sexta-feira, 21 de outubro de 2011

E quem paga sou eu?


Semana passada ficamos a saber quais as grandes linhas do orçamento para o ano 2012, e concluímos que se até agora os portugueses estavam mal, agora ainda mais irão ficar. Não consigo compreender como se podem implementar tais medidas de austeridade e até aqueles que defendiam uma "austeridade digna", já vieram tecer duras criticas a este orçamento do governo PSD/CDS.

A austeridade não é uma solução racional para uma situação como a que vivemos. Por norma uma situação cria oportunidades de redistribuir riqueza, no entanto essa riqueza tenderá para o lado dos pobres ou para o lado dos ricos, dependendo da força política que esteja nessa altura no governo e pelo que estamos a ver, já sabemos muito bem para onde tenderá nos próximos tempos.

A situação que estamos a viver deve-se sobretudo ao facto de não conseguirmos produzir, ou seja, Portugal não tem capacidade para se financiar com juros mais baixos porque não consegue dar garantias de que consegue pagar. A nossa industria e a nossa agricultura foram destruídas (alguém me pode dizer qual o nome do governante responsável?) e agora não somos autossuficientes em nada, nem conseguimos exportar, devido também ao facto de termos uma moeda forte, além disso o dinheiro está muito mal distribuído, os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, que já não conseguem poupar, muito menos comprar alguma coisa, o que poderia levar a economia a crescer. Portugal precisa de crescer economicamente, mas acima de tudo precisa de redistribuir melhor a riqueza, não podemos voltar ao século dezanove.

Se perguntarmos aos portugueses se acreditam que esta austeridade resolverá o problema de Portugal, grande parte responderá que não, pois vêm o exemplo da Grécia, onde também interveio o FMI e vêm em nós uma réplica daquilo que lá está a acontecer. Mas não só a Grécia, e todo o lado onde o FMI interveio, a receita é a mesma, medidas de austeridade pesadas, com a desculpa de que foram encontrados grandes desvios que não estavam previstos (os tais "desvios colossais") e a privatização de empresas públicas fulcrais a preço de saldo. Como já constatamos Portugal não foge à regra, os senhores do dinheiro andam que nem abutres à espera de adquirir empresas e entretanto convém aumentar os juros para poderem extorquir dinheiro à sua vontade.

Será que devemos ser nós, que nada temos, a pagar esta crise ou aqueles a quem um imposto sobre a riqueza pouca diferença faria na sua qualidade de vida?

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