segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mercado Municipal do Marco em Coma


O mercado Municipal de Marco de Canaveses há muito que perdeu a sua vitalidade e com o tempo foi sendo esquecido tanto pelo poder autárquico como pelos habitantes marcoenses. Hoje apraz-me falar deste espaço de Marco de Canaveses, com toda a importância e pertinência que vejo nele para a rentabilização e desenvolvimento da minha- nossa cidade.
  Hoje, no presente, o mercado está abandonado e a maioria das lojas comerciais estão fechadas, as bancas de frescos, aos poucos desaparecem e fica uma bruma que se apodera das paredes de um cinza escuro que torna o espaço feio, asqueroso e sem ânimo para continuar com vitalidade. As bancas há muito que deixaram de ter pregões porque os clientes não aparecem.
  Os mercados municipais, em Portugal, estão a ser esquecidos. Estive na manifestação contra o encerramento do Mercado do Bom Sucesso no Porto, e constatei que os mercados são rentáveis, têm poder e pernas para continuarem a promover a vida nas cidades e ao mesmo tempo rentabiliza-las, mas o que está a acontecer no presente, infelizmente, é o seu desmantelamento.
   Em Itália a ideia é apostar fortemente no comércio tradicional como forma de promover a vida nas cidades, em Espanha na cidade de Barcelona surgiu um projecto recente que caminha na mesma aposta. Os países Europeus do arco do mediterrâneo voltaram a olhar para os seus velhinhos mercados e feiras.  Portugal precisa disso mesmo, de cidades que se tornem auto suficientes, onde as pessoas possam comprar produtos vindos da região e não de outro país ou continente. Ainda para mais nesta fase de reduzir as importações, outros países Europeus não fecharam os olhos a isso. Obtendo benefícios económicos e ambientais pois os produtos não precisam de sofrer grandes deslocações. Portugal mais uma vez está de olhos fechados e só acordará para a realidade daqui a uns bons anos, Marco de Canaveses acompanha o estado de sonolência e de desaproveitamento dos mercados e feiras.
   Estamo-nos a esquecer das senhoras dos pregões, dos verdes frescos predispostos nas bancas, com um colorido que mais parece uma pintura que se apodera dos nossos olhos. Esquecemo-nos da nossa própria identidade, e camuflamos a realidade com um sibilino ar de nostalgia. Mas isto não é nostálgico, é antes um princípio para fortalecer as cidades, dar vida às nossas            ruas, carisma e ânimo aos habitantes.
   O Marco de Canaveses precisa urgentemente de inverter a realidade e apostar no Mercado Municipal, esquecido por todos nós. Aquele espaço está num centro nevrálgico da cidade, e seria importante conferir-lhe uma identidade à muito perdida. Porque não termos um mercado pluridisciplinar, com uma identidade rejuvenescida. De dia podíamos ir fazer compras, à noite podia ser um espaço de divertimento nocturno, poderia conviver com o cinema, o teatro, a música. Podíamos ir às compras e ao mesmo tempo, ao lado das bancas, “consumir” uma exposição de arte, ou uma performance, e porque não uma biblioteca ou um bar, ou porque não haver mesmo ali uma cinemateca. Porque não…Ser um espaço de agregação e construção de uma cidade fortalecida. O objectivo não é tornar o Mercado Municipal um coitandinho, mas sim injectar-lhe sangue novo, dar-lhe um novo ânimo e reaproxima-lo das pessoas, porque aí ele ganharia vida própria e seria importante para a cidade voltar a contar com a presença deste espaço de excelência. Com uma convivência salutar entre o comércio tradicional e a cultura.
   Hoje noto que os vendedores tradicionais não se conseguem aproximar dos consumidores, porque não usufruem de minutos de publicidade, nem têm um serviço online. Simplesmente vendem qualidade e um pouco da nossa região. Apesar de tudo, o Marco ainda vive muito da agricultura de subsistência, e não podemos ignorar o facto mas sim promover que os pequenos e médios agricultores se agreguem no Mercado Municipal dando uma imagem inovadora, desenvolvida e consciente. São muito os vendedores que se fixam, muitos ilegalmente, junto à ponte de Canaveses em S. Nicolau, porque não levar toda aquela dinâmica para o centro da cidade, Marco de Canaveses só teria a ganhar. Hoje os hipermercados apoderaram-se dos consumidores, faz parte do progresso. Isso é óptimo, mas não significa que desaproveitemos o Mercado Municipal que pode ir ao encontro da promoção da produção agrícola regional e da rentabilidade enérgica da cidade do Marco, como uma cidade exemplar, atenta à realidade e que contribui para uma vida melhor de todos os marcoenses.
   A câmara municipal continua alheada em relação às positividades da nossa terra. Devemos mudar de política urgentemente em Marco de Canaveses. Não podemos inconscientemente continuar a promover um executivo autárquico que está desatento face à realidade, isso é impensável.


Links Relacionados com o tema:
http://jpn.icicom.up.pt/2008/03/27/barcelona_mercados_municipais_sao_motores_de_dinamizacao_de_bairros.html

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