PARA A IMAGEM DO EXECUTIVO. COM CONTROLO ABSOLUTO DA SITUAÇÃO MANUEL MOREIRA NEGOCEIA ESTA PROPOSTA NO SEIO DO SEU PARTIDO E EXECUTIVO E DÁ O AVAL À PROPOSTA FINAL APRESENTADA PELO PSD NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL EXTRAORDINÁRIA, FAZENDO APROVAR A PROPOSTA COM UMA SUPOSTA "LIBERDADE DE VOTO" DOS DEPUTADOS SOCIAL DEMOCRATAS. MANUEL MOREIRA CONSEGUE O SEU DESÍGNIO DE MINORAR O IMPACTO NEGATIVO DO PROCESSO NA IMAGEM DO EXECUTIVO E, CONCOMITANTEMENTE, FAZER PASSAR A SUA PROPOSTA.

9. Será isto PAVOR? Manuel Moreira, a meu ver, fez aprovar uma proposta que lhe agrada. Não sei qual o adjetivo para alguém que apresenta uma proposta às custas de outros (Rui Cunha Monteiro e António Countinho), nem quero com isto insinuar o que quer que seja acerca de Manuel Moreira, gostaria apenas de saber a leitura dos acontecimentos por parte de outras pessoas: qual o adjetivo para esta atitude de oferecer o corpo de outrém às balas dirigidas a si?
 
10. Conclusão: Uma proposta de RA FRACA, INCOMPLETA, SEM FUNDAMENTO TÉCNICO E COM INCOERÊNCIAS POLÍTICAS CLARAS (penso que a maior coerência deste novo mapa foi a aglomeração de freguesias onde candidaturas independentes/AFT venceram com freguesias onde o PSD venceu em 2009).
 
11. Quem mais ganha com isto? Manuel Moreira pois consegue aprovar uma proposta do seu agrado sem que se tenha pronunciado acerca de NADA; O PSD Marco pois concretiza agregações estratégicas no plano político.
 
12. Quem mais perde com tudo isto? Os MARCOENSES que vêem concretizada uma RA DEMASIADO MÁ e que permite a manutenção da gestão autárquica com base nas "capelas", isto é, no poder de alguns nas freguesias, ainda sem dimensão para exigir um constante debate em torno dos assuntos mais importantes; os JOVENS MARCOENSES que vêem com esta proposta limitada a possibilidade de desenvolvimento de mais eficientes e potenciadores modelos de gestão autárquica para o futuro, tal como lhes é limitada a possibilidade de no futuro fazer algo melhor pela gestão administrativa (surgirá o argumento "já foi feita uma reforma administrativa há poucos anos"); Rui Cunha Monteiro pois foi a ele que coube a árdua tarefa de apresentar a proposta na Assembleia Municipal (o meu humilde reconhecimento pela coragem e verticalidade com que o fez).

13. Acredito que os jovens, os futuros responsáveis pela gestão autárquica terão a serenidade, a coragem e a lucidez para, em momentos vindouros como este, conseguir soluções onde os SUPERIORES INTERESSES DO MARCO DE CANAVESES E DOS MARCOENSES sejam defendidos e colocados a um nível de preponderância inigualável... Ao contrário do que se passou com esta Reforma Pavor (feita a vapor).
 
Muito mais haveria a dizer acerca do assunto, muito mais e melhor deveria ser feito... Ficará para umas boas conversas de café. Termino sublinhando o enorme orgulho que tenho quando afirmo que a JS Marco Canaveses esteve, a meu ver, à altura dos acontecimentos, tendo procurado, no momento em que é esperado que os eleitos se excedam, criar espaços de diálogo, tendo construído pontes de comunicação, tendo aproximado os marcoenses do debate e dos responsáveis pela decisão e tendo, mais que tudo, tido a coragem de assumir a sua posição de forma clara e inequívoca com uma ÚNICA COISA EM MENTE:
 
CONSTRUIR UM MELHOR MARCO DE CANAVESES.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Três investigadoras portuguesas premiadas





Três investigadoras portuguesas foram premiadas pelo estudo da resistência do vírus da sida aos antirretrovirais, da regeneração da medula e da produção de energia limpa, a partir de uma bactéria.
O galardão, no valor unitário de 20 mil euros, é instituído pela L'Oréal Portugal, e distingue Ana Abecasis, Ana Ribeiro e Leonor Morgado, e foi entregue em Lisboa, na cerimónia de encerramento das "Medalhas de Honra L'Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência", edição 2012.


