quinta-feira, 15 de março de 2012

Fragilidades do sector cultural nacional

   Na última semana debrucei-me pelos tipo de investimentos existentes, no caso particular do Mecenatismo- “Política(s) de Mecenatismo”. É essencial perceber a importância tangível ao sector das Artes, dos investimentos realizados, da forma como eles são aplicados e se efectivamente resultam. Hoje faço uma leitura sobre o cenário de desinvestimento cultural partindo de dados Europeus que revelam a situação de Portugal no sector Cultural, em relação aos restantes países da Zona Euro.
 O investimento público português na cultura revela-nos a existência de um auto-desconhecimento generalizado do sector cultural. O tema parece ser revessado para segundo plano, contudo é benéfico para a saúde cultural portuguesa o maior envolvimento dos responsáveis culturais e governamentais e a supra exigência dos consumidores em acederem a cultura de qualidade. Segundo o quadro de referência do EUROSTAT o país cifra os 3%, abaixo da média Europeia, no que se refere ao investimento cultural, apenas superior na Europa, à Grécia e Itália, com 2,7% e 2,4%, respectivamente.

Em tempo de crise é benéfico apostar no sector cultural? Ou é uma simples extravagância?

1.De acordo com a UE (2006), em 2003 os sectores; Culturais e Criativo foram responsáveis por 2,6% do PIB da UE, o que coloca acima do sector das bebidas, alimentação e, inclusive, da Indústria Têxtil e Química. Contudo em Portugal o sector cultural e criativo representaram apenas 1,4% do PIB, em igual período. O sector cultural (directo/indirecto) adquire uma grande preponderância no PIB Europeu, gerando mais riqueza, fortalecendo a economia dos países e beneficia directamente a produção artística (a mais nobre finalidade do sector).

2. O emprego criado pelo sector (es) criativo e cultural representava no ano transacto de 2005 cerca de 2,4% do total de emprego da zona Euro, em Portugal posicionava-se nos 1,4%.


3. Na observância feita em concreto perante os países com níveis superiores de escolaridade mínima, como o caso dos países do ex-bloco da URSS, a procura de bens e serviços culturais é suficiente para garantir a subsistência de espaços artísticos, pois genericamente a maioria das populações já reconhecem o valor deste tipo de manifestações culturais. Em Portugal a educação de públicos é quase inexistente.

Conclusão:
    De facto é benéfico apostar em cultura em tempos de crise, pois fortalece a economia, é um sector que no futuro vai ser um dos mais atractivos na empregabilidade. Portanto reconhece-se que o país mesmo antes da crise não apostou na educação de públicos, face aos hábitos culturais instalados. Apercebendo-nos claramente que os países do ex-bloco URSS são um caso de estudo exemplar para o país. Não se consegue retirar o devido proveito de sector algum se não se gastar algum tempo na projecção eficiente de planos que o fortaleçam e criem condições necessárias ao seu florescimento. Em tempo de crise nota-se um dado relevante- A CULTURA SEMPRE FOI UM DOS SECTORES MAIS FRAGILIZADOS EM PORTUGAL.
   


  A Europa em tempos de crise apercebe-se de uma coisa- o predomínio económico parece ser ameaçado, o velho continente já não é o melhor lugar para a indústria por diversificadas razões, contudo nem tudo está perdido a Europa ainda continua a ser o continente mais aliciante pelos séculos de história que acumula, universo cultural diversificado só possível em solo Europeu e esse predomínio não pode ser perdido. E em Portugal qual é a estratégia governamental face às Artes?

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