sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A Campainha da Consciência-União de Freguesias I

José Vieira, 22 anos. Oriundo da actual Freguesia da Livração e licenciado em Português e Francês pela Faculdade de Letras de Coimbra. Actualmente frequenta o mestrado no curso de Literatura Portuguesa.

PIM!
As crónicas de opinião política são sempre uma espada de dois gumes: em primeiro lugar, é muito difícil ou até mesmo impossível despirmos toda a roupagem ideológica, política, cultural, filosófica, literária, religiosa e social que temos; em segundo lugar, podemos ser alvo de críticas e de opiniões outras, claro está, oriundas de outros quadranteS políticos e ideológicos.
PIM!
Todavia, prefiro mil vezes, e adoptamos desde já um discurso de primeira pessoa do singular, por nos inteirarmos verdadeiramente com aquilo que escrevemos e somos no papel e no ecrã, como dizia, prefiro mil vezes cinco ou seis opiniões contra do que o silêncio do comodismo! Já dizia Voltaire, aquando de uma discussão com um abade: “Discordo do que diz, mas daria a minha vida para ter a liberdade de o dizer”.
Ora, deste modo, esta nossa crónica, intitulada A Campainha da Consciência, pretende mesmo criar aquele zunido estridente e por vezes incomodativo no interior e no bom senso de cada um de nós. É certo que podem dizer que o autor destas palavras é dado a títulos sonantes, mormente ligados a metáforas musicais. Com todo este intróito, venho tecer algumas considerações sobre o contexto municipal em que vivemos e por que estamos passando.
PIM!
Ponto de ordem à mesa! Quando se soube qual seria o resultado da união de freguesias no concelho de Marco de Canaveses, soube-se, de antemão, que essa mesma reorganização iria criar o caos e o descontentamento da população: em primeiro lugar, os responsáveis políticos por essa reforma ou reorganização, pouco ou nada se interessaram ou fizeram; em segundo lugar, não houve iniciativas por parte do executivo PPD-PSD em lançar o debate às pessoas, aos cidadãos, pois uma forma de levar a bom termo uma medida política desta envergadura seria lançar um plesbicito municipal ou simplesmente uma reunião com as juntas de freguesia; em terceiro lugar, há que louvar a Juventude Socialista do Marco de Canaveses, visto que foi a ÚNICA organização política que dinamizou debates em várias freguesias sobre este assunto, convidando personalidades várias de diferentes ideologias e partidos políticos.
PIM!
Tempo de algumas reflexões filhas do que preteritamente afirmámos: a reorganização que foi proposta (imposta!) foi ao encontro de interesses privados, partidários e demográficos, pois se formos a avaliar as freguesias afectadas, interessa ao executivo e ao partido que está no poder autárquico, manter ou aumentar o número de votos nas eleições que se avizinham, daí esta reorganização enteada de interesses; em segundo lugar, vai de encontro às populações, hora de parêntese linguístico-pedagógico – ir ao encontro de é diferente de ir de encontro a, pois o primeiro caso quer dizer que as ideias se combinam e fazem sentido, enquanto que no último estas colidem e são antagónicas – que se revoltaram contra esta reorganização a martelo! Ninguém quis ouvir a proposta da Juventude Socialista marcoense? Eis o resultado! É certo que nem tudo o que foi proposto pela JS estaria perfeito, contudo, era uma proposta coerente e fruto do diálogo e debate com as pessoas, pois estas, as pessoas devem estar sempre primeiro!
PIM!
Parece que fui escolher um tema que já faz parte do passado e, normalmente, temos a tendência de esquecer as coisas repentinamente, pois preferimos uma memória a curto prazo. Contudo, este PIM! é essa chamada de consciência, pois quem fez esta (des)organização das freguesias deve prestar contas no dia 29 de Setembro de 2013, visto que a mudança que tem vindo a ser feita desde 2005 é tão irrevogável como o irrevogável do senhor Paulo Portas!
Enfim, foram as críticas, vieram as minhas opiniões!
Espero poder tratar da Conferência de Berlim na próxima Campainha da Consciência, visto que, pelo menos em Santo Isidoro e Toutosa, agora Livração, parece haver um clima de genocídio telúrico!
PIM!



José Vieira

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