quarta-feira, 18 de julho de 2012

Quem parou a eletrificação?

Uma breve viagem pelos blogues marcoenses hoje de manhã permitiu, de imediato, ficar a par de perspetivas interessantes em torno da realidade do nosso concelho. Se, por um lado, João Monteiro Lima, no blogue Marco 2009, sublinha a necessidade de surgir um candidato suprapartidário que defenda os interesses do Marco Canaveses, isto de acordo com vozes de diferentes quadrantes políticos. Por outro lado, no blogue Marcoense Como Nós, é possível ler um texto que versa sobre uma outra versão dos factos ocorridos aquando do cancelamento da eletrificação da linha ferroviária do Douro, projeto lançado a concurso pelo governo socialista de José Sócrates e posteriormente cancelado. Cometendo a indelicadeza de copiar o texto na íntegra, publico aqui o mesmo, visto, no caso de ser verdade esta versão, hvaer lugar a ilações e explicações a retirar para o panorama político marcoense.
Ainda deste ponto de vista, em breve deixarei aqui algumas considerações sobre este projeto que teima em dar muita conversa antes de ser realidade.

A deputada do PS e antiga secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, disse hoje que a suspensão da requalificação da linha do Tâmega, entre Amarante e Marco de Canaveses, foi uma imposição do PSD.
“No quadro da negociação do Orçamento do Estado (OE) para 2011, em 2010, uma das exigências do PSD ao então Governo do PS foi que ficassem suspensas todas as obras públicas que não estivessem já em execução”, disse hoje a deputada, em declarações à Lusa.
A deputada, que integrou um grupo de parlamentares que visitaram o interior do distrito do Porto, sublinhou que a obra de requalificação da linha do Tâmega, dividida em três fases, já tinha concluída a primeira, que passou pelo levantamento dos carris.
Quando se anunciava a segunda fase, que previa o nivelamento do pavimento, ocorreu, de acordo com Ana Paula Vitorino, a imposição de suspensão da obra, “contra a vontade do Governo do PS”.
A antiga secretária de Estado insiste que foi só no atual executivo PSD/CDS que, no contexto do Programa Estratégico de Transportes (PET), foi tomada a decisão de encerrar as linhas de via estreita, nomeadamente a do Tâmega.
“Esta era uma coisa que o Governo anterior não queria, pois pretendia uma requalificação profunda dessas linhas”, frisou a atual deputada.
Em 2009, quando foi suspensa a circulação na linha, Ana Paula Vitorino, então no Governo, garantiu em Amarante, perante o autarca local e o do Marco de Canaveses, que as obras iriam mesmo avançar.
A então secretária de Estado procurava na altura tranquilizar os autarcas e a população que temiam pelo encerramento definitivo da linha, o que veio a confirmar-se já com o atual Governo.
À Lusa, Ana Paula Vitorino reafirmou hoje que as obras eram necessárias por questões de segurança, de acordo com uma auditoria realizada às linhas de via estreita, na sequência do acidente na linha do Tua, em agosto de 2008.
A mudança de Governo e de política para o caminho-de-ferro acabaram por ditar que o processo de requalificação evoluísse de forma muito diferente do previsto pelo executivo socialista.
“Foi um erro estrutural do atual Governo”, disse, explicando:
“A decisão de encerrar a linha é uma falsa poupança. Deixámos de ter o défice de exploração, mas há outros défices ambientais, energéticos, de orçamento familiar e desenvolvimento económico e social da região”.
Ana Paula Vitorino referiu à Lusa não se esquecer do compromisso que assumiu com a região, garantindo que continua a bater-se, agora como deputada, pela necessidade de o Governo investir no transporte ferroviário.
A propósito, disse ser “um erro crasso” o Governo estar a deixar cair a linha do Douro, ao não permitir que prossigam as obras de modernização, nomeadamente a eletrificação do troço entre as estações de Caíde de Rei (Lousada) e do Marco de Canaveses.
Em 2010, o último Governo de José Sócrates mandou suspender aquela empreitada, para a qual já tinha sido lançado concurso, uma decisão, segundo Ana Paula Vitorino, imposta pelo PSD no contexto de negociação do OE.
Desde então, apesar da mudança de Governo, nunca mais foi possível desbloquear o processo, nada valendo os protestos dos autarcas e da população.

1 comentário :

  1. Caro Miguel Carneiro

    Penso que a maioria dos leitores do blogue da J.S.conhecem a celebérrima obra de Cervantes, intitulada "D.Quixote de la Mancha,o cavaleiro da triste figura".
    Eis para espanto de muitos de nós,como realmente a História se recria,se transforma,mas acaba sempre por se adaptar aos tempos contemporâneos.
    E não é,que no Marco,para além do cavaleiro da triste figura também temos reencarnada a figura de Sancho Pança?
    Sim,recordam-se da preocupação de Sancho Pança em proteger seu amo D.Quixote de la Mancha das suas ideias visionárias,para que não fizesse tristes figuras?
    Vejam lá,como Cervantes apesar de não ser Marcoense,prognosticou o surgimento no Marco de figuras,ou se calhar,de figurões,capazes de provocar inveja às personagens da sua obra.

    Um abraço amigo
    João Valdoleiros
    Jo

    ResponderEliminar

Obrigada por partilhares a tua opinião connosco!