quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Falta de cidadania


Acontece-nos coisas quando menos esperamos. Uma verdade irrefutável. Hoje, pela minha terrinha, Marco de Canaveses, fazia o que sempre faço, passear descontraidamente. Até que, quando precipito o meu corpo para a passadeira, a uma velocidade nem baixa nem alta, uma carrinha passa apressada, pára sobre mim e diz:
- Boa tarde! Tens que passar mais rápido na passadeira!
Não compreendi e, no entanto, respondi-lhe de uma outra forma, mais correcta diga-se de passagem:
- Boa tarde. O peão tem prioridade numa passadeira, caso não saiba. - disse-lhe eu como um cidadão consciente, educado e correcto.
O homem não deve ter encaixado bem as palavras certamente... E avançou:
- Que idade tem? Dê-me o seu nome! Tem de passar rápido na passadeira! Vou chamar a polícia! - disse-o com tal convicção o homem, se soubessem...
Fiquei num estado de reflexão de tão confuso que estava, pensei eu: «Será que este homem tem razão no que está a dizer?» - a pergunta ficou, desde logo, em banho-maria. Interiormente só pensava que o homem era louco. De facto, era.
E como cidadão consciente, educado e correcto, virei-lhe costas, sabendo de que não valia a pena ripostar. Continuei o meu percurso descontraído.

Álvaro Machado - 21:00 - 11-10-2012

2 comentários :

  1. O condutor tem toda a razão. Uma passadeira não é uma "passeadeira". Os direitos do peão não são absolutos. É prejudicial falar daquilo que não se sabe. Isto é desinformar....

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  2. Pois bem, tem a sua opinião. Mas devo dizer-lhe, desde já, que não entendeu o fundo da questão.
    O que descrevi no meu texto foi a forma como fui abordado, como fui maltratado e acima de tudo sem razão para o ser. Porque felizmente sei os meus direitos e os meus deveres. Sei também que não é uma "passeadeira" como você referiu e, por isso, é que passo na passadeira rápido. Mas não a correr.
    Haja cidadania - que não deixo de notar que é o seu nick.

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