terça-feira, 16 de abril de 2013

Divagações por João Valdoleiros




O “pai” enjeitado ou o “amado” desprezado (como queiram)

Conscientemente, reconheço, que após a demissão de Miguel Relvas, Pedro Passos Coelho merece toda a minha solidariedade, pois o momento que atravessa, só pode ser equiparado àquele que sofremos quando da perda dum nosso progenitor, ou quando o objeto dos nossos amores nos atraiçoa.

E diga-se de passagem, que não se trata dum qualquer progenitor, ou dum qualquer romance popularucho, que a vida tantas vezes nos revela que há progenitores e progenitores, amores e amores.

É o caso da perda de Pedro Passos Coelho. Foi, a crer nas palavras “sentidas” de Relvas, uma enorme perda, direi mesmo irreparável.

Todos nós, mesmo os descrentes e menos atentos a estas coisas da política, tomamos conhecimento no momento do seu “adeus”, qual o mérito das obras feitas, legadas pela personagem Miguel Relvas ao seu pupilo Pedro e porque não, também a todos nós.

Para não me tornar exaustivo, centrarei as minhas atenções apenas na parte do legado de Miguel Relvas, que a Pedro Passos Coelho diz respeito.

Dedicou-lhe 5 (cinco) dos seus melhores anos a “promovê-lo” a presidente do seu P.S.D. e mergulhou de cabeça, arriscando tudo, até o seu bom nome (foi cognominado como a máquina de fabricar mentiras) durante a enérgica, transparente, honesta e respeitadora da ética, campanha eleitoral, para as legislativas, conseguindo que o seu amado alcançasse o poder.

Tanto esforço e dedicação, não poderia, nem deveria ter sido esquecido, daí que Pedro, reconhecido e grato, tê-lo promovido a ministro da presidência, etc. e tal, ou seja, sejamos mais concisos, a seu braço direito naquela brincadeira que Pedro Passos Coelho, ousou designar como o governo de Portugal, preparado e pronto para salvar da tão anunciada e nunca concretizada bancarrota, todos os seus patrícios.

Como se usa dizer, a Vida dá muitas voltas, o mundo não pára de girar, e Pedro, tantas lhe fez, tantas vezes lhe virou as costas, porque caído de amores por um tal Vítor, que lhe exigia toda a sua dedicação, que Relvas ( não há amor que resista a tanto desaforo), decidiu anunciar o rompimento do “noivado”.

Já não bastara o contínuo piscar de olho de Pedro a um tal Paulo, situação, que ele, Miguel, com a sua habitual benevolência ia desculpando, para que algo acontecesse e acabasse por fazer transbordar a taça – Pedro mostrou-se desinteressado em influenciar e mexer com aquela estória da sua licenciatura – e isso não lhe poderia perdoar. Traições, mentiras, ameaças de abandono, tudo bem, ele bem sabia como é inconstante a personalidade de Pedro. Tudo lhe perdoou, mas contribuir para lhe retirar o tão desejado título de doutor, o expoente máximo dos seus desejos na vida, isso nunca. Tão grande ingratidão, não, é  irregovavelmente imperdoável.

João Valdoleiros     

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