Ana Abecasis está a estudar a resistência do VIH aos medicamentos antirretrovirais, enquanto Ana Ribeiro, a regeneração da medula no peixe-zebra, e Leonor Morgado, a produção de bioenergia a partir da bactéria "Geobacter sulfurreducens"

Ana Abecasis, 33 anos, investigadora no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, propõe-se na sua investigação, centrar-se em perceber de que modo as mutações do HIV são transmitidas e o que torna o vírus mais resistente aos antirretrovirais, obrigando os doentes a fazer tratamentos mais caros, mais tóxicos e menos eficazes.

Já Ana Ribeiro, 32 anos, investigadora no Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, quis perceber como é que o peixe-zebra, consegue regenerar a sua medula, e no que é que ele difere em relação aos mamíferos. Segundo a investigadora, o peixe-zebra quando faz uma lesão na medula espinal fica paralisado, mas, passado um mês, recupera a sua função motora e volta a nadar. Tal deve-se à regeneração celular da medula.

Leonor Morgado, 29, investigadora no Departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, teve por base a bactéria “Geobacter sulfurreducens”, presente nas lamas e o objetivo foi estudar a produção de energia mais ecológica.
De acordo com a cientista, a bactéria tem "capacidade de transferir eletrões para o exterior das suas células", favorecendo a "remoção de compostos poluentes do meio ambiente" (biorremediação), e o "uso de células microbianas, nas quais os microrganismos crescem produzindo corrente elétrica" (bioenergia).


A nível internacional, o prémio L'Oréal-UNESCO For Women in Science reconhece, desde há 14 anos,  anualmente cinco cientistas, uma de cada continente. Há 12 anos, foram também lançadas as Bolsas Internacionais UNESCO-L'Oréal que apoiam, anualmente, 15 jovens cientistas em doutoramento ou pós-doutoramento.
Globalmente, com estes projetos e todos os que à semelhança das “Medalhas de Honra” se estão a desenvolver localmente, a L’Oréal já levou o seu apoio a cerca de 1.000 investigadoras de 100 países, reforçando o seu compromisso para com uma ciência mais justa e equitativa.


JS Marco Canaveses - Newsletter Nº 1

É com enorme orgulho que apresentamos o 1º número da Newsletter da JS Marco Canaveses. Um documento que pretende colocar-te a par, de forma sucinta e clara, das atividades que a JS Marco tem cocretizado, das opiniões que tem divulgado e das causas e projetos que defende. Lê já - será breve - e fica a saber um pouco do que fizemos no último ano.
Partilha a newsletter e dá a conhecer aos teus amigos o nosso trabalho.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Cultura, parente pobre do Estado Social por Pedro Leal

É para mim um enorme prazer partilhar convosco o texto publicado no P3, site do jornal Público, da autoria do Pedro Leal, amigo e camarada marcoense, acerca da importância do investimento cultural como motor de desenvolvimento económico e social.
 
