sábado, 4 de abril de 2015

O Cristianismo

Uma questão – e seguramente uma das questões mais complexas – de todos os tempos e de todas as gerações será, porventura, sabermos para que fim tende, afinal de contas, a humanidade. A questão passa muito por sabermos quem somos, qual a razão de estarmos neste mundo e, acima de tudo, que pretendemos fazer com tudo isso.

Talvez na primeira reflexão que façamos sobre o assunto nem nos pareça de tão difícil resposta: nascemos, vivemos e morremos; e nesse intervalo, nessa intermitente questão de vida e de morte, vislumbrámos a paz da nossa alma e desejámos a felicidade do nosso ser.

A segunda reflexão, essa sim, tornar-se-á bem mais intriguista do que a primeira. Afinal, que é justo, correcto e humilde de fazer ao ponto de alcançar essa mesma paz e essa mesma felicidade em nós? Podemos basear-nos, eventualmente, numa perfeita harmonia com o Cristianismo e com os seus ensinamentos, que são, sem dúvida alguma, o sentimento mais puro que poderá um terrestre ter. Não façamos mal ao próximo, nem ousemos nunca questionar o senhor pelas suas acções, muitas delas tidas com uma maldade gigantesca, mas antes nutrir-lhe um amor platónico.

Mas, mesmo supondo que este ideal nem viesse a ser corrompido pela Igreja como realmente foi, que viria a ser de nós? Ter pena dos fracos e consolidar os mais fortes não é o modo correcto de alcançarmos o sublime. De todo!

Como Nietzsche dissera, o homem vive vociferando o poder e só assim a sua felicidade é preenchida integralmente; não o fosse, e todos vivam na miséria de espírito…

Para o bem e para o mal, dizia ele, o homem moderno e o evolucionismo que tanto lhe é aclamado, é somente uma farsa, um encobrimento para a podridão que a humanidade realmente tende. Por isso, acho que todos nós sabemos a resposta às questões com que iniciei o meu texto.Acabo, assim, com breve reflexão do próprio Nietzsche:

«O que é bom? Tudo aquilo que aumenta no ser humano o sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder.

O que é mau? Tudo aquilo que provêm da fraqueza.

O que é a felicidade? O sentimento de que o poder cresce, de que é vencida uma resistência.

Não contentamento, mas mais poder; não paz acima de tudo, mas guerra; não virtude, mas capacidade».

Álvaro Machado - 23:18 - 04-04-2015

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