terça-feira, 31 de julho de 2012

Diz que é uma espécie de Política Local... II


O meu camarada Tiago Moreira esreveu há uns meses um texto que fazia uso deste título. Parecendo, a vários níveis, um epíteto bem aplicado à política do atual executivo, gostaria de o aplicar à política que Manuel Moreira pratica no órgão máximo da democracia local: a Assembleia Municipal. É, de facto, neste espaço onde a democracia pode ser debatida, maturada e projetada. Espera-se, portanto, que este seja um espaço profícuo em soluções, pleno de afirmações e posições claras e inequívocas... Sim claro... É já a seguir (perdoem-me a expressão)!
Manuel Moreira (é importante sublinhar este nome e apenas este nome) faz das assembleias municipais sessões de retórica, fazendo o timbre da sua voz ecoar pelas paredes do salão nobre e pelos microfones da rádio horas a fio. Tanto tempo de intervenções poderia ser incrivelmente produtivo, poderia lançar um conjunto alargado de propostas, poderia até atiçar as mais originais mentes políticas, fazendo com que as palavras que o edil emprega tivessem repercursão na realidade marcoense... Vazio. É isso que sobra: VAZIO. Depois de se sentar fica a clara sensação - não apenas em mim - de que todo aquele latim (que bela língua temos nós) foi tão produtivo como uma boa tarde de domingo ao sol. Enfim... Como disse Tiago Moreira: Diz que é uma espécie de política local!
Pessoalmente, vejo isto como uma enorme ironia! Eu e toda a JS Marco tem dado espaço e condições a Manuel Moreira para brilhar, para apresentar as suas propostas e soluções ou, caso não existam, apresentar as mais plausíveis razões para tal. A JS Marco tem, sessão após sessão, aberto o espaço de intervenção do público a Manuel Moreira, deixando que este se repaste no amplo terreno que representa cerca de 1h de microfone só para si. Não obstante todas estas possibilidades, estas cartaz brancas por nós oferecidas, Manuel Moreira faz questão de as utilizar para... Dar tiros de pólvora seca! Passo a explicar, por ordem cronológica:

1. Desde Setembro último que a JS Marco tem feito uso do espaço dedicado ao público para que, a horas pouco aconselháveis, apresente propostas e posições construtivas ao executivo. Assim foi na sessão seguinte, altura em que nos relembrou António Countinho - presidente da Assembleia Municipal - que o espaço de intervenção do público deve ser utilizado para colocar questões ao executivo. Pois muito bem... Longe de pensar a JS Marco que estaria a ser incómoda para o executivo municipal (ainda que soubéssemos que estavamos a ser... E assim continuamos), escutou Antínio Coutinho e anuiu, reconhecendo que as propostas não estariam a ser apresentadas no local devido. Pois então... Questões colocaremos, pensamos nós.

2. Desde então a JS Marco passou a fazer uso do período dedicado ao público para questionar o executivo relativamente a diversos assuntos. Começou pela questão da Repavimentação de Acessibilidades em Bom Estado de Conservação - RABEC (a debater muito brevemente aqui no blogue), também conhecida como Requalificação Urbana (diz Manuel Moreira). Colocamos diversas questões relativas a este projeto: desde as entidades consultadas, empresas, associações e grupos informais, os proprietários dos edifícios privados envolvidos, a acessibilidade para viaturas pesadas (bombeiros nomeadamente), parqueamento e, mais recentemente, questionamos o valor estratégico deste projeto em detrimento d eoutros que poderiam ser implementados. Além destas, fizemos ainda questões relativas ao saneamento previsto no orçamento da Câmara para o ano de 2012 na freguesia de Várzea e ainda qual o motivo do "desaparecimento" do Portal das Coletividades (sítio que nunca chegou a nascer, desde 2009).
Perante estas questões Manuel Moreira tinha tudo, tinha o caminho livre para justificar o investimento colossal, tinha a possibilidade de demonstrar o quão inexperientes somos nós, que somos jovens... Mas não nos podemos esquecer que falamos de Manuel Moreira. E como Manuel Moreira que é, fiel a si mesmo, as intervenções que se seguiram foram nada mais que números políticos entristecedores para qualquer marceonse. Nada acrescentou, preferindo ir pelo caminho do "mini-comício" sem qualquer fundamentação para as suas palvras... Pleno de de redundância, Manuel Moreira exultou por diversas vezes o seu digníssimo caráter e estaleca (ninguém tem duvidas do mesmo), explicou que é preciso "embelezar a cidade" e, por fim lá soltou um risível "as outras cidades vão fazê-lo, nós devemos fazer também"! Fantásticas junstificações para tão avultado investimento...
Serve tudo isto para dizer o quê, afinal? Façam uso do período dedicado ao público, participem no processo democrático, dêem o vosso contributo, partilhem a vossa opinião e tentem esclarecer a vossa questão... Mas NADA esperem em volta. Manuel Moreira fará uso das vossas palavras, fará delas substrato para se lançar numa retórica que apenas ele decide quando deve parar.
Quero deixar ainda duas observações quanto a este espaço de intervenção do público na assembleia municipal:
1. As questões a que o Eng. José Mota (Vice-Presidente da Câmara Municipal) respondeu (coletividades e saneamento) foram RESPONDIDAS, de forma clara e bem fundamentada. A JS Marco continuara a acompanhar estes projetos, certa de que serão concretizados assim que possível.

2. O regimento da assembleia municipal indica, de forma bem clara no ponto 3 do artigo 29º (Publicidade das sessões), que as respostas a todos os esclarecimentos solicitados não deverão exceder um total de 15 minutos... António Coutinho deve ter um relógio cujo funcionamento é diferente de todos os outros relógios.

Sem comentários :

Enviar um comentário

Obrigada por partilhares a tua opinião connosco!