quinta-feira, 13 de março de 2014

A Gaitada da Decadência - A Máquina de Fazer Dívidas



A Máquina de Fazer Dívidas.
O Curioso caso de Bem Viver.


       Tu! Sim, tu, caro leitor, não olhes ou leias desconfiado estas quase zombeteiras palavras escritas com o adocicado sabor da nossa lusa língua, língua essa que morre aos bocados, pelas tampas do saneamento marcoense. Ups… Não temos saneamento, ou temos? Leitor companheiro e amigo, chega-te a nós, não tenhas medo, receio ou vergonha. Lê! Lê como um danado, diria o menino que nasceu no antigo Largo de São Carlos.
      Na verdade, fiel companheiro de silêncio e pensamento, não precisas de ter vergonha, pois a dívida de 20 mil euros que  o PSD de Marco de Canaveses tinha já foi, pronta e amavelmente, paga pelo secretário-geral do mesmo partido! Oh glórias do compadrio e dos telefonemas que desenrascam sistemas! Oh maravilhas político-partidárias! Ainda há pouco houve tanta polémica por conta de um material de campanha eleitoral que estava por pagar, pelo mesmo partido, e agora quase que vêem ser penhorada a sua sede? Pelo cão! Isto é que é ter azar! Ele há cada coisa, leitor amigo, hein? Tendo em conta que a vida do país vai melhor como é que foi possível chegarmos a este ponto? É-nos estranho, aliás, estranhíssimo, todo este alarido para com o partido que tanto tem feito pelo organizado, orgulhoso, bem estruturado e nada endividado concelho de Marco de Canaveses!
            Mas que podemos nós fazer senão lamentar toda esta situação? Lamuriemo-nos com os marcoenses autarcas de laranja cor que, coitados, nem devem poder sair à rua com a vergonha no rosto e o cognome de “caloteiros”. Ainda mal! Ainda mal!
            Ora, ponto de ordem à mesa. O copo do vinho agora fica de lado, os tremoços, esquecidos, o som do café onde nos sói gastar o rendimento mínimo arredado. Então não é que, passados seis meses após as eleições autárquicas, a freguesia de Bem Viver ainda não constitui nem executivo nem assembleia de junta? Pausa no texto. Ler o que foi escrito até agora. Repensar algumas frases. Deixar de ser irónico e começar a escrever sobre coisas sérias para que os leitores acreditem em nós. No final, apagar estes apartes editoriais.) Então as pessoas de Bem Viver estão sem junta de freguesia constituída? E agora? A quem é que nos vamos queixar do vizinho que gasta muita água canalizada? Quem será o responsável pelos defeitos que se forem encontrando ao longo do mandato? E agora, leitor amigo? Cá para nós, que ninguém nos lê, sim, visto que somos de papel e só neste existimos deveras, a culpa é da Revolução Francesa e dos ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade! Se não há executivo porque o presidente eleito com mais votos não quer dividir forças com outros eleitos, entende-se o mal estar, mas se não se constitui junta por conta de uma oposição que o é só para ser do contra, não se entende. Todavia, e se não for nenhuma destas situações? O que será? Bem, não nos compete fazer essa análise político-saloia, tendo em conta que nos está a pegar a fome e a lua, parece-nos, brilha, lá alto, como um bronze. Em Bem Viver parece existir um Mal Estar. Mudemos o nome da freguesia? Ou continuemos à espera, até sempre, pelo que parece, de um executivo?
            Culpem a Revolução Francesa, não os desgraçados que se candidataram por amor à sua terra, pois quem se candidata por amor e desinteresse só quer o melhor para todos e o melhor é haver um órgão constituído democraticamente… Mas então, hmm, estaremos nós a ser irónicos, perverso leitor? Estaremos? Já não sabemos de nada. Nem se estamos na política por amor à coisa pública ou nas palavras por amor ao perfume adocicado dos livros antigos.
            Pois bem, pois bem! Dirijamo-nos à biblioteca municipal! A todo o vapor! Mas antes, passemos por um tasco qualquer, pois apetece-nos pataniscas de bacalhau e um tinto cheio. As palavras dão sede. Como a Liberdade e a Justiça. Será que alguma delas é saciável? Não sabemos… O que sabemos é o caminho para a biblioteca municipal. Não que queiramos algum livro ou revista. (Para quê) Estamos é sem internet e computador em casa!
            Ainda bem que temos um “Marco na Cultura”, prezado leitor afável e companheiro, senão não sabíamos como existir.
            Vamos ler, conhecer? Ou vamo-nos rir?


            Vamo-nos rir, pois!

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