A CRISE foca o plano económico e financeiro e porventura desfoca outra crise — a do sector cultural, não menos relevante. Impera um défice extraordinário no debate social e político sobre o papel do sector no estado social. “A cultura é uma das formas de libertação do homem”, como afirmou Sophia de Mello Breyner na assembleia constituinte de 1975. Será a cultura apanágio para nos libertarmos desta CRISE?
Responder à questão passa por fazer um revisionismo da realidade cultural. Alargado o plano histórico, no ano de 1938, em pleno regime ditatorial, imperava uma interrogação: “Deve-se ensinar o povo a ler?”. E não menos presente estará na memória de todos a afirmação: “Nem sequer haverá Ministério da Cultura”, de Pedro Passos Coelho. Uma ilusão vendida à sociedade portuguesa com o custo elevado de destruir em definitivo a cultura, o parente pobre do estado social.
É certo que, em perspectiva, estão dois momentos díspares e descontínuos. Contudo, já ultrapassamos a interrogativa da educação para o povo, mas impera uma nova interrogativa: Deve-se dar ao povo cultura?
Segundo dados do Eurostat, o peso do emprego cultural em Portugal, na população activa, representava pouco mais de 19%, ficando em penúltimo lugar, apenas à frente da Roménia. Em contraste, os países com mais população em idade activa têm trabalho no sector: Bélgica a liderar, de seguida Suécia e Finlândia.
Para além da Europa da crise, eis que surge outra Europa. O sector criativo europeu sobe em flecha; cresceu só nos últimos anos cerca de 10% e representou uma taxa de emprego fixada entre 25% a 30%. A Europa prepara-se para fazer o maior projecto do mundo relativo ao fomento cultural - o programa Europa Criativa, orçado em 1,8 mil milhões de euros. O sector cultural simboliza um forte potencial produtivo, em permanente ascendência, podendo ser encarado como uma forma de combate à crise. Capitalizando o valor humano, criativo e patrimonial.
Apesar do "boom" na expansão das políticas culturais europeias e consequente investimento num sector estratégico, Portugal contrasta com este clima.
O Estado, enquanto promotor cultural, entrega nas mãos das fundações os seus deveres, para mais tarde criar o conceito de “subsidiodependência”. Desta feita, “O Estado (…) ” demagogicamente não cumpre os seus deveres de “ (…) promover a democratização da cultura, incentivando e assegurando o acesso de todos os cidadãos à fruição e criação cultural.” (Constituição da República, Cap. III Art. 73) Como preenche de vazio e de ideias erráticas o sector, desmantelando os profissionais e instituições.
Investir em cultura é uma das formas de capacitar o capital intelectual e valorizar um sector de tamanha importância. Por isto, torna-se imperativa a urgente discussão alargada sobre o real valor cultural e precedente sensibilização.
“E se é evidente que o Estado deve à cultura o apoio que deve à identidade de um povo, esse apoio deve ser equacionado de forma a defender a autonomia e a liberdade da cultura", como diria Sophia de Mello Breyner.

in P3

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Borges, Coelho e os Salários

Uma breve nota introdutória ao texto de Luis Reis Ribeiro no site Dinheiro Vivo que pode abaixo transcrevo: António Borges fala em 80%, Passos Coelho fala em 70%. Estes são os números que o pseudo-ministro (12º ministro) Borges e o Primeiro Ministro utilizam para demonstrar a preponderância dos salários da função pública na despesa do Estado. Mas que grande MENTIRA!


O segundo erro de António Borges: o verdadeiro peso dos salários públicos

António Borges, o consultor do Governo para as privatizações, inflacionou brutalmente o peso real dos salários dos funcionários públicos. Disse que o peso desta despesa no total seria de 80%, quando na verdade é de apenas 20%. Em termos absolutos, o economista está a cometer um exagero superior a 200% relativamente à realidade oficial.

Num fórum empresarial que decorreu no fim-de-semana, no Algarve, Borges inflamou novamente o debate sobre a desvalorização fiscal – chamou os empresários portugueses que não concordaram com a redução da Taxa Social Única (TSU) de “completamente ignorantes” –, mas não se ficou por aí.

O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) cometeu ainda um erro substancial nas contas que fez ao peso dos salários dos funcionários públicos face à despesa total.

“Toda a gente fala em Portugal que é preciso que o peso do Estado na Economia desapareça... Ora bem, 80% da despesa do Estado são vencimentos de funcionários públicos, portanto, ou bem que nós resolvemos esse problema, ou tudo o resto é para esquecer”, afirmou no primeiro Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura, mostrou a RTP.

No entanto, o peso dos vencimentos nunca poderá ser de 80%, nem sequer um valor aproximado. Dados relativos a 2011, inscritos no Orçamento do Estado para 2012, mostram que, seja qual for o critério seguido, a despesa com salários será sempre muito inferior. As remunerações cercas e permanentes no Estado tem um peso de 20% face à despesa corrente primária total ou de 16% (face à despesa efetiva total.

Considerando a rubrica mais alargada da despesa com pessoal, que inclui bónus e prémios salariais e os descontos para a CGA/Segurança Social, o peso dos referidos gastos sobe para 26% e 21%, respetivamente.

Analisando todo o universo do sector público (Estado, institutos, empresas públicas, Segurança Social, regiões e câmaras), a despesa com pessoal assume um peso de 23% na despesa corrente e de 21% nos gastos totais. Bem abaixo dos 80% referidos por Borges.

