I. Discute-se incessantemente a questão da privatização da RTP. Assumo, desde já que sou a favor de uma privatização parcial, isto é, deixar para o Estado o papel de difusor de conhecimento, cultura e desporto/lazer através da RTP 2, fazendo deste o seu canal de comunicação por excelência. Mas isto são outros quinhentos... Para uma outra altura! Esta discussão em torno da privatização faz-se muitas vezes através de argumentos no mínimo dúbios. Todavia, assomou-me recentemente o seguinte pensamento: como é possível assumir encargos mensais na ordem de milhões de euros com a RTP e, simultaneamente, exigir aos portugueses 20€ para aceder ao serviço de urgência de um hospital do SNS? Algo está incrivelmente desequilibrado na conceção estratégica da política governativa.
II. O reembolso do IRS é um momento em que se obtém (para quem a ele tem direito) um encaixe financeiro suplementar, resultante do processo de poupança (retenção em fonte) concretizado ao longo do ano em prol do estado. Este ano será ainda mais bem-vindo este suplemento financeiro, por motivos que não vale a pena enumerar mas que todos conhecem. Cómico e até patético é assistir a um governo que promete reembolsos do IRS em 20 dias após verificação da declaração de IRS (via online) e depois andar por aí a mentir, a garantir que estão todos a ser pagos no prazo assumido. Não, não estão. Mas mal não vem ao mundo, a meu ver, que haja um atraso de 10 dias que sejam. Penso apenas ser desnecessário esconder a verdade e contribuir com mais uma facada na seriedade e transparência do poder político: assim os portugueses continuarão a não acreditar! Bastaria, creio eu, dizer que o atraso é reduzido e que será regularizado o reeembolso do IRS assim que possível. Simples!
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