domingo, 18 de setembro de 2011

As boas notícias de Portugal


Ciência e arquitectura em destaque, mais uma vez


















   Na passada semana, vi mais uma luz ao fundo do túnel, para o país da Troika, do FMI, do buraco orçamental na Madeira escondido às sete chaves, pelos “monges Jardinenses”. Em suma para um país repleto de notícias agoirentas e muito “negras”.
  O biólogo Rui Reis, da Universidade do Minho, ganha o prémio Georgio Winter, uma distinção na área dos biomateriais. A acrescentar a esta muito boa notícia junta-se mais um senhor, o matemático André Neves, do Imperial College de Londres que recebeu um prémio de um milhão de euros para futuras investigações. Na área da arquitectura Eduardo Souto de Moura, ganha pela terceira vez o prémio Secil, uma distinção que se acumula ao prémio Pritzker ganho no mês de Junho. A escola do Porto continua a demonstrar um bom apanágio, do que melhor se faz no país no campo da arquitectura. Isso só denota que afinal o país tem futuro, e que futuro! O que é preciso é saber apoiar, incentivar e rentabilizar os bons valores do país. Dar a voz aos bons exemplos, para servirem de alavanca ao progresso nacional.
                                

 O que, ainda, precisa de ser feito por terras Lusas:
                              
   Centenas de portugueses todos os dias trabalham em prol de um país mais próspero, sejam anónimos ou os que vêm nas notícias. Todos os dias existem portugueses que lutam, correm riscos, para criarem valores neste país. Não podemos ficar pelas boas notícias, é preciso reconhecer os grandes valores. Mas também é preciso apoiar, investir, lutar por um Portugal melhor e não pensarmos somente em nós e no nosso ego.
  Precisamos de fazer um ponto de situação consciente e repensar como agir no futuro, que não tarda em chegar. É preciso haver uma adesão massiva aos partidos políticos, é preciso os jovens acreditarem, darem as suas ideias e fazerem-se ouvir. Só assim conseguiremos ter novos políticos e novas políticas. Já vimos que a política do “deita abaixo” não resulta. Vimos como o actual governo está a agir, a destruir o estado social, a pôr em causa valores tão importantes como do ensino superior, as áreas da investigação sofreram um corte drástico, apesar de se ver a importância de tudo isso. Constatamos desta forma, como todos os portugueses são precisos, para combaterem as desigualdades apregoadas pelo governo que nos representa, TODOS são chamados a cooperarem e iniciarem um projecto com o nome de PORTUGAL.
   Todos nós “fazemos” o Governo, e por isso precisamos já de começar a construir algo de que nos orgulhamos, algo que demonstre o verdadeiro espírito desta nação. Os marcuenses podem fazer muito para a região, estamos repletos de jovens com alento de, capacitadamente, começarem a construir o novo Portugal. É necessário e urgente revolucionar mentalidades, criar projectos, incentivar e dialogar.
   Após ler o comentário da jornalista Ana Sousa Dias, no JN, na edição de sexta-feira, fiquei ainda mais ciente de uma realidade que precisa de ser alterada, passo a citar: “A Casa das Histórias que Souto Moura tão extraordinariamente concebeu para guardar e mostrar o trabalho da pintora Paula Rego tem à entrada uma caixa de esmolas feita pela própria artista. … Quando chega a hora de arranjar dinheiro para manter a casa em funcionamento ninguém quer pagar a conta. Nem mesmo quem gostou de aparecer na fotografia da inauguração.”
   E a pessoa que apareceu na fotografia da inauguração foi o presidente da república Cavaco Silva. Dei umas risadas, mas logo desfiz o sorriso porque a realidade é lastimante. Investir nos bons valores com pernas para andar, que deveria ser o objectivo, neste momento não o é. O nosso Presidente da República só vai ter com os portugueses por conveniência, porque fica bem para aparecer numas fotografias. Uma estátua de cerâmica do Zé Povinho é mais proveitosa, porque incita uma mensagem político pedagógica, do que o Sr. Presidente Cavaco Silva que é de carne e osso. (Desculpem este meu desabafo.)
   Pelo Marco de Canaveses não temos o Zé do Povinho, apesar de ele ser de todo o Portugal, tem certificado de origem das Caldas, mas temos uma figura que pode ser tida como exemplo; a Carmen Miranda, que soube ser diferente, que distante da sua terra prestou provas de uma mulher cheia de convicções. Tal como os marcuenses de hoje o podem ser se assim o quiserem.
    Em suma remato com as ditosas palavras que se perfizeram em surdina, outrora, apresentando-se como fachos ardentes de acção e convicções. Claras e tépidas o quanto baste, outras vezes sôfregas e negras, mas no fundo são palavras que reflectem muito bem a realidade deste nosso país:
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.
(…)
E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
Manuel Alegre



Sem comentários :

Enviar um comentário

Obrigada por partilhares a tua opinião connosco!