Estes cálculos mantém-se válidos para os valores relativos a 2012 e a anos anteriores.

Em termos absolutos, significa que António Borges está a argumentar que o Estado gasta 32 mil milhões de euros em remunerações certas quando na realidade gasta oito mil milhões (erro de 204%); ou que as Administrações Públicas despendem em termos correntes cerca de 58,6 mil milhões de euros com o pessoal quando na verdade esse gasto ronda os 17 mil milhões de euros.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

«Soares e os cobardes»



Um texto publicado por Daniel Oliveira, militante do BE, no Expresso Online.
Para reflectir. 

«Nunca votei em Mário Soares. Muitas vezes discordei dele, outras concordei. Muitas vezes o considerei um adversário, outras um aliado. Muitas vezes me surpreendeu positivamente, outras desiludiu-me. Sei dos ódios e das paixões que provoca. O que apenas quer dizer que não se limitou a passar pela vida e fez diferença. Para o mal e para o bem. Discordando e concordando com ele, respeito a sua história e a sua coragem.
Mário Soares foi hospitalizado. Esperemos, espero pelo menos eu, que não seja nada de grave.
Ao ler os comentários que pululam na Net perante à notícia da sua hospitalização tentei não me chocar em demasia. A Net não se limita a revelar o melhor e o pior da condição humana. A revelar coisas que nos parecem ser impensáveis. Ela amplifica, pela possibilidade do anonimato da opinião, os mais abjectos dos sentimentos. Na realidade, como sempre soubemos - dos bufos aos linchadores -, o anonimato sempre permitiu que os constrangimentos sociais e morais desaparecessem e a escória humana se exibisse sem pudor.
Um dos comentários mais habituais foi a crítica ao facto de Mário Soares ter sido hospitalizado no Hospital da Luz. Um hospital privado. Seria, escreveram vários, sinal de incoerência. Mas nem todos os que escreveram eram anónimos.José Manuel Fernandes, antigo diretor do "Público", escreveu no seu twitter: "O dr. Mário Soares não deveria ter ido para um hospital do SNS para dar o exemplo? É só para saber, nada mais."
Não vou aqui elaborar sobre o direito de qualquer cidadão se bater pelos serviços públicos e usar, se assim entender, serviços privados. Não é o momento. O que me choca, o que me deixa mesmo próximo do vómito, é alguém aproveitar um momento destes para fazer combate político. Quem aproveita a hospitalização de um homem para o combate político, quem aproveita a fragilidade física de um adversário para o atacar, tem apenas um nome: é um cobarde. E com cobardes não se debate. Desprezam-se apenas.»

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Aprendizagem ao Longo da Vida: Um Caminho para a Competitividade?

 
O Observatório das Desigualdades, estrutura independente do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa, revelou recentemente um estudo relativo ao processo de aprendizagem ao longo da vida. É possível observar em baixo o Quadro 1, onde se pode constatar a posição mediana do nosso país no contexto europeu. A aprendizagem ao longo da vida constitui-se como um investimento constante da população na aquisição de conhecimento e, consequentemente, na melhoria das condições de empregabilidade. Para nós marcoenses, a realidade é um pouco diferente, pois sabemos que nem sempre isso se verifica e, na nossa região em particular (Baixo Tâmega e Vale do Sousa), não são poucos os casos de cidadãos que não cultivam este hábito de enriquecimento. Aliás, isso está patente no próprio estudo, que refere que as faixas etárias mais avançadas envolvem-se menos em atividades de aprendizagem ao longo da vida.
Queria ainda sublinhar um dado interessante, que está patente no gráfico 2, mais abaixo, que demonstra uma evolução positiva muito acentuada nos anos de 2010 e 2011. Isso está relacionado, como é óbvio, com o programa Novas Oportunidades. O tão famigerado e denegrido programa de formação.
 
