sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Imigrar ou Emigrar?

Nunca esteve tanto na actualidade a questão de sair do país, procurar novos caminhos, novas oportunidades, melhor qualidad€ de vida ou apenas sair porque sim. Sair de Portugal é pelos dias de hoje conversa de café, uma simples banalidade do puxa que puxa conversa. Assim é com temas como o buraco da Madeira, a derrota do FCP, a morte do senhor de Cupertino (para alguns), o aumento do IVA, a crise do euro, a bancarrota de um qualquer empreiteiro ou mesmo uma mundana mas boa politiquice local.

As notícias falam já nas 6 casas decimais para o número de "expatriados", no "Apocalipse" da nova geração, na certeza de que serão ultrapassados os números da década de 70 e 80. Será? Para onde? 

Para mim talvez, certamente que sim. Acredito nos números e nos sítios do costume: França, Luxemburgo, Suíça, Espanha, Brasil e Angola. 

Mas afinal que milhares de pessoas são estas e estarão a emigrar ou será imigrar? É tudo uma questão de perspectiva, começando por este novo padrão de pessoas que abandonam, perdão, que se ausentam, do país. Hoje, uma grande percentagem são jovens altamente qualificados, com ou sem experiência, que pretendem emigrar para poderem imigrar. Sim, imigrar. Quem não quer nos dias de hoje dar de "frosques" (out) de Portugal e dar entrada (in) no apelativo, charmoso, cor-de-rosa bling-bling conjunto de países supracitados? Todos dizem que sim. 
Quem já foi é um sortudo quem “está para ir” tem sorte, quem quer ir mas não consegue é o comum coitado, ou não fossemos nós o povo da saudade, do enfado que é nosso Fado, agora Património Mundial.

Mas nem tudo são rosas. Para França está difícil pois os €€ começam a faltar, no Luxemburgo já somos um terço dos desempregados, a Suíça sofre hoje da desvalorização monetária, €spanha mais parece Portugal, Brasil e Angola são países longínquos, considerados inseguros e sem o charme europeu.

Queres mesmo emigrar ou preferes imigrar? 
Melhor ainda, preferes ir e ficar ou ir para voltar? 
Não será fácil conseguir, à semelhança dos conhecidos pais, tios e avós, conciliar uma vida fora na expectativa de amealhar e voltar. O que parecia impossível acontecer aos filhos da terra aconteceu mesmo. O ciclo voltou-se a fechar. E será que não irá se repetir?

Para nós naturais do Marco, aquele que é/foi um dos concelhos com maior número de trabalhadores em Espanha do país, é algo normal sair ou ver a sair da "terrinha". Sempre foi assim porque não continuará a ser? Ao longo dos anos foi sendo enraizada a cultura de bem receber os que estão fora, muito à semelhança do que vimos por essas terras do "fundo" interior de Portugal. Mas porque é que tem de ser assim?

São hoje poucos os que imaginam colocar o Marco como primeiro local de emprego/trabalho, a falta de tecido empresarial é gritante, a indústria é inexistente e primária e o sector terciário sem expressão.
Porque não foram, a seu tempo, dados condições para que estruturas de emprego fossem criadas?
Onde, nos últimos 10 anos foram criadas iniciativas de estabelecimento empresas de renome?
Porque não existe há 10 anos trabalho no Marco? Ou será da crise de “agora”?

E se agora pensar que Marco de Canaveses faz parte de Portugal? Eish… Estaremos perdidos? No Marco ou em Portugal?

Estas são algumas das 1milliondollarquestions para muitos que como eu dão os primeiros passos no mundo do trabalho.

28-12-2011
Vicente Moreira

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