terça-feira, 6 de setembro de 2011

O meu município em 10 anos: Nostalgia Consciente


O meu município é o Marco de Canaveses. Braga é onde resido, mas não é o meu município. O meu município (Marco de Canaveses) mudou em 10 anos. Uma década é uma quantidade de tempo considerável, conheci gente que viveu menos tempo e conheço gente que, provavelmente, não vai viver outros 10 anos (espero cá continuar para os contar todos). Quanto é muito ou quanto é pouco para um intervalo de tempo como é 10 anos?!
Há 10 anos éramos 52 419 habitantes. Hoje somos 53 569 habitantes (Censos, INE). Há 10 anos ia-se de autocarro para as EB 2,3 e para a Secundária. Hoje o meu irmão vai de carro (à boleia é claro), assim como muitas crianças. Há 10 anos a Junta de Freguesia de Vila Boa do Bispo era por cima do Jardim de Infância. Hoje tem “casa própria” (e até funciona como posto de correios). Há 10 anos não tinha saneamento em casa. Hoje a minha casa está ligada à rede de saneamento. Há 10 anos a cidade do Marco era distante e grande. Hoje parece pequena e intrínseca. Há 10 anos eu jogava “à bola” na rua. Hoje é demasiado perigoso o meu irmão jogar “à bola” fora de casa.
O meu município mudou e eu também: há 10 anos não tinha barba. Hoje também não, mas tenho de cortar os pêlos da cara! Há 10 anos achava que o meu município era o melhor. Hoje também acho, mas hoje vejo que há muito a melhorar.
O meu município continua sem saneamento. O meu município continua sem passeios para peões. O meu município continua sem pavimentos dignos em acessos públicos. O meu município continua sem uma rede de transportes rodoviários apresentável. O meu município continua com praias fluviais perigosas (não é só Bitetos que tem condições para ser praia fluvial vigiada). O meu município continua incapaz de atrair investimento no turismo. O meu município continua sem PDM e sem crescimento económico.
        O Marco de Canaveses é o meu município. É onde quero ser e onde quero vir a ser. Mas o meu município tem de mudar... Para melhor, porque ele mudou... Excepto no que é fulcral: na evolução das REAIS condições de vida dos seus munícipes.

5 comentários :

  1. Caro Miguel Carneiro, concordo com o que diz. Mas as mentalidades do nosso município também têm de mudar e evoluir. Não basta criar e melhorar infra-estruturas...

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  2. O saneamento básico vai muito para além das mentalidades... Um município sem esta infra-estrutura não pode considerar-se desenvolvido! Trata-se da primeira etapa das políticas autárquicas (que a maioria dos municípios há muito ultrapassou mas o Marco não!) que permitirá uma definitiva passagem para as etapas seguintes. Lamentavelmente, já assisti a situações de terceiro mundo no Marco, no que diz respeito à questão do abastecimento de água e saneamento básico. O pior de tudo isto (e o mais incompreensível) é que os marcoenses se acomodam, como se fosse normal em pleno século XXI não ter acesso a uma digna rede de abastecimento de água e sanemanento básico! Não obstante, têm direito a isso! Porque estamos claramente a falar de um direito básico...

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  3. Mais do que saneamento e água é necessário um urbanismo pensado, porque se isso não existir será impossível ter uma rede de saneamento e água que funcione no Marco.
    Temos de deixar que olhar para as serras e er em cada monte uma casa, por muito que custe temos de agrupar mais as pessoas, só assim teremos redes que funcionarão, que de infra-estruturas, transportes, saúde, etc.
    Urbanismo não é só uma palavra bonita tem de ser uma acção e bem pensada.
    Muito bom texto Miguel.

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  4. Cidália, é curioso que também concordo com o que diz. A mentalidade Marcoense pode evoluir (bastante). Não obstante, é gritante a situação verificada quanto a infra-estruturas básicas. Estas são apenas as que me recordei (iluminação, fontes públicas, etc.)! Como sabiamente dizem: "a casa constrói-se pelos alicerces". Pelo que considero indispensável criar os alicerces da casa Marcoense. E, como o Bruno pertinentemente escreveu, os alicerces devem ser feitos de forma "bem pensada". Quanto a mentalidades, penso que essas são espelho da evolução física (infra-estruturas e projectos) e cultural (desafios, conferências, iniciativas) do concelho. Ora, dado que em infra-estruturas e projectos pouco se apostou e em cultura não se criou uma matriz lógica de desenvolvimento de actividades, difícil será que as mentalidades evoluam rapidamente (as barrigas possível crescem!!). A JS quer fomentar o espírito crítico, o debate aberto e livre de amarras... Quer alterar mentalidades. Isso é um dos grandes aliciantes deste projecto da JS Marco Canaveses e um dínamo de motivação para quem está na JS envolvido: há desejo, vontade e capacidade de trabalho. Todos são poucos e nós queremos muitos mais.
    Desta forma, queremos ajudar a criar as condições físicas e culturais para um Marco melhor... Um passo de cada vez!

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  5. O Marco de Canaveses precisa que todos os Marcuenses continuem empenhados em cooperar e trabalhar em prol de uma região mais perfeita.O saneamento básico não pode ser um luxo tem de ser uma garantia. Se queremos que o Marco seja cidade precisamos de o sustentabilizar com os devidos recursos e infraestruturas, e o actual executivo é perito em varrer o lixo para debaixo do tapete. A cidade do Marco é recente, comparada com outras cidades da região e foi mal planeada e como tal verifica-se que se tem de intervir urbanisticamente e fazer um PDM eficiente. Temos de uma vez por todas admitir que somos uma região que viveu da agricultura de subsistência e como tal devemos frisar isso às nossas populações porque estamos a ficar cada vez mais dependentes, porque não capitalizamos a ruralidade do concelho e os benefícios que isso traria, assim o território Marcuense foi posto em causa. Orgulhava-me mais pertencer a um Marco de Canaveses que ainda fosse vila e rentabiliza-se a sua região, preserva-se as suas freguesias do que ter um Marco de Canaveses que para ser cidade precisou de mostrar betão armado descabidamente.
    Nos últimos anos só copiamos as grandes metrópoles e com os problemas levantados pelo Miguel verifica-se que este provincianismo alimentado pelo anterior executivo e pelo actual, tem de TERMINAR.

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