 
 
Analisando os dados que constam deste estudo - não apenas os que aqui se apresentam - é possível inferir algumas ilações pertinentes:
1. É prática comum o processo de aprendizagem ao longo da vida nos países mais desenvolvidos, o que pode espelhar uma melhoria dos índices de competitividade do nosso país no longo prazo. A meu ver, um invetsimento interessante.
2. Nestes países o mercado de trabalho é flexível, dinâmico e a taxa de desemprego é relativamente baixa, o que pode indiciar que o caminho de aprendizagem ao longo da vida pode levar a uma elasticidade do nosso próprio mercado de trabalho, mitigando assim, no longo prazo, o receio e o situacionismo que caraterizam muitos elementos ativos do nosso mercado de trabalho.
3. Seria interessante testar a hipótese de esta ser uma forma de melhorar a mobilidade do mercado de trabalho português, evitando desse modo incrementar de sobremaneira a precariedade (criar condições de mobilidade profissional em contraste com a mobilidade profissional forçada sem qualquer processo de aprendizagem e, pior ainda, sem condições financeiras para encetar iniciar um).
4. O investimento socialista no programa Novas Oportunidades demonstra que a taxa de aprendizagem ao longo da vida da população portuguesa ultrapassa inclusivamente a média da UE (a 15 e a 27). Este, a meu ver, é um interessante caminho de criação de competitividade: a disseminação do conhecimento e a aproximação dos portugueses a este ao longo da vida.
5. O facto de as gerações mais jovens apresentarem indicadores de aprendizagem ao longo da via mais elevados são um prenúncio, assim o espero, de uma geração com maior capacidade de adaptação, melhor ginástica mental e mais sagacidade no reconhecimento de oportunidades e concretização de projetos para as aproveitar.
 
Tudo isto são suposições minhas, carecendo como tal de fundamentação científica. Pretendo com isto fazer apenas um pequeno exercício de reflexão em torno da importância da aprendizagem ao longo da vida, da melhoria de condições laborais, da elevação de indicadores de competitividade e do aprofundar do conhecimento em torno do mercado de trabalho, projetando este caminho como uma estratégia passível de ser considerada num momento em que a precariedade laboral parece ser o único trajeto existente para a melhoria do mercado laboral.
 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A eterna desculpa de Manuel Moreira

Os anos podem passar, as condições podem mudar, mas há algo que permanecerá igual: a desculpa constante de Manuel Moreira com o passado. 


De facto, a dívida que o actual presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses herdou, não pode ser esquecida. As condições não foram (nem são) fáceis. No entanto, há que destacar que a desculpa do passado não serve para tudo. 



Já lá vão quase oito anos desde a tomada de posse e muito pouco mudou. Se antes éramos já um dos concelhos mais atrasados do país, agora essa condição agravou-se. De acordo com um estudo elaborado pela Universidade da Beira Interior, somos agora o 12.º pior município do país para se viver (ver aqui), entre os 308.



E há problemas que são bem conhecidos dos marcoenses: a reduzida cobertura da rede de água e saneamento (uma das mais baixas do país), a falta de dinâmica da economia concelhia, as ligações ferroviárias entre a cidade e a estação de Caíde (Lousada), a destruição da linha do Tâmega, a inexistência de uma política de mobilidade interna, uma falsa agenda cultural...


São só alguns exemplos do que sente a população que cá vive. Há acções e iniciativas para as quais pouco ou nenhum dinheiro será preciso, mas a vontade de fazer parece tão pouca que chega a causar vergonha alheia. 


Precisamos de uma câmara municipal mais aberta, de um presidente que sinta diariamente todos estes problemas, que tente fazer mais e melhor. Não precisamos de festas, não precisamos de falsas promessas, não precisamos de obra para inglês ver. Precisamos sim de mais trabalho, de coisas que por mais pequenas que possam parecer, acabem por fazer toda a diferença. 



Não precisamos que nos mintam. O Marco não tem turismo ou uma boa qualidade de vida. Mas podia ter. A culpa não é toda sua, senhor presidente, mas vai ter de concordar, já podia ter feito bem melhor.



E se o passado não pode servir para Manuel Moreira se desculpar perante os marcoenses, também o futuro não o poderá ser. Isto porque por aí tem surgido (novamente) o medo do regresso de Ferreira Torres. E, tendo isso em conta, muitos já se aproveitam do facto para não deixar fugir o "voto útil". 



