segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Silêncio


O silêncio é precioso. O silêncio é sábio. O silêncio é incómodo. O silêncio é imperioso. O silêncio é assertivo. O silêncio é inapropriado. O silêncio é curto, por vezes longo. O silêncio é meu - faço uso dele sempre que entender - mas é também teu e nosso. O silêncio é apaziguador. O silêncio é perturbador – chega até a ter a força de um projétil impulsionado pela explosão que o gatilho proporciona quando premido. O silêncio é reflexo de uma multitude de cenários, é sinónimo de inúmeras realidades e é, não raras vezes, a manifestação mais ruidosa de aquilo que à frente dos olhos nos passa.

O silêncio é, porventura, a melhor palavra que descreve a minha atividade no espaço online da JS Marco de canaveses. Este mesmo silêncio – o silêncio que tenho perpetuado - é sinónimo de, tal como o anterior parágrafo, vários adjetivos. Por isso mesmo, porque do silêncio volto e porque do silêncio é possível absorver e depreender muito daquilo que são as vicissitudes do contexto que me rodeia... Faço do silêncio a palavra que me traz de novo à atividade na blogosfera. Do silêncio me excluo e volto a fazer uso da palavra.

Do silêncio saio e começo precisamente pelo silêncio, ou melhor, pelos silêncios. Pelos silêncios que se têm feito ouvir um pouco por todo o lado, silêncios esses que têm diferentes significados. Ora, aos silêncios então...

Ao meu... Que em Agosto, em termos de blogosfera, foi nulo – zero mesmo. Este é um silêncio de trabalho, um silêncio cujas implicações práticas se materializaram no JS Summer Camp 2012, na Torre de Nevões, e numa série de outras ocasiões internas à Juventude Socialista, distrital e concelhia. Um Agosto atípico, normalmente sinónimo de férias, repleto de trabalho e de preparação para os próximos 12 meses que se avizinham. Um silêncio que permitiu cimentar relações e ligações. Um silêncio precioso portanto.

Ao do presidente da Câmara Municpal... Manuel Moreira não é, nem nunca será silencioso: as suas aparições são constantes, as suas intervenções idem. Contudo Manuel Moreira tem manifestado um particular silêncio: inapropriado, inapropriadamente longa mas sábio, muito sábio. Não me vou referir às hipotéticas divergências internas, mas sim à Reorganização da Administração Local (RAL). É, acima de tudo, curta a lei 22/2012: a Regionalização, o Setor Empresarial Local e a reforma eleitoral ficam todos de fora de uma lei que poderia ser, a vários níveis, potenciadora do poder local (irei nos próximos dias abordar outro aspeto desta lei 22/2012). No entanto, tendo em conta aquilo que consta da lei, é possível desenvovler trabalho no sentido de conseguir uma gestão autárquica do Marco Canaveses mais eficiente que propicie a coesão territorial e, concomitantemente, reconheça as suas disparidades. Sobre este assunto Manuel Moreira tem sido particularmente silencioso: os presidentes de junta pouco ou nada sabem, os grupos partidários da Assembleia Muniucipal idem e, pior que tudo isto, os Marcoenses são figurantes políticos num assunto onde deveriam ser vetores ativos. Inapropriadamente longo, portanto, o seu silêncio. Mas, também por isso, sábio. Sábio porque o silêncio de que Manuel Moreira tem feito uso tem sido uma poderosa ferramenta para fazer desta reorganização um golpe de teatro, um faz-de-conta-que-vai-mudar-alguma-coisa. Sábio para Manuel Moreira que, com este silêncio, procurará perpetuar e solidificar a sua posição de poder, seja a que custo for... Porque, do ponto de vista dos marcoenses, este é um silêncio que os mantém na ignorância, um silêncio que os renega ao espaço de discussão pública, um silêncio que reduz o debate em torno da RAL a um pequeno número de pessoas que, na sua maioria, são seus fieis seguidores... Perdemos todos – até Manuel Moreira – pois perdemos a oportunidade de fazer uma mais eficiente gestão administrativa do nosso concelho.

Ao do governo da república portuguesa... Perante uma manifestação de dimensões colossais. Um silêncio que tresanda a incómodo perante o povo que elegeu este mesmo governo. Também no silêncio governamental vale a pena incluir o silêncio de Paulo Portas, entretanto quebrado, acerca das recentemente anunciadas  medidas de flagelo social (antes designadas de austeridade). Um silêncio que se revelou carnavalesco... Visto que se mascarava divergências profundas, alicerçadas na ausência de diálogo e capacidade negociar consensos de ambos os partidos que suportam o governo.

Ao silêncio que no sábado não se escutou... No dia 15, até poderia ter havido silêncio, até poderia ter ocorrido uma qualquer manifestação que fosse agora motivo de chacota por parte do poder... Mas não foi. O silêncio que se escutou no passado sábado era proveniente do interior das casas de cerca de 1 MILHÃO de PORTUGUESES. Portugal esteve na rua e fez-se ouvir... Questões partidárias à parte: GRAÇAS A DEUS QUE NÃO HOUVE SILÊNCIO. Portugal está atento, os portugueses estão conscientes do caminho político que se está a seguir.

Muitos outros silêncios existem, eventualmente bem mais interessantes que estes acima referidos... Mas, para já fiquemo-nos por aqui, para esses haverá também tempo! É bom estar de volta à vossa companhia, é bom voltar a dar o meu contributo para o espaço online da Juventude Socialista do Marco Canaveses. Vemo-nos por aqui...

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