quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Da Concertação Social


Não sei bem o que se passa, mas julgo que os nossos “opinion maker’s”  andam um pouco fora de órbita, pois não tenho encontrado grandes reflexões sobre o “Compromisso para o Crescimento, Competitividade e Emprego”, dizem eles.

Da tal Concertação Social dos últimos dias, saiu uma mudança radical na orientação política seguida desde 1974/1975 e que terá graves repercussões na relação entre patrão/empregado.

O dia de ontem foi o dia da vitória daqueles que há quase quarenta anos ansiavam uma “Contra-Revolução”, os empresários de vistas curtas tiveram finalmente a tão desejada prenda do capitalismo internacional, por iniciativa deste governo PSD/CDS. Foi o dia da vitória daqueles “senhores do dinheiro” que logo a seguir ao 25 de Abril viram na sua intervenção política uma forma de poderem reduzir o papel do Estado, evitando possíveis “excessos revolucionários”, diriam eles. A esses juntaram-se depois outros PPD’s que ter-se-iam juntado antes de 1974 à União Nacional. No entanto, para bem dos nossos pecados, eram liderados por gente com formação cívica que, apesar de tudo, tinha algumas preocupações sociais, ajudando o facto de a conjuntura europeia suportar esses factores. Mas agora não, a conjuntura internacional está diferente e os novos líderes de direita já não têm sequer um pingo de formação política de visão humanista e o resultado está à vista.
Do acordo celebrado resultam para além do corte de 4 feriados, 3 dias de férias e de as empresas descontarem nas férias as “pontes” por elas impostas, uma “bolsa de horas” até 150 horas, ou seja os empregadores podem obrigar a trabalhar 10 horas por dia durante 75 dias úteis, não pagando nenhuma hora extraordinária, apenas descontando isso no resto do ano. O que faz com que o trabalhadores deixem de receber o equivalente a 2 semanas, 1dia, 5 horas e 45 minutos, uma vez que as “horas extra” eram pagas a 150% a primeira hora e 175% as restantes, já para não falar de que as horas extraordinárias, embora em poucos casos acontecesse, eram compensadas a 25% em tempo de descanso o que faz com que se trabalhe mais 4 dias, 5 horas e 30 minutos a mais, ainda. Resumindo os trabalhadores passam a laborar à borla durante 3 semanas, 1 dia, 3 horas e 15 minutos. Tudo isto para que tenhamos uma economia mais competitiva, espero que pelo menos não seja para competir com a China porque isso implicaria a construção de “gaiolas” nos locais de trabalho e isso seria chato para os patrões.
Na minha opinião teríamos uma economia mais competitiva se, o preço da electricidade baixasse, pois assim as fábricas, por exemplo, uma vez que têm várias máquinas, conseguiriam ter preços mais baratos, pois o custo da transformação seria muito menor, se o preço dos combustíveis baixasse, nunca devia ter sido liberalizado, as portagens fossem mais baratas, pois assim permitiria que os transportes das mercadorias fossem mais baratos e tivéssemos preços mais competitivos, isso sim seria benéfico.

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