Voto útil será aquele que rompa com o passado. E do passado já faz parte o actual presidente... Por muito que ele se esqueça disso. 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Privatizações: época de saldos em vigor

Estamos em época de saldos... Alguns de nós já enfrentaram o cenário bélico que compõe por estes dias o interior das lojas dos centros comerciais e afins... Mas estes saldos de que vos quero falar não se aplicam apenas a roupa, tecnologias, acessórios de moda e outros, estão também em vigor no setor público, no pesado e gordoroso estado. E como a gordura (ainda estamos para saber o que quererá Passos Coelho dizer com "gorduras do estado") tende ser mais barata que um bom bife da vazia, vamos lá vender isto barato que pouco interessa ao estado. Estorva aliás.
É este contexto que se procura solução para a RTP (que trapalhada), para os Estaleiros Navais e foi neste contexto que se concretizou a privatização da EDP (36 anos de contribuitos dos Portugueses esmagados em 2700 milhões € por 21,35%) e da ANA (empresa pública com lucros em claro crescimento).
Há uma outra empresa que me causa uma particular sensação de prurido mental: a TAP. Tal como a RTP, a TAP é uma empresa que está na lista "a privatizar" e, tal como a RTP, os Estaleiros Navais ou a ANA, é uma empresa pública que apresenta resultados financeiros positivos. Mas a TAP é ainda, a meu ver, mais peculiar que as outras duas. A TAP é uma empresa portuguesa cuja atividade se reveste de caráter estratégico verdadeiramente incontornável (não somos apenas um país, somos a 5ª língua nativa mais importante do mundo; caráter esse que nenhum privado irá assegurar 5 ou 10 anos após a compra- digam o que disserem!) e, concomitantemente, tem conseguido sobreviver e prosperar num setor de atividade onde a concorrência é mais que feroz, é brutal. As companhias low cost vieram por à prova o modelo de negócios das companhias aéreas tradicionais e têm já um mercado já muito consolidado.
 
(Aqui queria aproveitar para deixar uma nota especial: a sobrevivência da TAP provavelmente não se conseguiria com gestores de topo remunerados da mesma forma que o Presidente da República - excelentes gestores exigem elevados salários, portanto se queremos excelentes resultados é necessário investir na criação de condições para os conseguir)
 
Mas todo este texto para quê?
Queria fazer uma pequena introdução e providenciar algum contexto às questões que quero formular, dada a minha ignorância relativamente ao assunto, nada me resta senão questionar e procurar respostas!
Pois então, vamos a questões:
1. Porque é que é válido reservar 12 000 milhões € para capitalizar os bancos e não é possível incluir nesse conjunto de empresas a TAP? É sabido que os bancos têm ação direta na sociedade. Certo! Então,
2. A TAP não é uma empresa nacional cuja atividade interessa de sobremaneira ao país?
3. Sabendo que o core do problema da TAP é a sua falta de liquidez (descapitalização) porque não pode o Estado (ou a Troika até) intervir nesta empresa?
4. Porque não pode ser utilizado um mecanismo similar ao aplicado ao BPN, BPP e mais recentemente ao BANIF (pseudo-nacionalização através da injeção de 1100 milhões € em troca de ações especiais e instrumentos de capital)?
5. Porque é que em Portugal é tudo feito de forma tão dúbia e opaca?! Por boas razões não é certamente, caso contrário não haveria qualquer reticência à transparência.
6. Ter moeda própria à parte, será assim tão distante a nossa situação da que se verifica na Hungria e na Islândia? Não é uma diferença pequena é verdade, mas talvez assim o seja porque nada fazemos para que seja de outra forma (não existe Portugal na UE, apenas um país a aguardar ordens de outrém!).
 
Não sei se algum dia o prurido mental me irá passar ou se desvanecerá quer por conformação quer por, imagine-se só, transparência política, porém, para já, não queria deixar de o partilhar convosco (imagens pouco sanitárias à parte!).
 
PS: Sugiro (caso alguém considere alguma sugestão minha válida) uma espreitadela às hiperligações contidas no texto - se leram este texto até ao fim certamente acharão as ligações mais interessantes.

Meus senhores... É uma vergonha

Tiago Mesquita, no seu blogue Sem Reféns no site Expresso termina o seu texto de hoje do seguinte modo que transcrevo... Com uma pequena nota pessoal: Não é dirigido apenas aos políticos que compõem o atual Governo.
 

