terça-feira, 14 de maio de 2013

Divagações .... sobre os “malandros” dos funcionários públicos e dos pensionistas


 
Constatamos e sofremos na pele, todos os dias, a incompetência e os erros de cálculo na folha de excell de Vítor Gaspar.

E por causa disso e só por cauda disso mesmo, zás, sem dó nem piedade, arresta-se os direitos constitucionais duns tantos “privilegiados”, que se arrogam exigir somente aquilo a que sempre tiveram direito, os subsídios de férias e de Natal e, no caso dos pensionistas, as suas pensões de reforma, convictos que depois de terem cumprido a sua parte num acordo entre partes, funcionário e Estado, este último se comportaria como pessoa de bem. Não parece ser o caso!

Aconteceu, surpresa (?) para a “troika portuguesa”, que os juízes do Tribunal Constitucional consideraram como inconstitucional o corte dos subsídios, daí a sua decisão ser favorável àquele grupo de “malandros”, os funcionários públicos e pensionistas da função pública.

Mas se há coisa que minga à nossa troika, não é a desvergonha, pois quem aconselha a aproveitar a grande oportunidade, oferecida aos nossos jovens através da emigração,  para que possam exibir e aplicar os seus méritos culturais e profissionais em terceiros países, jovens esses, que segundo os nossos mentores políticos, merece que lhes devam ficar “gratos” pela oportunidade proporcionada e jamais esquecê-los.

Em consequência da “polémica” decisão do tribunal Constitucional, a troika portuguesa para resolver mais um dos erros de Vítor Gaspar e poder garantir o ajustamento financeiro e o equilíbrio orçamental, decidiu à semelhança da justiça jesuita  considerar ímpios e merecedores de punição exemplar, os tais “malandros”dos funcionários públicos e pensionistas.

 Despedem-se, para começar, só uns 50 mil funcionários, mandam-se para o desemprego sem direito a subsídio e, cortam-se, nunca menos de 10%, às pensões dos reformados “capitalistas”, amealhando-se os tais milhões, que os nossos usurários requerem, perdão, que a folha de excell de Gaspar exige.

Porque nos deveremos preocupar com as pessoas e com os seus problemas, se o mais “importante” é pagar os juros agiotas dos nossos empréstimos?

E com isto, vem-me à memória a parfenália de argumentos e louvaminhas à troika portuguesa pelo “excelente” esforço ao colocar no mercado secundário 3 mil milhões de euros em títulos da dívida pública portuguesa a 10 anos.

Claro que não convém esmiuçar os contras, pois a taxa de juros é só de 5,7% , que não é nenhum feito se comparada com a taxa média de juros de 4,3% da dívida pública do Estado. Nem desta vez recordar, que serão os vindouros a pagar tal “aventura”, que mais não passou dum balão de ensaio para Bruxelas ver. Nem sequer fazer umas contitas e concluir que a Alemanha em empréstimo da mesma ordem paga só menos 1.200 milhões de euros.

Portanto, obrigado Gaspar.

Ah! Algo mexeu na minha memória. Vítor Gaspar afirmou, que este dinheiro, 3 mil milhões de euros, se destina a entesourar para 2014.

E 2014 ainda vem longe, faltam 7 meses!

Haverá tempo e logo veremos quantas mais idas ao mercado vão ser necessárias para tapar os buracos da folha de excell para 2014.

Quanto a vós, meus caros jovens, aguentem, ai que não aguentem, a coisa está a ficar preta.

Quando os vossos pais e avós não vos puderem ajudar, quando o vosso país vos virar as costas em definitivo, quando todos chorarmos lágrimas de raiva, acordareis então para a luta, para aquela luta que a minha geração também travou, luta dura sem desalento contra uma feroz ditadura, mas que acabou vitoriosa.

O sofrimento faz-nos crescer, fortalece a nossa convicção, aumenta a nossa determinação e assim moldará o nosso carácter de democratas dispostos a ir à luta se necessário for para a defesa acérrima dos nossos direitos constitucionais.

A Constituição da República não é uma bíblia, que penso saibam tem variadas e diferentes interpretações conforme as  diferentes crenças dos seus seguidores, é um código de uma única interpretação. Recordo-vos a preocupação expressa por Pedro Passos Coelho sobre o conteúdo daquele livro de leis, que regem a Democracia em Portugal, logo após a sua vitória eleitoral, afirmando da necessidade da sua revisão, revisão que a sua ideologia de neo-ultraliberal exigia alterar.

Agora reparem, mesmo sem o apoio necessário de 2/3 de deputados na A.R., para conseguir tal desiderato, a revisão da constituição, PPC, mentiroso compulsivo, consegue por caminhos enviesados e com a ajuda dum Presidente da República partidário, esquecendo e desonrando o cargo que ocupa, lograr os seus fins, impor decisões não respeitando, no mínimo, a equidade de sacrifícios.

Insiste em vilipendiar os funcionários públicos e os pensionistas considerando-os como privilegiados, esquecendo, convenientemente, todas as mordomias duma classe política presente e passada, mordomias inaceitáveis numa democracia,  só próprias dum país do terceiro mundo, onde a sociedade se divide em castas superiores e párias.

Os exemplos vindos dos países nórdicos não lhes convêm, não dizem com o seu modo de viver à grande e à francesa.

O Povo, esse que se amole, que se desunhe. A ânsia pelo Poder cega-os, bloqueia-lhes a memória passada, inibe-lhes o raciocínio.

Vamos à luta!

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