segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

TRISTE POVO

Já muito se escreveu sobre a situação vivida pelo nosso pais, sobre a troika e as medidas impostas por este governo. Portugal vive hoje em dificuldade e a nossa soberania é atacada diariamente à conta dos seus supostos pecados e alegada prepotência. Algo que me irrita profundamente já que, no meu singelo entendimento, não somos os principais culpados.

Para defender o meu ponto de vista não é necessário recuar muitos anos. Através da história percebemos que a União Europeia financiou o nosso país para deixar de produzir. Não apenas na agricultura mas também nas pescas e na industria. Existiu algum aproveitamento indevido é certo, mas a ideia que vivemos acima das nossas possibilidades e à mercê de subsídios não é inteiramente verdade. Limitamo-nos a seguir as directivas dadas e a direccionar os nossos investimentos segundo as orientações europeias. Os principais “motores” desta união quiseram transformar a Europa num mercado essencialmente financeiro e as consequências fazem-se agora sentir. Sem bases que nos permitam lutar contra a negra crise, esses mesmos “motores” atiram Portugal para um fosso de austeridade defendendo-o como única solução. Triste povo este, que enfrenta esta miserável sentença defraudado de homens capazes de nos defender.

Esses homens são os mesmos que prestaram juramento perante a bandeira e que durante décadas sugaram o orçamento do estado criando falsas fundações, abrindo centenas de empresas municipais fantasma, nomeando milhares de boys, concebendo institutos sem qualquer utilidade. A tudo isto, juntamos o veneno que corrói lentamente o nosso país, a corrupção! Como podemos explicar que se comprem submarinos com pagamento de luvas provadas mas com consequências apenas na Alemanha?! Como se explicam os casos do BPN, BPP, as parcerias público-privadas, os avanços e recuos em investimentos ruinosos?! A Expo98 que conseguiu revitalizar umas das zonas mais sombrias de Lisboa, possibilitou urbanizações milionárias mas que mesmo assim, no final, deu prejuízo! Como é isso possível?!

Não nos faltam casos para denunciar a nossa situação. É por isso que os portugueses não podem aceitar ser, constantemente, o alvo daqueles que nos desgovernam. A classe politica, essa sim, viveu anos e anos acima das suas possibilidades. Não é por isso, culpando e castigando o povo pelos erros dos seus governantes que se resolve a crise. Comecem antes por corrigir os modelos económicos europeus e nacionais, condenando os criminosos de fato e gravata e lutando contra a corrupção escondida de um sistema já moribundo.

Esta sim, é a única alternativa!

Sem comentários :

Enviar um comentário

Obrigada por partilhares a tua opinião connosco!