Meus senhores, o sacrifício maior exigido aos portugueses é mesmo termos de continuar a alimentar-vos. É uma vergonha.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Quem quer ser presidente da Câmara?

"Candidatos procuram-se", li num destes dias por aí, numa referência ao mistério que teima em permanecer quando se fala em candidatos à Câmara Municipal do Marco de Canaveses. 

Numa altura em que por todo o distrito já existem candidatos aos vários executivos para as autárquicas deste ano, no Marco paira a dúvida (e o medo), mais uma vez. Se já é dado como certo, para alguns, que Avelino Ferreira Torres tentará novamente a sua sorte, o mesmo não poderá ser dito acerca dos possíveis adversários.

Certo e sabido é que Manuel Moreira tem dois grandes amores: o Marco de Canaveses e o concelho onde reside, Vila Nova de Gaia. Continuará o actual presidente apostado em fazer a "mudança tranquila" no interior do distrito, ou rumará ao litoral?

Com certeza, as decisões estarão tomadas de ambos os lados, mas ainda nada é oficial. 

Do lado do PS, seria interessante, pela primeira vez, perceber se existe vontade política de uma união à esquerda. Há, certamente, vontade disso também por parte de muitos comunistas e também socialistas.

No entanto, o PS saberá indicar, seguramente, o melhor candidato e o que melhor servirá a população marcoense.

Afinal, quem quer ser presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses?

A Culpa por João Cardoso Rosas

Texto da autoria do professor universitário João Cardoso Rosas no Económico

Ao contrário do que por aí se diz, este Governo tem uma excelente estratégia de comunicação. Em pouco tempo, conseguiu impor um discurso que uma boa parte da sociedade e dos fazedores de opinião absorveu acriticamente. Como caracterizá-lo?
 
O seu tema central é a culpa. Tudo começou pela interiorização do chamado "discurso alemão" sobre a crise. De acordo com essa visão, os culpados pela crise do euro são, em exclusivo, os países da periferia. Por isso eles devem pagar pelos seus pecados, ainda que isso implique o sacrifício da racionalidade na própria solução da crise.
Passos Coelho e os seus amigos nunca desafiaram esta ideia, nunca pensaram a crise em termos estruturais e em função do sistema de incentivos perversos criados pelo euro. A narrativa alemã da culpa convinha-lhes porque ia ao encontro da sua própria narrativa de demonização do anterior primeiro-ministro. Para os alemães a culpa era nossa, dos portugueses no seu conjunto, mas a liderança política do Governo assumia de bom grado essa culpa porque podia, ao mesmo tempo, transferi-la para outrem.
Esta interiorização, seguida de transferência para um "bode expiatório", prosseguiu em todas as áreas da vida colectiva. Assim, para o primeiro-ministro os desempregados têm culpa do seu desemprego porque não saem da sua zona de conforto. Os beneficiários de RSI têm culpa da sua dependência porque não querem trabalhar. Os reformados têm culpa pelo descalabro orçamental porque recebem pensões pelas quais não descontaram. O Estado social tem de ser refundado porque, em suma, há muita gente a viver à custa dele e são esses os culpados.
Mas a estratégia de culpabilização acaba por abranger quase toda a sociedade. Os portugueses são culpados porque se endividaram, compraram casa e carro, quiseram comer bife em vez de batatas. Os trabalhadores por conta de outrem são especialmente culpados porque ficaram parados nos seus postos de trabalho, inamovíveis, difíceis de despedir. Os funcionários públicos são ainda mais culpados porque são eles os responsáveis pela despesa pública. Por isso é necessário tornar precário o trabalho em geral e o da função pública em particular, assim como diminuir salários e regalias.
Passos Coelho e os seus amigos, dentro e fora do Governo, vêem-se como uma espécie de sacrificadores dos "bodes expiatórios" nos quais eles próprios agruparam todos os pecados do passado. Daí terem um espírito de missão e uma linguagem moralista. O seu objectivo não é a reforma social, é a purificação. Os sacrifícios que aplicam, longe de incomodá-los, provocam neles a satisfação dos justos.
Quanto à compaixão, mesmo quando não se sente, encena-se. Basta uma mensagem no Facebook. Afinal de contas, o Pedro é um sentimental. Quem diria.