terça-feira, 5 de março de 2013

Que futuro queremos para o Marco?


Este continuará a ser um ano agitado, não só a nível nacional, mas também local. Até finais de Setembro, as eleições autárquicas voltarão a trazer-nos a uma realidade mais próxima, que, embora nunca esquecida, tem sido deixada um pouco mais de parte devido à realidade nacional.

O desafio que enfrentamos no Marco de Canaveses é deveras importante e merece uma avaliação profunda. Já lá vão quase oito anos de governação de Manuel Moreira e, por isso, é necessário que dispensemos algum tempo para fazermos um pequeno mas central raciocínio: o que mudou nos dois últimos mandatos autárquicos no Marco e o que poderia ter mudado?

Antes de mais, é importante recordar o que somos: Temos uma das mais baixas coberturas das redes de água e saneamento do país; temos uma rede de transportes públicos que tem vindo a ser profundamente e continuamente prejudicada, colocando em causa a mobilidade da população; não temos um documento orientador da estratégia territorial actualizado (PDM), que tem provocado um desregulado e, muitas das vezes, ilegal crescimento urbano; assistimos a uma tendência assustadoramente crescente da taxa de desemprego, que já está entre as mais altas da região Norte; emigração crescente de jovens num concelho sem uma verdadeira política para a juventude; incapacidade de potenciar uma dinâmica de turismo sustentável que valorize o património natural e arquitectónico do território; incapacidade de atracção de investimento económico; enfraquecimento e perda de valências no sector da saúde; aposta tímida na educação.

Obviamente, a herança deixada por anteriores executivos condicionou muito a acção do actual presidente da câmara, mas esta não pode ser a eterna "desculpa" de Manuel Moreira. Muito se pode fazer com pouco dinheiro. A principal incapacidade do actual executivo parece ser a ausência de vontade em traçar um futuro, um plano a longo prazo para o Marco. A estratégia tem vindo a ser "ir vivendo", mas os marcoenses pedem mais do que isso: é necessário pensar, idealizar e traçar uma visão estratégica. Não chega elaborar projectos irrealistas para apresentar nos momentos eleitorais e depois tudo cair num saco sem fundo, como tem acontecido até aqui: são exemplos a prometida renovação da biblioteca municipal, a construção do centro cultural da Casa dos Arcos ou do parque fluvial de Alpendorada, a requalificação da zona ribeirinha do Torrão ou os projectos para a Casa de Quintã e para o Carrapatelo.

Não. Não queremos projectos populistas para os quais nem sequer se prevê financiamento. Não queremos o discurso demagogo dos últimos anos. Queremos, sim, novas ideias, novas formas de fazer política, mais atenção às pessoas, uma política de proximidade, de sentido comunitário.

Por estes e muitos mais motivos, é urgente que os marcoenses reflictam acerca do que desejam para um futuro próximo. As autárquicas podem marcar um ponto de viragem no rumo do Marco de Canaveses e esse momento depende de todos e de cada um de nós. Daqui a pouco mais de meio ano, seremos chamados a decidir. 

2 comentários :

  1. Sim há uma herança deixada pelos executivos anteriores, no entanto não devemos esquecer que alguns desses executivos foram eleitos com o apoio do PSD!

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  2. Sem dúvida! E, também por isso, chegou a altura de o Marco virar à esquerda!

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