terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Política cultural marcoense foi considerada "fraca"

Há cerca de um mês, a Juventude Socialista do Marco de Canaveses perguntou livremente, a todos os marcoenses que entendessem responder, na rede social Facebook (em facebook.com/jsmarcodecanaveses), a opinião que têm sobre a programação cultural promovida pela Câmara Municipal do Marco de Canaveses, tão aclamada pelo executivo em funções. Recebemos 121 votos esclarecedores. Na imagem abaixo é percetível a insatisfação dos marcoenses para com esta política cultural ou falta dela, para o desinvestimento que existe na área. A maior percentagem dos inquiridos afirmou que a programação municipal relativa à cultura é fraca e que muito há a melhorar.




Para além da simples resposta ao inquérito, foram muitos os que quiseram deixar comentários à pergunta e contribuições, dos quais se destacam algumas frases:

  • "A agenda que é publicada (pela CMMC) inclui programação da Câmara, mas não exclusivamente desta. Aliás, até me parece que maioritariamente é dos movimentos associativos."
  • "A programação que existe parece-me ser pouca, ou seja, não há visão, há sim uma ocorrência desorganizada de eventos."
  • "O orçamento para a cultura, deve ser um fator de desenvolvimento, deve pois potenciar a criação de riqueza e gerar emprego. A nossa afirmação, depende do modo como projetamos a nossa identidade e afirmamos as nossas tradições."
  • "Infelizmente não é só a programação cultural apresentada pelo executivo da câmara municipal que é fraca."
  • "Não basta escolaridade para fazer um povo culto. É preciso que cada um se cultive e que o berço ajude um bocadinho. As escolas já não transmitem educação, nem cultura suficiente; e mesmo conhecimento só alguns mais empenhados adquirem, a bem dizer. Algo vai mal neste reino onde até o rei vai nu."
  • "Para haver Cultura,é necessário que quem a ponha em prática saiba o que a própria Palavra quer dizer,ainda não vi isso cá no nosso Municipio,mas sim vaidade."
  • "Faço parte de uma Associação desportiva e Cultural, temos tido muitas dificuldade económicas, para dar continuidade à bonita história desta Associação, pois, como é público, a Câmara quase deixou de subsidiar as Associações culturais e desportivas, prefere investir em eventos que nada tem com a cultura e costumes da nossa terra."
  • "O Marco, pela sua dimensão humana e pela História das suas gentes, necessita urgentemente de um espaço digno que lhe permita entrar no roteiro cultural do país. Não terá que ser, necessariamente, um espaço como o da Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão (lembrei-me deste mas poderia enumerar alguns outros em concelhos não metropolitanos e fora das capitais de distrito) mas tão só...um espaço digno. Critico a Câmara, neste aspecto, porque não tendo orçamento, não procurou mobilizar as forças vivas do concelho em prol de um projecto que interessaria a todos. Quando vir esse projecto e sentir que ninguém lhe dá a necessária importância então terei que apontar as criticas numa outra direcção. E não me lembrem litígios sobre o antigo Cine-Teatro Alameda, porque não é, claramente, de um espaço desses que estou a falar."
  • "Muita conversa e poucas acções."
  • "Acho que se continua a fazer muito sim, mas para distrair, para tapar olhos e buracos, sem nunca sair do mesmo lugar. Cultura é precisamente para cultivar o crescimento mental individual e social. É uma área que tenho profundo conhecimento e sei que a mentalidade e o crescimento cultural neste local nunca será possível desta maneira..."
  • "Comparando com tempos não muito idos, penso que regredimos!"

Estes são apenas alguns dos muitos comentários que recebemos. Muitos nem se identificam com estruturas ou tendências partidárias, outros são dirigentes de associações. Estas pessoas representam a maioria dos marcoenses que o executivo municipal não tem coragem de enfrentar com uma resposta séria e direta. 

Não é necessário comentar o que foi dito nos vários comentários. Está tudo dito quanto à política cultural da Câmara Municipal do Marco de Canaveses. Tem a palavra, senhor presidente. 

13 comentários :

  1. Mas alguém acredita que existe a preocupação em criar uma agenda cultural por parte da Câmara? Eles querem lá saber! Querem é entreter o povo e dar voz ao velho ditado "fado, futebol e fátima" que no caso marcoense será "rancho, anho e francesinhas". E assim se faz o povo esquecer os erros que se vão cometendo...

