domingo, 30 de outubro de 2011

Demência humana

Desde que nascemos, habituamo-nos a ouvir a palavra guerra, de tal forma que tornou-se uma coisa tão banal, continua com a conotação negativa, mas é aquela coisa que acontece lá longe parecendo uma obra cinematográfica, sabemos que é verdade mas olhamos para ele de forma irreal. Sou do tempo da guerra no Kosovo, tempos de adolescente em que dizia (e ainda digo) não à guerra, mas até que achava piada lá do alto da minha indiferença, e naquela fase até ambicionava ser soldado para um dia dar uns tiros naquele cenário de neve, era tudo muito fascinante, depois seguiu-se a guerra no Iraque, pois é necessário sustentar a indústria militar e o seu lóbi. Altura essa em que tornei-me anti-Bush e tudo, (lá está um filho nunca é melhor que o pai), mas mais uma vez guerra distante, em que através de dados infundados massacrou-se um povo indefeso e que ainda não encontrou a paz, paz essa que vai demorar muito tempo a chegar visto que a aliança que invadiu aquele território não se preocupa em ajudar, porque o lóbi da ajuda e do bem não possui o poder do dinheiro, dinheiro dos contribuintes que foi empregue naquela chuva de mísseis americanos durante a noite, que dava um tom verde fornecendo uma imagem brutal, parecia o Matrix, mas lá está, guerra significava morte mas não tinha em nós aquele impacto, condenávamos tudo (muitos porque ficava bem condenar), mas não sabíamos o que realmente era a guerra.

Falamos em guerra, e vem logo à cabeça a I e II guerra mundial as mesmas que falamos incessantemente em história, e que provocaram milhões de mortes e um rasto de destruição que ainda hoje não está completamente apagado, guerras territoriais entre nações por meia dúzia de metros cheios de lama, que se calhar agora encontram-se ao abandono mas que custaram vidas, vidas que se perderam muito antes das grandes guerras mundiais ao som da espada na expansão de territórios e impérios como é o caso de Portugal, que conquistou terras e consequentemente perdeu homens, vidas como as nossas, para depois oferecer essas terras pintadas de sangue como foi Ceuta, oferecida a Espanha como prenda de casamento, isto sim, uma verdadeira prenda.

Guerras que são causadas por medo, ganância, desejo de poder, por motivos religiosos, ideológicos, económicos ou por simples teimosia, que degeneram em escravatura, tortura e violência. Mas nem só as guerras entre nações provocam mortes, dentro das próprias nações mata-se, como é o caso dos genocídios, massacres, o caso do holocausto, o assassínio na Rússia de Estaline, da guerra civil espanhola ou do regime de Khmer Rouge no Cambodja que simplesmente dizimou um quarto da população do país, e como estes muitos outros exemplos tão recentes como Líbia, Síria, enfim, uma lista sem fim.

Este paleio todo sobre guerra, para mostrar o estado de demência que o ser humano atingiu, uma loucura sem cessar que constatamos todos os dias ao ligar a televisão, ao ler os jornais, ao sair à rua, enfim, o ser humano ao seu melhor nível infligindo violência e terror contra os seus semelhantes, por isso não é de estranhar o que somos capazes de fazer contra as outras formas de vida, ambiente, destruindo a própria casa, o planeta. Tudo isto exclusivamente ao serviço da ganância e desejo de poder que conjuntamente com o medo originam as forcas psicológicas que sustentam a guerra e violência entre nações, tribos, religiões e ideologias, causando de igual forma a uma escala menor os conflitos nas relações pessoais, tudo com o intuito de satisfazer a necessidade humana que é um poço que não tem fundo!!

É necessário mudar de consciência !!!

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