segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Divagando... Por João Valdoleiros



Divagando....desde Terras de Santa Maria
Tive a oportunidade de ler via JN – online, uma notícia vinda das bandas do Oriente, mais precisamente do Japão.
Como todos sabemos aquele país representa uma das maiores civilizações nesse remoto canto do Mundo, com uma cultura sui generis, com facetas que nos deslumbram a nós, ocidentais, como o amor ao ambiente, traduzido na preservação de jardins magníficos, diria quase exemplares únicos no mundo civilizado.
Quem teve a oportunidade de ler a notícia referida acima – o Ministro das Finanças do actual governo japonês senhor Taro Aso numa reunião para resolver os problemas financeiros da segurança social lá da zona, afirmou que, se deveria deixar morrer os idosos, em especial os idosos doentes e depressa, para aliviar os encargos do sistema, ou seja do Estado.
Porque não, senhor Taro Aso, incluir os recém-nascidos com doenças congénitas, com malformações físicas sem solução, os insuficientes renais crónicos a necessitar de hemodiálise para sobreviver, os insuficientes cardíacos a precisar de cirurgia cardíaca (transplantes), os doentes oncológicos em fase terminal, os infectados com o VHS, os doentes do foro psiquiátrico com patologias graves, os dependentes do álcool e do tabaco?
Conseguiria, senhor ministro das finanças, obter facilmente um resultado positivo para as finanças da segurança social, podendo até dar-se ao luxo de despedir uns milhares de funcionários dos ditos serviços, por entretanto se terem tornado excedentários.
Li, reli e, fiquei arrepiado, só por me lembrar, que Passos e Gaspar poderiam optar pela aplicação da mesma terapêutica aos nossos idosos, tanto mais que também já estou nesse grupo etário, altamente representativo, só numericamente falando já se vê e porque alguém com imagem e responsabilidade política dentro do P.S.D. , Manuela Ferreira Leite em tempos, também já sugeriu se recusasse a hemodiálise aos nossos doentes insuficientes renais crónicos atendidos no S.N.S., dado os elevados custos desses tratamentos.
O ministro da saúde português, talvez em bate-papo em qualquer das muitas desnecessárias, inúteis e caras reuniões ministeriais em Bruxelas, parece ter tomado conhecimento antes do jornalista do jornal britânico “O Guardian” da pré-clara ideia de Taro Aso, dado que sugeriu a ideia dos nossos doentes insuficientes renais crónicos, necessitados de hemodiálise, começarem a efectuar tal terapêutica nos seus domicílios.
Facilmente se poderá concluir que o senhor ministro da saúde português não faz a mais pequena ideia de como funciona a saúde e ter-se-á esquecido das mínimas condições necessárias ao seguimento de tais tratamentos. Ou seja, pretende aplicar a “receita” de Taro Aso.
Não fiquei preocupado com os idosos japoneses, não porque a minha sensibilidade tenha qualquer alergia ao seu tom de pele ou ao seu linguajar, mas porque me recordei logo, que a prática do suicídio é de uso corrente na sua cultura ancestral. Contudo deveremos considerar, que o senhor Taro Aso (recuso-me a chamar-lhe ministro, porque entendo que o nome apropriado seria o algoz dos idosos japoneses) aconselha por outras palavras não o suicídio, mas a prática da eutanásia aos prestadores de cuidados médicos a esses idosos.
Ficarei atento à reação da classe médica japonesa e mundial às palavras deste“economista da saúde”, que dado o seu muito provável poder de compra, nunca precisará de cuidados de saúde estatais.
Apoiarei publicamente qualquer movimento cívico no sentido da atribuição do Nobel da Economia e Finanças ao Ministro das Finanças japonês em parceria com o nosso Ministro da Saúde, Miguel ......,pois afinal a solução da crise económico-financeira mundial (vá lá que Cavaco Silva numa das suas últimas fastidiosas intervenções já admitiu que não era só portuguesa e que a culpa do Sócrates era afinal da responsabilidade dos muitos “Sócrates” desse mundo além) estava tão à vista de todos nós, passeava-se nas nossas ruas todos os dias e só os cegos não a poderiam descortinar.
Afinal, tal ovo de Colombo, a solução é o “genocídio dos idosos e doentes crónicos".

1 comentário :

  1. Quero penitenciar-me pelo lapso cometido no que cocerne ao nome do atual ministro da saúde português.É óbvio que se trata de Paulo Macedo e não dum qualquer Miguel.Só a deficiente revisão do post conduziu a esse lapso.Apresento desculpas públicas aos leitores do blogue da J.S..Memória de velho é mesmo assim.
    As minhas saudações a todos
    João Valdoleiros

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