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    1. Gonçalo... Há no teu comentário alguma injustiça, já que o executivo criou uma agenda cultural, com programação definida e carácter transversal à sua acção. Há esse mérito... É, todavia, insuficiente e manifestamente pouco o que tem sido feito e, a meu ver, carece de uma enorme falta de visão estratégica e futurista! Vai entretendo o povo e definindo actividades! Mau seria se não fizesse: o Orçamento Municipal são cerca de 27 M€ (o que não deixa de ser pouco), valor suficiente para muito e boa cultura!!

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  2. Amigos Tiago Moreira e Gonçalo

    Não estarei em sintonia com as vossas opiniões,pois Manuel Moreira,tem feito um esforço sobre-humano para proporcionar aos Marcuenses,em especial à sua juventude, instrumentos,que os libertem dos tentáculos dum polvo,que os estigmatizou durante dezenas e dezenas de anos.
    Refiro-me ao estigma caído sobre nós,marcuenses,de sermos "da terra do Avelino".
    Reconheçamos pois,que Manuel Moreira,já conseguiu esse desiderato.Agora somos conhecidos pela "terra do anho assado com arroz de forno".Sempre é uma evolução cultural,não acham?
    Mas nesta "defesa" de Manuel Moreira,devo particularizar,até porque a minha intervenção é dirigida a dois jovens marcuenses,as noites "culturais" de sextas e sábados sob o beneplácito e a protecção da estrutura camarária,não esquecendo o "campus" musical (e não só) de Montedeiras.
    Não digam os nossos jovens,que não têm motivos para estar gratos.Dêem-lhe o mérito devido e só esse mesmo.

    Cumprimentos
    Miguel Fontes

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  3. Eis a ínclita geração da Juventude Marcuense.
    São estes jovens,determinados,amantes da sua terra natal,não enfeudados a sistemas,descomprometidos a não ser com a Verdade e a Justiça,que querem e podem mudar o futuro do nosso Marco.

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  4. Acho que o atual presidente não se quer comparar com o anterior. É óbvio que são políticos diferentes e que o atual fez algo de diferente e que, em certos aspetos valorizamos, a questão não é essa.
    Se for para nos compararmos com a anterior gestão, então sim, temos uma grande evolução. No entanto, o objetivo não é esse. Se o próprio presidente compara a política cultural marcoense às grandes capitais europeias, por que razão vamos nós cingir-nos ao presidente anterior, sabendo que são pessoas totalmente distintas. Para além disso, não considero que as festas do anho, etc, tenham mudado a designação pela qual somos conhecidos. Eu que passo bastante tempo fora do Marco sei o que é e, acredite, não nos reconhecem nenhuma marca distintiva. A gastronomia marcoense sempre foi bem reputada, mas isso não se deve a este presidente, muito menos à sua política.
    Quanto à imagem que continuamos a ter, cabe-nos a nós alterar as coisas. Quando temos um executivo populista que trabalha a imagem para dentro, que organiza eventos que não dão frutos a longo prazo, que não promove um espírito cultural digno, então não me venham dizer que o senhor presidente faz um esforço sobre-humano.

    Cumprimentos.

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  5. o presidente n tem respost pra ist... pq n tem razao.

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  6. Tiago, antes de mais... excelente trabalho!! Vejo que está a dar frutos :) Depois ainda excelente comentário, a ideia passa um pouco por aí!!
    Quanto ao comentário do leitor Miguel Fontes, gostaria de ressalvar alguns aspectos. Acima de tudo é importante estabelecer uma premissa: Manuel Moreira não é AFT. Caso o fosse não estaríamos aqui nós, de forma construtiva, clara e aberta a debater este assunto. Tal como se o fosse a questão da Cultura não se punha sequer! Sublinhar também o facto de MM valorizar Montedeiras: é mentira! Nunca teve a dinâmica o festival desde que MM pegou nele!! Acredite que me recordo dos tempos idos dos festivais de Montedeiras a abarrotar! Nas edições de MM acampei por lá eu e um restrito clube de cerca de 5 ou 6 tendas! Esse é, em muito o pior exemplo! Quanto ao reconhecimento do Marco Canaveses enquanto terra do anho assado, tenho de concordar com o Tiago Moreira: estamos muito longe disso, até patamares como o fumeiro transmontano ou as tripas à moda do Porto ainda vai muito... Não tanto quanto vai até ao patamar da Posta Arouquesa, que, não sendo tão conhecida, é bem mais conceituada. Realmente o Marco tem um enorme caminho pela frente. Se me parece bem mais consensual que Baião é a Terra do António da casa dos segredos e, melhor ainda, onde Eça de Queirós se inspirou, o Marco deveria ser a terra que deu ao MUNDO Carmen Miranda.
    A cultura, efectivamente, supera qualquer concepção, vai desde o nosso DNA até à mais simples acção humana... Assume diversas formas, portanto! No caso da cultura da CMMC assume formas redutoras, cujo efeito no médio/longo prazo é insignificante e resulta num enriquecimento cultural dos marcoenses pouco diversificado e pouco aprofundado...
    Estamos melhor que há uns anos atrás?? Sim, sem dúvida! Estamos muito longe do que poderíamos ser?? Mais ainda!

