segunda-feira, 10 de setembro de 2012

1989 principio ou fim de um tempo ?



                                                                                                     


A 9 de Novembro de 1989, as televisões de todo o mundo sintonizavam-se na cidade de Berlim, que 44 antes, tinha sido palco do final da Guerra na Europa, com a tomada da cidade pelos Aliados. Nesse dia de Outono de 1989, milhares de alemães de ambos os lados, estavam junto ao muro, visivelmente emocionados com um dia histórico que poderia significar a união deste povo. De picaretas nas mãos começaram a destruir o muro de Berlim; a sublevação alemã de 1989 foi a talvez a única revolução popular- isto é em massa.[1]
Em 1961 é que foi construído o muro de Berlim, muro esse construído, pela acção do Governo da República Democrática Alemã (RDA), apoiado pelo então líder soviético Nikita Khrushchev. O muro foi construído para que os alemães de leste não fugissem para o lado ocidental;
Em 19 de Agosto de 1961, as autoridades de Berlim Leste puseram soldados e trabalhadores a construir uma divisória através da cidade. Em três dias foi erguido um muro grosseiro, suficiente para impedir movimentos ocasionais entre as duas metades e Berlim (…) As ruas e as praças foram cortas ao meio e todas as vias de comunicação que atravessavam a cidade dividida foram sujeitas a um policiamento apertado ou completamente suprimidas, Berlim tinha o seu muro.[2]
As duas Alemanha separadas pelo tempo e pelas ideologias juntam-se erguendo-se a uma só voz, a um só grito, a uma só bandeira, a da Alemanha;
22 anos após a reunificação alemã, a Alemanha esquece a acção que os povos europeus tiveram para com o seu povo. Guardaram para si, a palavra solidariedade, fechada a sete chaves. Mas em 1989, não foram só os alemães que derrubaram o Muro de Berlim, foram os povos da Europa.
            John Kennedy (Presidente dos EUA) em 1963, pronunciou nas ruas de Berlim junto ao erguido muro,Eu sou um Berlinense,  em plena Guerra Fria. Todos sabemos o significado daquela cidade, aquelas ruas são as veias mais vincadas da Europa contemporânea, onde até 1989 estava interrompida uma veia que não permitia a circulação para a formação de um corpo forte, a Europa.
            Os mais jovens nasceram sob o signo da Europa, sem barreiras, sem qualquer obstáculo à sua integração, sem arame farpado, sem postos de controlo, uma verdadeira auto-estrada que liga vários pontos, entre a Democracia e a Solidariedade.
            Sendo eu um jovem nascido na Europa sem muros e um europeísta convicto, vejo cada vez os países mais fortes a olharem mais para o seu umbigo do que propriamente para o sentido de União Europeia, cujos seus fundadores tinham como prioridade, a valorização de uma política consolidada nos aspectos de entreajuda, onde as pessoas são a essência.
            Quanto aos alemães, por momentos lembrem-se que a História é feita pelos homens e são os homens que fazem as nações, as nações têm memórias, é delas que se constrói uma identidade, ser europeu.  
            O ano de 1989 marca o início de uma nova era, a nossa

                                                                                                                       
                                                                                                Autor do texto_Tiago Aboim



[1]JUDT, Tony  –  O Fim da Velha Ordem. In JUDT, Tony  – Pós Guerra. Lisboa: Edições 70, 2006.  P.705.
[2]JUDT, Tony  – A Politica de Estabilidade. In JUDT, Tony  – Pós Guerra. Lisboa: Edições 70, 2006. P.298.

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