domingo, 20 de novembro de 2011

Um Marco sem marca


Queremos ser um Marco no turismo. Temos razões para isso? Se fossemos de uma região algures por esse país fora, ou por esse mundo fora, teríamos razão para fazer uma visita que seja ao Marco de Canaveses? Com tantos motivos de interesse no país, o que levaria um turista a optar pelo Marco? Na teoria, temos potencialidade. Na prática, não a aproveitamos – é o velho dilema a que o povo marcoense se habituou.
Mas vamos dar conta de alguns pormenores. Se queremos fazer uma verdadeira promoção do concelho é necessário que tenhamos uma marca, uma verdadeira distinção que nos caraterize para além do nosso território. Vejamos… Quando pensamos no Porto, pensamos no Douro, na ribeira, na torre dos Clérigos ou mesmo na Avenida dos Aliados. E Lisboa? O Tejo, a Praça do Comércio ou a Torre de Belém. Já em Coimbra temos o Mondego e as suas margens, a Universidade e as ruelas históricas.
Não é preciso fazer um estudo para perceber que a maioria do país não tem a melhor imagem do Marco, mesmo aqueles que nos são mais próximos, aqueles que no nosso distrito nos põem de parte, nos colocam no interior, mas a meros 30 minutos do centro do Porto. A nós nos dirão que não temos história, que não temos cultura ou que não temos património. A nós nos dirão que não temos potencial, que somos cidade de província e que, por isso, estamos longe dos acontecimentos, longe de tudo o que se passa. E nós que temos feito? Nada. Em 2005, os marcoenses tiveram a coragem de querer mudar de rumo. Em 2009, rejeitámos aquele que nos envergonhou, mas mantivemos o que por nós nada fez, talvez por segurança e medo que tempos antigos voltassem.
O que temos nós que possamos valorizar como imagem de marca do Marco de Canaveses? O que pode servir de bandeira para nos mostrarmos ao país e ao mundo e dinamizarmos o turismo local?
Respostas simples a que um verdadeiro marcoense pode responder. Temos património que nos engrandece e nos deixa orgulhosos: das inúmeras igrejas históricas (Vila Boa do Bispo, Tabuado, S. Nicolau…) à igreja de Santa Maria (de Siza Vieira), da cidade romana de Tongobriga ao Convento de Alpendorada, dos solares à paisagem magnífica, mas desaproveitada. Depois de muitos anos de erros urbanísticos, de construção desenquadrada e de desprezo pela paisagem natural que nos rodeia, a Câmara Municipal continua a menosprezar o que somos e o que temos. Os próprios rios Tâmega e Douro são únicos e desaproveitados. Não basta fazer um parque junto ao Tâmega e manter o vídeo da inauguração ao longo de três anos no sítio da internet da Câmara Municipal para que os turistas venham ao Marco e se surpreendam com o “maravilhoso” parque que de obra de destaque nada tem.
Vejamos a mera publicidade turística que é feita: alguns outdoors de louvor ao Marco, onde? No Marco. Quem não conhece, por exemplo, o slogan turístico de Baião, visível até há pouco tempo numa das saídas mais movimentadas do Porto? Mas nem isso, porque apostar neste tipo de marketing é coisa do passado. Falemos de novas tecnologias. A Câmara Municipal do Marco criou até um sítio na internet dedicado ao turismo. Isto, por si só, promove o concelho? Não. Não, porque, como utilizador da internet nos dias que correm, é necessário que a informação venha até mim, já que a quantidade de informação existente online não permite a divulgação instantânea apenas pela presença de uma página na Web. As redes sociais poderão ser uma resposta simples e barata para esta divulgação que falta, faltando também muita imaginação a este executivo…
Criar uma marca para o Marco é urgente. E a nossa marca é o nosso património histórico, cultural, natural. A nossa marca depende de todos nós, uma vez que para os que nos representam isso de nada vale. Tentaremos nós melhorar a imagem de marca do Marco.  

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