quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Valores


If we can not respect another
How can we expect them to respect us
If we can not respect someone’s beliefs
How can we expect them to respect ours
If we can not respect another’s race
How can we expect that race to respect us
If we can not respect others
How can we expect respect in return

Excerto de Respect, David Harris
 
       Um lugar numa fila: simples, óbvio, justo, etéreo e ordenado. Este é o lugar numa fila. É meu porque lá cheguei antes de quem me sucede e depois de quem me precede. Posso cedê-lo em prol de alguém necessitado ou apressado ou simplesmente prescindir dele. É um lugar numa fila apenas. Exactamente por isso é inócuo entrar em colisão por um. Exactamente por isso é inócuo tentar procurar um de forma injusta. É tão simples e fácil pedir/perguntar. Não! É bem mais fácil tentar enganar/ignorar. Não falo de uma qulaquer experiência pessoal desagradável, quero tão só e apenas referir-me à falta de valores predominante no (pelo menos no) meu quotidiano, no que (pelo menos a mim) me circunda. Espero ter os meus intactos, não estou livre de falhas.
        Precariedade é um termo em voga, nomeadamente no que toca à temática laboral. Queria resgatá-lo para a temática social: Precariedade social. É o que, por vezes, me surge quando reflicto no mais simples acto do nosso quotidiano ou até em escolhas mais ponderadas. Surge-me quando se impõem ideias utilizando o volume/ruído, surge-me quando se julgam actos/pessoas de leve ânimo (se é a tua opinião exprime-a como tal ou guarda-a para ti, pode ser o mais útil a fazer), surge-me quando se invocam razões irracionais (???) para se reprova a adopção por parte de casais gay (as opiniões pessoais são válidas e aceitam-se, simplesmente não utilizem argumentos falaciosos e defendam-na como tal: uma opinião), surge-me quando escuto novas formas de ludibriar e utilizar o estado (somos todos nós, eu e tu. Nós fazemo-lo, porque não os políticos?!), etc.
        Surge-me e vai-me surgindo... A Liberdade (consagrada como direito constitucional) deve sempre coexistir com o Respeito (por mim, por ti, por todos, pelo Estado, pelo Público, pelo Privado, pelo planeta Terra e um Direito e Dever Universal). A precariedade social que creio existir leva-me a pensar que estes dois valores (muitas vezes apenas termos) se desencontraram: ora surgindo, ora surgindo outro (por vezes nenhum surge)... Raramente se vislumbram simultaneamente!!
        Não sei se sou de outro tempo (será que noutro tempo fomos diferentes??), não sei se tenho os tais valores errados, não sei se os sentidos me atraiçoam ou ainda se também faço tudo aquilo que acima enumero e não o condeno... Não sei! Talvez devaneio existencialista de um iletrado, obliterado pelo cansaço e hiperbolizado pela consternação momentânea.
     Só sei que, não raras são as vezes, me recordo do que a minha avó (a tua provavelmente diz-te a ti também) me diz (sabiamente, diga-se): "O respeitinho é muito bonito". Ora, nem mais Dona Conceição!!

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