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    1. Caros Miguel Carneiro e Tiago Moreira

      Perdoem-me,mas os meus amigos não "leram" o que escrevi no meu comentário.
      Por entender,que tem sido pouco menos,que um rotundo fracasso,o esforço de M.M. para trazer cultura ao Marco e às suas gentes,em especial,à sua Juventude,limitei-me a ironizar com as "noites da juventude" e o "campus musical" de Montedeiras.
      Em relação ao "anho assado" não ser bandeira,que sinalize o nosso Marco,agradeça-se o esforço da Confraria.
      Pronto,lá estou eu outra vez a ironizar,mas reconheça-se-lhe,pelo menos,o abnegado esforço para o consumo da produção do prato gastronómico marcuense.

      Um abraço do
      Miguel Fontes

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    2. Afinal tem um sentido de humor apurado e conseguiu com que acreditássemos que o que disse era verdade eheh Bela ironia. De facto, achei bastante estranho porque não parecia bater certo. Alguém concordar com uma política cultural sem rumo só poderia ser ironia. Perdoe-me então, caro Miguel Fontes. Valha-nos a boa disposição ainda!

      Abraço.

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    3. Pois, assim parece Tiago! Realmente fiquei 1 pouco na dúvida... Mas, em todo o caso aproveitei para disparar mais 1s tiros :) Mas tenho de estar mais atento a estas ironias... Agora, mais que criticiar estas (não) políticas culturais, cabe-nos apresentar propostas para que elas sejam (criadas) melhoradas! Mas cada coisa a seu tempo...

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  7. Como se está a falar de Cultura, esse tema tão abrangente, permitam-me só que refira (mais uma vez!) a questão da Biblioteca Municipal, de modo a actualizar a sua situação. Conforme mencionei na minha intervenção na AM em Dezembro passado, não existia naquele espaço um código civil ou uma constituição da república portuguesa! Na verdade, actualmente o código civil continua sem constar da estante da área de Direito, no entanto, já existe uma constituição! Pena é estar desactualizada, pois é de 1997 e entretanto já houve mais três revisões constitucionais (2001, 2004 e 2005)!
    Além disso, consideram normal que não exista na biblioteca nenhuma obra de um autor como Valter Hugo Mae?! É só a mim que não me parece normal ou estou a ser mesquinha?!
    Refiro inúmeras vezes (e não me canso de o fazer) a situação da biblioteca municipal porque acho que espelha, genericamente, o estado da cultura no Marco! Aquele local deveria afirmar-se como o ponto de partida para a procura do conhecimento, que significará reflexão, olhar crítico e liberdade - significará cultura, portanto! Pelo contrário, não é isso que acontece... Temos pouco (ou nada) e contentamo-nos com isso (ou não)! Assim, não haverá evolução! Assim, pensar-se-á sempre que "a cultura no Marco, só se for a da batata e do feijão", como alguém um dia referiu...Não me conformo com a situação da Biblioteca Municipal!!!

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    1. Não nos podemos conformar mesmo. É inadmissível, mas a mim parece-me que é mais do que o executivo da CMMC. Acho que quem gere a biblioteca é que deveria ter a preocupação de tentar evoluir em termos de qualidade... Mas as pessoas acomodam-se, principalmente quando estão em cargos públicos seguros para toda a vida, não generalizando, obviamente.

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    2. Cara amiga Ana Moura Pinto

      Talvez não seja por acaso,que obras de Valter Hugo Mãe e outros,não façam parte do espólio da nossa(?)Biblioteca Municipal.
      Não desanime,antes pelo contrário.Lá virá o tempo do 25 de Abril da nossa biblioteca,para que o poder decisório seja descentralizado.

      Cumprimentos do
      Miguel Fontes

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